QUAIS FORAM AS GRANDES EXTINÇÕES EM MASSA QUE OCORRERAM NO PLANETA TERRA?

Os fósseis são surpreendentes testemunhos de um passado remoto. É por meio deles que conseguimos como que ressuscitar tipos de vida que não mais se repetem.

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Imagem de Arek Socha por Pixabay

VAMOS DESCOBRIR...

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Organismos vivos e fósseis são classificados em uma série de grupos cada vez mais inclusivos, conhecidos como táxons, tudo até chegar ao nível dos reinos.

Este sistema, conhecido como hierarquia taxonômica, teoricamente se destina a refletir as relações evolutivas. Onde as relações evolutivas não são claras, deve-se então adotar um sistema pragmático, que pode ser objeto de correção posterior, à luz de novas descobertas. As categorias taxonômicas em diferentes níveis na hierarquia recebem nomes padrão (ex. família, espécie, ordem).

AS GRANDES EXTINÇÕES EM MASSA


As grandes extinções que ocorreram no passado nos mostra um padrão bastante complexo, no qual alguns não se consegue identificar as causas no registro geológico e fóssil. Os principais episódios de extinção em massa no registro fóssil do Fanerozoico, com suas principais “vítimas” e prováveis casas foram:

1 - Ordoviciano Superior


Dois picos principais de extinção no final do período foram separados por centenas de milhares de anos. Tanto o plâncton (graptolites, por exemplo) como a vida bentônica (como exemplo trilobites e organismos construtores de recifes) foram afetados.

Eventos associados foram o crescimento e a desintegração de uma vasta camada de gelo no sul do supercontinente Gondwana, à medida que este se deslocava sobre o Polo Sul, alterando drasticamente o nível do mar, o clima e a química dos oceanos. No entanto, no registro geológico irregular ainda não revelou qualquer registro de uma evento com clara ligação casual.

2 - Devoniano Superior


Este padrão de extinção é um ponto ainda em aberto, mas possivelmente consiste em uma série de extinções que se estendem por pelo menos 3 Ma, com os efeitos mais severos ~ 5 Ma do final do período. Ecossistemas marinhos rasos foram os mais afetados, com residentes em recifes tropicais particularmente atingidos. Quedas de temperatura parecem esta associadas com anoxia generalizada em mares rasos. Embora não haja evidências diretas de glaciação nessa época, no geral, o nível do mar oscilou e baixou. 

Uma mudança positiva dos valores δC¹³ no registro de carbono seria consistente com o soterramento de carbono orgânico associado ao aumento da fotossíntese, retirando CO² da atmosfera e sequestrando-o em sedimentos do fundo oceânico. Como alternativa, existe alguma evidência de impactos de meteoros fornecida por fragmentos vítreos encontrados na Bélgica, bem como pelas várias evidências de impacto no Chade e na América do Norte.

3 - Permiano Superior


O aumento de taxas de extinção ocorreu durante ~3-8 Ma no final do período, embora descobertas recentes sugiram que estas seriam classificadas em dois episódios distintos. Os organismos marinhos foram particularmente devastados. Nessa época, os continentes estavam unidos formando o supercontinente Pangea, e a Terra emergindo da imensa glaciação carbonífera. Por conseguinte, um conjunto complexo e, provavelmente, multicausal de fatores, incluindo retroalimentação biológicas, foi postulado para essa extinção.

Além dos estresses ambientais com causas amplamente desconhecidas, a erupção de mais de 2 milhões de km³ de basalto pode ter tido um impacto significativo com o clima global, provocando períodos de resfriamento, por meio da emissão de SO², períodos de aquecimento, por meio da emissão de CO², e a resultante acidificação do ambiente. Em um sistema global que já estava sob estresse ambiental, a erupção de um volume tão grande de basalto, ao longo de uma período relativamente curto, pode ter sido o golpe de misericórdia dessa extinção em massa, considerada a maior de todas.

