A hierarquia das formigas e sua diversidade de espécies

Todos sabemos que as formigas são insetos organizados em uma hierarquia, porém esse sistema vivo é muito mais complexo que imaginamos.


Imagem de monsterpong09 por Pixabay 


VAMOS DESCOBRIR...


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La Fontaine, um escritor francês, consagrou a imagem da formiga como muito trabalhadora. No outono, enquanto a cigarra só cantava, a formiga trabalhava o tempo todo. Porque as estações também não param, e no inverno o formigueiro deve estar provido de alimentação para toda a sociedade.


Um inseto evoluído


Essa aparência de inteligência que caracteriza o comportamento das formigas é, na verdade, um notável desenvolvimento do seu sistema nervoso. Um dos principais órgãos do sistema é a antena, de propriedades táteis e olfativas ao mesmo tempo, e que as formigas usam para se investigarem umas às outras toda vez que se encontram. Algumas espécies são cegas, mas, as que têm olhos (omatídios) podem distinguir inclusive as cores.


A capacidade auditiva é ainda nebulosa para os estudiosos, embora já se saiba que é suficiente para captar vibrações. As antenas duplas um dos artículos é maior, individualizam as formigas entre todos os insetos, assim como a conformação do abdome, estreito na parte anterior e volumoso na terminal (chamada gáster) e a longevidade (quinze anos, às vezes) as distinguem entre seus companheiros da ordem dos Himenópteros: a abelha e a vespa. Mas há um denominador comum entre os Himenópteros, os mais evoluídos entre os insetos: seu caráter gregário.


A divisão do trabalho das pequenas formigas


Vivem em sociedades divididas em três classes: rainhas, machos e operárias. Todas sofreu o mesmo processo de metamorfose: ovo, larva, pupa, até atingirem a forma adulta do inseto, denominada imago.


A rainha é urna formiga sexuada, isto é, capacitada para a reprodução. E alada como o macho. Depois do voo nupcial, se dá a acasalamento e a fecundação; ambos perdem as asas, o macho morre, a rainha vai for-mar novos formigueiros, ou volta para o de origem. No primeiro caso, abre um buraco no chão e lã permanece inativa por vários meses, enquanto os ovos se desenvolvem.


Os ovos são brancos, e deles saem larvas amarelas. As da primeira postura alimentam-se da saliva que a mãe lhes dá, até se tornarem adultas. As das posturas subsequentes são alimentadas pelas operárias em que as primeiras se transformaram. Também a rainha é ali-mentada por elas. As operárias, além de tudo, tiveram a seu cargo a construção do formi-gueiro. A rainha se dedicará pelo resto da vi-da (que pode durar vinte anos) exclusivamente à procriação, sem novos vôos nupciais, já que no primeiro a rainha recebe cerca de 300 milhões de espermatozoides.


A larva nassa a pupa, quando já apresenta a forma e o tamanho de um imago. Mas, permanece inativa e sem alimentação por algum tempo, as de certas espécies dentro de casulos, até ganharem seus três pares de pernas; e asas, se forem sexuadas. Tornam-se então adultas, e prontas para cuidar da sobrevivência do formigueiro.


Em geral, os formigueiros são construídos no solo, sendo um complexo de câmaras unidas entre si e ao exterior, por túneis e galerias. Ou. então, localizam-se na medula da madeira mole e das plantas. Ou ainda, são erigidos em cavidades ,de pedras e em cupinzeiros abando-nados. Mais raros são aqueles construídos de papel ou palha. E há formigas que não constroem formigueiros, ou seja, vivem isoladas.


Dentro deles o trabalho é dividido, especia-lizado portanto. Há "guardas" (formigas que defendem o formigueiro), com mandíbulas bastante desenvolvidas; "soldados", igualmente desenvolvidos (que defendem as formigas em expedição); "pastores" (que cuidam dos pulgões, através dos quais algumas espécies se alimentam); "caçadoras" (entre as insectívoras); “colhedoras" (de alimentos na forma de de-tritos, vegetais, etc.); e "agricultoras" (entre as espécies que se alimentam de cogumelos).


A GRANDE VARIEDADE DE FORMIGAS E SUAS FORMAS


Mais de 5 mil variedades de formigas compõem a família Formicidae, cujas principais subfamilias são: a dos Ponerineos, Darilineos, Mirmecineos, Dolicoderineos e Formicineos.


Entre os poneríneos contam-se espécies de indivíduos muito grandes, de até 30 mm de comprimento, que se alimentam ,de outros in-setos, o que lhes vale o nome de "formiga caçadoras". São consideradas as mais primitivas, menos evoluídas, de forma que suas sociedades rudimentarmente organizadas comportam um máximo de doze indivíduos. Pertence a este grupo a formiga "tocandira", chamada cientificamente de Paraponera clavata (Figura 3).


Figura 3. Formiga-cabo-verde (Paraponera clavata). Fonte da imagem: Wikipedia/© Hans Hillewaert


Os dorilíneos são espécies carnívoras que permanecem pouco no formigueiro. As espécies mais comuns, conhecidas por "formigas de correição", pertencem ao gênero Eciton (Figura 4), assim como a buni, boliviana, e a siafu, africana. Os mirmicíneos, essencialmente terrícolas, compreendem espécies onívoras que se alimentam sugando pulgões, predando outros formigueiros, ninhos de cupins, ou ainda recolhendo vegetais.


Figura 4. Eciton. Fonte da imagem: Wikipedia/Alex Wild, CC0, via Wikimedia Commons

O último caso é o da "saúva", espécie do gênero Atta, e da "quenquém", espécie do gênero Acromyrmex (Figura 5), que cultivam uma espécie de cogumelo em seus ninhos, numa câmara especial onde criam condições favoráveis ao desenvolvimento do fungo. As quenquém são chamadas também de "saltadoras" porque se locomovem aos pulos, ou de "buldogues'", pois quando se lançam sobre uma vítima, animal ou homem, sempre o fazem aos grupos, dilacerando a pele e fazendo sangrar as partes atingidas.


Figura 5. Acromyrmex Fonte da imagem: Wikipedia/Deadstar0 at English WikipediaCC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons


As dolicoderíneas são formigas onívoras, mas que têm uma acentuada gula por substâncias açucaradas. Há duas variedades muito daninhas: a Linepithema humile, conhecida como "formiga-argentina" (Figura 6), verdadeira praga doméstica; e a Azteca paraensis, chamada. "formiga-de-enxerto" ou "formiga-do-mangue" (Figura 7)que promove. c protege a proliferação de pulgões nas plantações, pois deles extrai a substância açucarada com que se alimenta.


Figura 6. Formiga-argentina (Linepithema humile). Fonte da imagem: Wikipedia/PenarcCC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Figura 7. Azteca paraensis. Fonte da imagem: Wikipedia/April Nobile / © AntWeb.org


Os formicíneos também gostam de açúcar, obtendo-o de um liquido produzido por pulgões, plantas e alguns insetos. Certas espécies são insetívoros, como a formiga-cuiabana (Paratrechina fulva). Daí a tentativa de usá-las no combate ás saúvas.

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