QUAIS SÃO OS TIPOS DE VENENO QUE EXISTEM?

Quando se fala em veneno, pensa-se imediatamente em cobras não é mesmo? Entretanto, o mundo está cheio de venenos que nada têm a ver com elas.


Imagem de Arek Socha por Pixabay 


VAMOS DESCOBRIR...


A água, por exemplo, é um liquido reconhecidamente inócuo. Mas seis litros de água, tomados de urna só vez por uma pessoa, certamente lhe farão tanto mal quanto um veneno poderoso. A quantidade é apenas urna das muitas circunstâncias que podem tornar venenosas substâncias inofensivas. E por isso pode-se definir como veneno qualquer substância que, em contato com as células do organismo, modifica a sua estrutura a ponto de destruí-Ias ou impedir o seu funcionamento.


Certos venenos são de natureza inorgânica. O sulfato de cobre, usado na pulverização de pomares para matar insetos (e que depois costuma dar dor de barriga aos que consomem as frutas), é um produto desse tipo. Outros, bem conhecidos, são o arsênico, a soda e a potassa cáusticas e o cianureto de potássio.


Entre os venenos orgânicos, acham-se aqueles que se obtém de organismos vivos. A saponina, produzida pela planta popularmente chamada comigo-ninguém-pode, é um líquido capaz de causar intoxicações sérias e pertence cesta categoria. Também orgânicas são as peçonhas de certos animais, como aranhas, escorpiões, e, evidentemente, o veneno das cobras.


Os venenos dentro do nosso corpo, como eles atuam?


Através do aparelho digestivo, o organismo humano se defende da ação de diversos venenos — orgânicos e inorgânicos decompondo-os em substâncias inofensivas. Assim é que venenos altamente tóxicos quando injetados diretamente nos músculos ou na circulação sanguínea, podem ser assimilados por via oral sem nenhum perigo. Existem outros, entretanto, contra os quais são insuficientes todas as defesas do aparelho digestivo, o álcool etílico desnaturado é um deles: usado externamente como desinfetante, não causa o menor problema, mas introduzido no estômago provoca sérias perturbações.


Há venenos de ação lenta, cujos efeitos só se fazem sentir algum tempo após a absorção. Isto ocorre porque essas substâncias não atuam em qualquer zona do corpo — só atacam tecidos cujas células apresentem um protoplasma "favorável", ou seja, capaz de combinar-se quimicamente com elas. Daí a sua classificação como venenos específicos ou eletivos. Ao contrário destes, os venenos chamados gerais (ácidos, álcalis, saís de chumbo e mercúrio, etc.) agem sobre células de todo tipo, destruindo-as ou prejudicando-as gravemente.


Por causa disso, os casos de intoxicação por cogumelos, alimentos deteriorados e picadas de animais (causados por venenos orgânicos) são de tratamento mais fácil, pois os efeitos tóxicos só se completam depois de certo tempo. Já os venenos gerais exigem socorros imediatos. E nem sempre estes conseguem impedir que o organismo sofra danos sérios, os quais geralmente ocorrem na boca e nos condutos do aparelho digestivo.


Como são neutralizados os venenos em nosso corpo?


Para neutralizar a ação dos venenos, sejam eles exógenos (quando provêm do exterior) ou endógenos (produzidos pelo próprio organismo, através de processos metabólicos), ministram-se à pessoa envenenada os antídotos. Alguns deles se combinam com a substância tóxica presente no estômago. originando compostos insolúveis, os quais não podem ser absorvidos pelos tecidos. Outros os chamados contravenenos, combatem a substância já absorvida, anulando-o sua substância nociva sobre o organismo com uma exatamente oposta: é o que fazem os soros antiofídicos. Da mesma forma, no envenenamentos causados por drogas soníferas (que restringem determinadas orgânicas), os médicos usam a, estricnica que é um excitante violento. Aliás, de geral, os contravenenos são substancias poderosas e não raro também venenosas, de que só devem ser usadas por ordem médica.