4 - Triássico Superior


Houve pelo menos dois, talvez três, picos de extinção durante os últimos cerca de 18 Ma desse período. No mar, tanto animais livres natantes (especialmente amonoides e répteis marinhos) como formas bentônicas (incluindo muitos organismos construtores de recifes) tiveram sua diversidade reduzida. Em terra, vários grupos de répteis, incluindo formas semelhantes a mamíferos, foram perdidos, como também grandes anfíbios e muitas famílias de insetos, apesar de não ter havido uma extinção global marcante de plantas terrestres.

A extinções marinhas, pelo menos, coincidiram com alterações marcantes no tipo de sedimento, fortemente sugestivas de mudanças climáticas importantes e, em particular de chuvas mais abundantes. No entanto, uma enorme cratera de impacto em Quebec, com cera de 65 km de diâmetro, data próxima limite Triássico-Jurássico. O Triássico Superior também coincide com a formação da Província Magmática do Atlântico Central.

5 - Cretáceo Superior


Dois padrões de extinção parecem sobrepor-se: um declínio gradual, seguido por um rápido colapso. Vários grupos de animais marinhos, tanto livre natantes (belemnites e alguns répteis marinhos) como bentônicos (certos tipos de bivalves), parecem ter diminuído de diversidade ao longo dos últimos 9 milhões de anos do período. No Cretáceo Superior ocorreu um colapso repentino, principalmente entre o plâncton. Esse colapso aconteceu ao longo de ~100 mil anos ou menos, e é marcado por oscilações no registro de isótopos de carbono de calcários marinhos. Os amonites combinaram ambos os padrões de extinção com uma redução lenta, terminando com a extinção rápida de um número considerável de espécies remanescentes no fim do Cretáceo.

Em terra, a extinção mais famosa é a dos dinossauros – embora o padrão de seu declínio ainda seja debatido. Juntaram-se a eles em sua morte os pterossauros (répteis voadores), enquanto as plantas com flores também sofreram grandes perdas no final desse período, especialmente nas latitudes médias na América do Norte (como mostrado pelos dados de isótopos de carbono extraídos de resíduos orgânicos, que indicam mortalidade em massa) e em altas latitudes na Ásia. No Hemisfério Sul, alterações nas taxas de especiação foram graduais ou inexistentes.

Vários outros grupos foram pouco afetados pela extinção, incluindo os crocodilos, cobras e mamíferos placentários. Embora o colapso final seja amplamente interpretado como sendo relacionado a um impacto (com evidências crescentes de que a cratera de impacto fora soterrada na subsuperfície da Península de Yucatán, no México), ele afetou ecossistemas que já estavam perturbados por outras causas ambientas, como mostrado pelo declínio gradual do ambiente. Isso pode estar relacionado a alterações substanciais mostradas pela configuração continental, a alterações climáticas globais e a padrões de circulação oceânica na época. Mais uma vez, no entanto, o limite K-T é marcado pela formação de uma grande província de basalto, nesse caso, a erupção das lavas do Deccan, na Índia.

Um ponto, porém, que fica claro, é que as cinco maiores extinções em massa foram provocadas por crises ambientais de um tipo ou de outro. Não existe nenhuma evidência de que a rápida diversificação de qualquer grupo de organismos tenha provocado diretamente qualquer dessas extinções em massa do passado. Cada extinção em massa parece ter vindo como um choque, afetando drasticamente qualquer padrão preexistente de mudança na diversidade, e cada uma redefiniu a agenda para os eventos evolutivos subsequentes.

A SEXTA EXTINÇÃO EM MASSA?


Segundo o renomado Doutor Edward Osborne Wilson, a sexta extinção em massa será tão devastadora quanto a extinção dos dinossauros, a menos que os humanos compartilhem o mundo com as outras 10 milhões de espécies de uma forma mais igualitária.

Referências
AGUIAR, Ludmilla M.; FONSECA, Gustavo A. B; LINS, Lívia V.; MACHADO, Angelo B.M; MACHADO, Ricardo B. Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna de Minas Gerais. Belo Horizonte, 1998. Fundação Biodiversitas.
COCKELL, Charles. Sistema Terra-Vida, uma introdução. Oficina dos Textos, 2011.

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