A perereca da caatinga e sua arma contra predadores
Algumas pererecas têm cabeça cascuda muito peculiar,
apresentando a derme cutânea mineralizada e unida ao crânio, em um fenômeno
conhecido como co-ossificação.
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A perereca Corythomantis greeningi. Fonte da imagem: ARB.
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Uma característica inédita nos anfíbios
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Figura 2. A Caatinga, habitat natural da
perereca Corythomantis greeningi.
Fonte da imagem: Mongabay.
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Estudos morfológicos
na espécie Corythomantis greeningi (Figura 3),
uma perereca que habita o semiárido brasileiro, na caatinga (Figura 2), demonstraram que, além de co-ossificada, sua cabeça
apresenta inúmeras ornamentações na forma de espículas ósseas, entremeadas com
um grande número de glândulas cutâneas de veneno.
Apesar de exercer um papel na proteção contra perda d’água, nesse animal a co-ossificação tem uma importante função na proteção do anfíbio contra predadores.
Apesar de exercer um papel na proteção contra perda d’água, nesse animal a co-ossificação tem uma importante função na proteção do anfíbio contra predadores.
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Figura 3. Corythomantis greeningi. Fonte da imagem: UOL.
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A potência do veneno da perereca da caatinga
Figura 4. Crânio co-ossificado, coberto por
espículas dérmicas ósseas da perereca Corythomantis
greeningi. Fonte da imagem: NaturezaEConservação.
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Dessa forma, o
predador, ao tentar morder a cabeça desse anfíbio, tem grande probabilidade de
se ferir com as espículas ósseas presentes na derme. Além disso, ao ser
pressionada pela mordida, a pele da cabeça libera o conteúdo das inúmeras glândulas venenosas em torno dessas
espículas (Figura 5).
O veneno, auxiliado pelos ferimentos, penetra rapidamente pela mucosa oral do predador, caindo na circulação sanguínea e causando seu envenenamento.
O veneno, auxiliado pelos ferimentos, penetra rapidamente pela mucosa oral do predador, caindo na circulação sanguínea e causando seu envenenamento.
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Figura 5. Detalhe das espículas ósseas. Fonte da
imagem: FeaturedCreature.
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Um tipo similar de
defesa ocorre nas salamandras asiáticas
do gênero Tylototriton. A espécie T. verrucosus, quando se sente ameaçada,
estufa e enrijece o corpo fazendo com que as pontas das costelas perfurem
acúmulos glandulares presentes nas laterais do corpo.
Assim, nesse animal, no caso de um ataque, as costelas, impregnadas de veneno, servem como poderosas armas que são, então, introduzidas na boca do predador.
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Assim, nesse animal, no caso de um ataque, as costelas, impregnadas de veneno, servem como poderosas armas que são, então, introduzidas na boca do predador.
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Referência
CARDOSO, et al. Animais Peçonhentos no Brasil. Biologia, clínica e terapêutica
dos acidentes. Editora Sarvier. 2009.
Excelente matéria.
ResponderExcluirOlá Flavio,
ExcluirNos agradecemos por ter gostado de nossa postagem e que ela tenha te dado mais conhecimento desse incrível anuro.
Abraços,
Equipe BioOrbis.