Descubra uma das aves mais belas da Mata Atlântica, o Araçari-banana

Vamos aprender um pouco mais sobre o belo tucano araçari-banana, uma ave rara da Mata Atlântica.

Fonte da imagem: Renato Augusto MartinsCC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons


VAMOS DESCOBRIR...

https://www.youtube.com/channel/UCdjF1j_jYXGznBq955YWDoQ

Morfologia e classificação científica


O araçari-banana (Pteroglossus bailloni) é uma espécie de ave piciforme da família Ramphastidae.

Seu nome científico Pteroglossus bailloni, significa: do (grego) pteros = pena, asa; e glössa = língua; pteroglossus = com língua emplumada; e de bailloni = homenagem ao advogado, naturalista e coletor de espécies francês Jean Francois Emmanuel Baillon (1744-1802). Ou seja, traduzindo literalmente seria algo do tipo "Ave com a língua emplumada de Baillon".

O tucano araçari-banana é uma ave com cerca de 35 cm de comprimento, inconfundível pela sua coloração geral amarelada de suas penas. E seu peso, entre 156 e 169 g. O bico apresenta vários tons de verde e amarelo.

Leia também:

Habitat e hábitos


Trata-se de uma espécie restrita às regiões serranas, vivendo nas copas das árvores em grupos de cinco a 20 indivíduos, embora pouco abundante em seu habitat. Atualmente é encontrado nas regiões montanhosas da Argentina, do Paraguai ao Sul de Belo Horizonte (MG), ES, RJ, SP, PR, SC e N do RS.

Os araçari-banana tem hábitos florestais, pula de galho em galho e não tem o hábito de sobrevoar rios e lagos. Habita a copa de florestas altas em regiões montanhosas. Usa seu bico relativamente longo para se defender de predadores e costuma atacar ninhos de outras aves. É um animal importante no processo de dispersão de sementes.

Alimentação


Sua alimentação é à base de frutos de Embaúba (Cecropia) e palmito (Euterpe) veja na Figura 2, e também insetos, além de ovos e filhotes de outras aves. Aprecia a Michelia champaca (magnólia-amarela). Filhotes de pica-paus também fazem parte de sua dieta.

Reprodução


Usa os ocos das árvores como local de reprodução, cupinzeiros e também muitas vezes ninhos de pica-paus, onde também costuma se abrigar em bandos durante a noite, mesmo fora da estação reprodutiva, chegando a competir por eles com outras aves da mesma família.

Para o acasalamento o macho corteja a fêmea cantando e presenteando-a com alimento. Em cativeiro foi observada postura de 2 a 3 ovos brancos. O cuidado parental é realizado por ambos os sexos. O período de incubação durou cerca de 16 dias. Existem referências que relatam de 2 a 4 ovos.

Leia também:

PRINCIPAIS AMEAÇAS AO ARAÇARI-BANANA


A devastação da Mata Atlântica é certamente a principal ameaça para o araçari-banana. A extração seletiva de árvores de médio e grande porte já ameaça comprometer o tamanho de suas populações, uma vez que essa espécie parece ser extremamente dependente de cavidades em troncos para fins reprodutivos e para abrigo noturno como citado antes.

Na falta de conhecimento sobre sua capacidade de dispersão, o isolamento de populações pelo avanço dos desmatamentos pode ser outro risco para a espécie.

A caça, ainda que aparentemente pouco expressiva, também pode ser vista como ameaça, sobretudo em regiões onde o araçari-banana é considerada rara. Portanto essa prática não ocorra de forma generalizada no país.

Parece que a espécie é capaz de resistir até certo ponto à fragmentação de seu habitat: segundo registros feitos por Bustamante (1996) em áreas com cerca de 50 há na Zona da Mata mineira. Isso ocorre possivelmente em função do grau de conservação da vegetação ou da capacidade demonstrada pelos indivíduos de se deslocar de um fragmento de mata para outro.

ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO PARA O ARAÇARI-BANANA


A ocorrência do araçari-banana em unidades de conservação, principalmente no estado de Minas Gerais, já é uma boa garantia de sua sobrevivência em todo território mineiro. Entretanto, a proteção de outros remanescentes de Mata Atlântica onde ele ainda ocorre deve ser vista como uma medida importante de preservação e conservação, considerando a vulnerabilidade da espécie, restrita a poucas áreas de mata.

O estudo de suas de suas exigências ecológicas e capacidade de dispersão é outra ferramenta importante na conservação e recuperação de seus habitats, o que permitirá garantir a sobrevivência de espécie a longo prazo em todos os remanescentes da Mata Atlântica. Também é recomendável intensificar a fiscalização contra a caça em regiões onde seu status de conservação seja crítico.

Seu estado de conservação pela IUCN é de quase ameaçado.

Referências
BUSTAMANTE, P.F.S. 1996. Comportamento, nidificação e inter-relação de aves que utilizam cavidades em árvores em Viçosa, MG. Campinas, Resumos do V Congresso Brasileiro de Ornitologia. p.14.
SICK, H. 1985. Ornitologia brasileira: uma introdução. Brasília. Universidade de Brasília. 2 v. 827 pp.

6 comentários:

  1. Muito legal essa materia adoro parabéns

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá amigo,

      Ficamos felizes por ter gostado da nossa matéria. Um forte abraço.

      Equipe BioOrbis.

      Excluir
  2. Tucano diferente! O mundo e a natureza tem riquezas tão grande na fauna e na flora! Sucessos!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Kleberson,

      Gostou do belo araçarí-banana não é? Que bom que nossa postagem te apresentou um animal que não conhecia, e ainda mais um da nossa fauna.

      Um forte abraço.

      Equipe BioOrbis.

      Excluir
  3. Fotografei e filmei essa ave na mata atrás da minha casa. Inclusive os vejo quase diariamente, pois tem uma árvore oca onde se abrigam. Estou surpreso por ser ave rara porque moro numa região mais alta do Centro de Blumenau-SC, mas longe de ser uma região serrana. Felizmente no nosso entorno existem grandes áreas de mata preservada.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Kaiser. Nossa que bacana, então você fez um registro e tanto, é uma ave maravilhosa.

      Excluir

Imagens de tema por konradlew. Tecnologia do Blogger.