QUEM SÃO AS FRUTAS CÍTRICAS? QUAL SUA ORIGEM, CLASSIFICAÇÃO E PROPRIEDADES

Não somente limão e laranja são as frutas cítricas. Você sabe mais alguma? Sabe a origem e propriedades delas?


Imagem de Engin Akyurt por Pixabay 


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Na realidade, todas as frutas frescas contêm vitamina C. Mas, enquanto algumas não chegam a suprir as necessidades diárias do organismo, as cítricas ultrapassam várias ir vezes o mínimo desejável. Por isso, é através delas que se procura prover a taxa dessa vitamina. Qualquer fruta pertencente ao gênero Citrus constitui ótima fonte de vitamina C: limão, laranja, lima, tangerina, toranja, pomelo (grarefruit) e cidra.


Plantas sempre verdes


As plantas cítricas são típicas de climas quentes e não suportam vento forte. Pre-cisam ser bem irrigadas, por isso o ambiente mais favorável para o seu cultivo são os ter-renos situados pouco acima do nível do mar: as plantações mais elevadas não vão além dos 400 metros. As frutas dessas plantas são consumidas em estado natural ou utilizadas no preparo de sucos, doces, geleias, ou para extração de produtos químicos, entre os quais a vitamina C. No suco e na polpa dos frutos, encontram-se açúcares em solução e ácido cítrico. Conforme a proporção dessas substâncias, o gosto da fruta varia do doce ao ácido.


As plantas cítricas são árvores ou arbustos providos de espinhos muito duros, com folhas sempre verdes, grossas e resistentes. Estas folhas são muito empregadas na medicina popular.


Suas flores, de corola carnosa geralmente branca, têm de 3 a 5 pétalas. Devido ao seu perfume, essas flores são muito procuradas para o preparo, por destilação, da conhecida "água de flor de laranjeira".


O fruto, oval ou esférico, é uma baga carnosa, hesperídeo, com urna, duas ou mais sementes.


A madeira da árvore é amarelada, resistente, granulada. É empregada, principal-mente, na fabricação de objetos pequenos, em geral torneados. Sua casca é tônica, amarga e estimulante. Dela, das flores e das folhas, obtêm-se óleos voláteis utilizados na fabricação de perfumes e licores. Os maiores produtores desses óleos são os países do Mediterrâneo, particularmente a Itália e o Sudeste da França. Entretanto, essa indústria especializada já existe na Califórnia e Flórida (EUA), na índia e, ultimamente, também no Brasil.


Pouco antes da II Guerra Mundial, Brasil tornou-se um dos maiores produtores e exportadores de laranja do mundo, com enormes plantações nos Estados de São Pau-lo e Rio de janeiro. Com o início da guerra, a exportação de laranja para a Europa caiu muito de volume, o que obrigou a indústria brasileira a contornar o problema pela produção do óleo de laranja. 


Os maiores produtores


Originárias da Índia e do Extremo Oriente, onde são cultivadas desde épocas remo-tas, as plantas cítricas foram para a Europa e Américas em diferentes períodos. Os roma-nos só conheciam a cidra, pois o limão e a laranja começaram a ser cultivados nas costas do Mediterrâneo por volta do século X, levados pelos árabes. A mexerica só veio a aparecer na Europa em meados do século passado.


Atualmente, a cultura dessas plantas é praticada, além das costas do Mediterrâneo, nos países da Ásia tropical, na Austrália, nas Américas, na África do Norte e do Sul, em Portugal, etc. Os maiores produtores são os Estados Unidos e o Brasil; na Europa, a Es-panha e a Itália. 


As múltiplas propriedades das frutas cítricas


A laranja-da-terra é urna das fru-tas cítricas mais aproveitadas pela medicina, pois contém propriedades sedativas que atuam sobre o sistema nervoso. Esse tipo de laranja é usa-do também pela indústria de perfumaria e na fabricação do famoso licor de curaçau. O limão é outra fruta importante: a culinária o utiliza, e, na medicina, é aproveitado pela grande porcentagem de vitamina C que possui.


São tantas as "virtudes" das frutas cítricas, que o povo as incorporou às suas tradições: na índia, desde tempos imemoriais, a noiva indi-cava o futuro marido atirando-lhe um limão ou uma laranja. No Ocidente, faz parte das tradições a noiva levar um buquê de flor de laranjeira durante a cerimônia de casamento.


A casca externa representa o epicarpo, que varia de espessura, podendo ser rugosa ou granulada. Sua cor vai do amarelo ao vermelho púrpura, passando pelo dourado e pelo laranja. A massa branca, pouco suculenta, entre a casca e a região dos gomos é o mesocarpo. Os gomos são revestidos pelo endaocarpo. Dele partem os favos ou alvéolos, pelos ricos em solução açucarada. Esta contém uma quantidade variável de ácidos orgânicos.


