Quem são os Procionídeos, os falsos ursos?

Um animal parecido com um urso, mas de pequeno porte, pode ser mesmo um filhote de urso. Mas pode também ser bicho completamente diverso: um Procionídeo.

Este é o jupará (Potos flavus). Fonte da imagem: Wikipedia/Kalamazoo Public Library, No restrictions, via Wikimedia Commons

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De urso os indivíduos dessa família não tem nada. Aliás, acredita-se no parentesco remoto de muitos Procionídeos com cães e raposas. De patas curtas e garras pouco encurvadas, são semipiantígrados, quer dizer, caminham apoiando quase toda a palma e planta das patas no solo. Os principais tipos de Procionídeos sãs o mão-pelada, o quati e o jupará. Lima das características mais interessantes desses animais é sua preferência pela vida noturna.

Na foto da entrada da postagem acima está o jupará ou jurupará. Seu nome cientifico é Potos flavus. Trata-se de pequeno carnívoro de corpo alongado, medindo cerca de 80 cm conta-da a cauda, que é corno a do macaco: serve para segurar nos ramos de árvores. Por isso há quem o chame macaco-da-meia-noite. De fato, ele é encontrado noite adentro, trepado nos galhos. Sua agilidade, porém, não chega ao ponto de fazê-lo pular de um ramo para outro. Anda em bandos de 8 a 15, procurando comida e fazendo um tremendo barulho. Alimenta-se de frutas doces, insetos e passarinhos.

O jupará fêmea geralmente tem um só filhote, dois no máximo. Criados em casa, esses bichinhos ficam muito mansos. Mas têm que ser mantidos em lugar escuro; na claridade, passam o tempo todo dormindo.

Quando são molestados por alguém, emitem um assobio baixo e queixoso, como... quem diz: "Não aborreça, por favor".

O mão-pelada (foto abaixo) é um bicho de ar matreiro. A impressão que se tem, ao olhá-lo de frente, é a de que está usando máscara. Tudo porque, tendo pelo amarelado, apresenta a face e as órbitas negras, e faixas claras nos supercílios e no focinho.

O mão-pelada (Procyon cancrivorus). Fonte da imagem: Wikipedia/Mariordo (Mario Roberto Durán Ortiz), CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Seu nome científico é bem complicado: Procyon cancrivorus; no Brasil, porém, é mais conhecido como guaxinim ou iguanara. Tem formas arredondadas e pelo denso; as extremidades das patas são desprovidas de pelos. Mede 65 cm de corpo e uns 35 de cauda — que é anelada de preto e amarelo. Desenvolve suas atividades de preferência á noite; durante o dia, fica escondido num oco de pau — geralmente dormindo. Pode subir em árvores, mas prefere a terra, sendo encontrado quase sempre à beira d'água brejos, mangues, barrancas de rios. Nada bem e consegue andar sem dificuldades so-bre a lama dos pântanos, em lugares onde qualquer outro animal afundaria. Quando está sendo perseguido, é para esse recurso que apela. E, na maior parte das vezes, sai-se bem.

Caça insetos, caranguejos, rãs e passarinhos. Bicho muito limpo, come sentado sobre as patas traseiras. Antes lavará a carne, as rutas, o milho verde, a cana, tudo o que vai servir-lhe de alimento. Esse hábito e mais o da natação, da caça e outros são ensina-dos aos filhotes, geralmente de 2 a 4 pelas mamães mãos-peladas.

Esse Procionídeo pode ser encontrado em toda a América, desde os Estados Unidos até o Uruguai; no Brasil há muitos deles. Em-bora sua pele seja de pouco valor e a carne de gosto ruim, os caçadores não os deixam em paz. Capturados vivos, acostumam-se facilmente ao convívio humano.

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O quati, "Nasua solitaria"

O animal da foto acima é o quati ou Nasua solitaria, na linguagem dos zoólogos. Tem a cabeça muito grande em relação ao corpo; o focinho é fino e longo, terminando num nariz saliente e móvel que ele mete em todo buraco que encontra. As ore-lhas são arredondadas e pequenas, meio escondidas no pelo. A cauda, que normal-mente mantém erguida, quando anda, é longa e anelada.

O quati passa boa parte do tempo sobre as árvores onde se sente quase tão à vontade quanto os macacos. Quando é persegui-do, ao invés de pular, deixa-se cair ao chão tomando cuidado especial com o nariz, que ele defende com as patas.

Menos noturno que o mão-pelada, anda quase sempre em bandos de 8 a 20, em grande atividade nos bosques, principalmente de manhã cedo e ao entardecer. Nas horas quentes do dia prefere descansar entre a folhagem. A alimentação desse Procionídeo se compõe de insetos, frutas, pássaros, pequenos répteis, ovos e moluscos de água doce.

Os que vivem sós

Existem também os de hábitos sedentários e que vivem sós; pensou-se até que fossem outro tipo de quati, que se chamou quati-mundéu, diferente do outro, que seria o quati-de-vara. Mas depois viu-se que não eram mais que quatis-de-vara já velhos, que não suportam mais a vida seminômade de seus semelhantes.

As ninhadas de quati vão de 3 a 5 filhotes. Eles crescem com rapidez : em 5 ou 6 semanas, já estão acompanhando os outros nas andanças, fuçando, bisbilhotando tudo o que encontram.

A carne e a pele do quati são melhores que as do mão-pelada. Por isso, vivem per-seguidos pelos caçadores. Podem ser domes-ticados, porém devem ficar presos em coleira: não porque sejam bravos, mas por causa dessa mania de enfiar o nariz em todo canto.

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