A cicuta, tornada por Sócrates, e o curare dos índios são venenos que pouco risco oferecem hoje: é muito difícil encontrá-los. Em compensação, certos produtos de uso diário, como o gás de cozinha e os detergentes químicos, representam um risco sério, princialmente em casas onde há crianças. E eles não são os únicos: nas farmácias caseira geralmente se encontram diversas substâncias que, por trás de uma aparência inocente escondem um elevado poder tóxico. Tônicos contendo estricnina, pílulas soníferas de ácidos barbitúricos, comprimidos de sulfatos ferrosos para combate à anemia, além de acetona, éter e amoníaco, quando usados indevidamente, resultam em graves intoxicações.


Por sorte, o fato oposto é muito mais frequente: grande número de venenos é usado na composição de remédios e contribui massivamente para a cura de diversas doenças. A beladona, extraída de uma planta, e o ópio, acham-se entre os mais conhecidos. E além desses outros, muitos outros. De qualquer forma porém, convém ter cautela com eles e se ministrados de forma errada, geralmente voltam a ser venenosos.


TIPOS DE VENENO


1 - Ácidos inorgânicos Sulfúrico Nítrico Clorídrico Fluorfdrico

Sintomas do envenenamento: Queimadura dos lábios e da boca, sede e dores abdominais. Choque quando in-gerido em grandes doses (mais de uma colher de sopa). O ácido nítrico provoca manchas amarelas.

Tratamento: Álcalis fracos como águas calcárias e magnésia ou, em casos de emergência, solução de sabão, seguida de leite, clara de ovo, ou óleo de oliva. Lavagem gástrica não é recomendada, já que o tubo da sonda pode perfurar o esôfago ou estômago queimados.


2 - Álcalis fortes Soda cáustica Potassa cáustica Amônia forte

Sintomas do envenenamento: Inchaço da boca, língua e lábios. Dor abdominal e forte choque com grande dose. Amônia produz cheiro característico.

Tratamento: Vinagre, suco de limão ou outros frutos cítricos diluídos ou ainda solução de ácido tartárico são ministrados para neutra-lizar o álcalis. Em seguida, tomar leite, clara de ovo ou óleo de oliva. Lavagem gástrica é perigosa.


3 - Aspirina (dose maciça)

Sintomas do envenenamento: Náuseas, às vezes vômito e dores abdo-minais. Tonturas, surdez, visão embara-lhada. Confusão mental.

Tratamento: Lavagem gástrica para remover a aspirina não absorvida do estômago.


4 - Barbitúricos

Sintomas do envenenamento: Sonolência progressiva até o estado de coma, quando ingeridos em grandes doses.

Tratamento: Lavagem gástrica para remover a droga não absorvida. Se a vítima está em estado de coma, pode ser necessária a res-piração artificial por vários dias. Diversas drogas podem ser usadas como antídoto, embora nenhuma seja particularmente eficiente. A transfusão é usada nestes casos.


5 - Beladona (Atropa belladona)

Sintomas do envenenamento: Boca seca, sede, pupilas dilatadas, con-vulsões em casos drásticos.

Tratamento: Lavagem gástrica, tranqüilização através de drogas barbitú-ricas se a vítima é tomada de convulsões.


6 - Laburno 

Sintomas do envenenamento: Náuseas, vômitos e diarreia, seguidos de colapso.

Tratamento: O estômago lavado remove quaisquer sedimentos não trans-feridos para o intestino delgado. Respiração artificial é freqüentemente necessária.


7 - Agárico (Amanita phattoldes)

Sintomas do envenenamento: A causa de quase todos os envenenamentos por cogumelos. Os sintomas ocorrem cerca de 15 horas após a inges-tão. Vômitos, diarréias, colapso e estado de coma.

Tratamento: Lavagem gástrica seguida de transfusão de fluidos nas veias. Existe um soro específico para este caso de envenenamento.


8 - CO (Monóxido de carbono)

Sintomas do envenenamento: Tontura, dor de cabeça, náuseas e confusão mental. Estado de coma. Colora-ção vermelha da pele. Esse tipo de en-venenamento ocorre multo com crianças em carros fechados (o CO é expelido pelo motor)

Tratamento: Levar a vítima para o ar livre. Se a respiração parou, aplicar imediatamente a respiração artificial. Ministrar oxigênio, se estiver à mão.


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