As folhas das plantas cítricas são de um verde intenso e perene, sem rebordos, lisas e brilhantes. São usadas, desde épocas muito antigas, na medicina popular. Com elas, fazem-se chás caseiros, aos quais se atribuem efeitos terapêuticos. Aliás, ainda hoje são em-pregados chás de folhas de laranjeira ou então de suco de limão para ajudar na prevenção e cura da gripe. Também os óleos extraídos dessas folhas são largamente utilizados pelos laboratórios e indústrias farmacêuticas como aromatizantes de remédios e perfumarias.


As folhas das plantas cítricas em geral têm forma ovalada, com bordado comumente liso; são persistentes e têm aspecto coriáceo.

 

ESPÉCIES DE FRUTAS CÍTRICAS


Classificação


Gênero: Citrus

Família: Rutaceae

Ordem: Rutales

Subclasse: Dicotyledaneae

Classe: Angiospermae

Subdivisão: Pteropsida

Divisão: Tracheophyta


As espécies e variedades de frutas cítricas são numerosíssimas. Corno acontece com as plantas de importância comercial, foram também produzidas muitas variedades por hibridação (enxerto). As mais comuns são:


Citrus trifoliata (laranja-brava)


Imagem de WikimediaImages por Pixabay 


Os frutos amarelo-laranja deste arbusto não são comestíveis. Mesmo assim, a espécie é útil, pois fornece enxertos para todas as outras. É a unica entre as cítricas com folhas perenes.


Citrus sinensis (laranja-doce)


Imagem de Stefan Schweihofer por Pixabay 


Dentre todas, esta é a variedade mais difundida. A árvore chega a 10 metros de altura. As folhas, de tamanho médio, são ovais. A polpa é de sabor agradável, doce, ligeiramente ácido. A casca é lisa e sem asperezas. Sua forma mais comum é a redonda, mas há variedades alongadas, acha-tadas ou mesmo com urna protuberância. cônica no ápice, denominada umbigo.


Citrus aurantium (laranjada-da-terra)


Imagem de NoName_13 por Pixabay


Esta espécie é também conhecida Corno laranja-amarga e laranja-azeda. Geralmente, as árvores têm muitos espinhos nos ramos, folhas perfumadas e seu arbusto é de pequenas dimensões. Costuma-se aproveitar o óleo desta laranja. No Brasil, é tradicional empregar-se o branco mesocarpo para a preparação de compotas e doces caseiros, enquanto a grossa casca, junta-mente com a polpa do fruto, é usada na fabricação do famoso "doce em massa de laranja". A laranja-da-terra serve também de enxerto para a laranja-da-baía e a laranja-pera


Citrus reticulata (tangerina)


Imagem de Couleur por Pixabay 


Com características semelhantes às da laranja, porém sua casca se separa com muito mais facilidade. Também chamada de mexerica e laranja-cravo. E o único Citrus que oferece pouquíssimas variedades. há espécies híbridas sem sementes ou então de tamanho muito grande, corno a ponkan. Embora tenham todas quase o mesmo aspecto, possuem óleos voláteis diferentes. Do cruzamento da mexe-rica com a laranja-da-terra, obteve-se urna variedade de frutos doces (Clementine) muito cultivada na Argélia.


Citrus bergamia (bergamota)


Imagem de Alongkorn Tengsamut por Pixabay 


Esta espécie é muito cultivada no Sul da Itália. Seu fruto esférico tem mais ou menos 10 cm de diâmetro e uma fina casca amarela. O mais importante na bergamota é o seu óleo (não produzido no Brasil), ingrediente insubstituível de perfumes e da genuína água-de-colônia. O termo bergamota, usado no Sul do Brasil para designar a mexerica ou tangerina, não tem nada a ver com a verdadeira bergamota.


Citrus medica (cidra, limão-grande)


Imagem de Bishnu Sarangi por Pixabay 


Um fruto cítrico grande, oval, com urna protuberância na ponta. Sua casca é usada para fazer doce, aproveitando-se o mesocarpo, que é muito espesso. Compreende variedades ácidas, com flores purpúreas por fora e brancas por dentro. As variedades doces têm flores inteira-mente amareladas. Encontra-se a cidra no Brasil, mas ela é produzida em grande es-cala pelos países do Mediterrâneo e Por-to Rico.


Citrus limou (limão)


Imagem de Johanna Pakkala por Pixabay 


Depois da laranja, o limão é a mais cultivada das frutas cítricas e a mais rica em vitamina C. Seu óleo, de agradável aroma, é utilizado em perfumaria como ingrediente de água-de-colônia e na confecção de sabonetes. Além disso, é usado em certos licores, doces e compotas, e também como aromatizante de medicamentos, principal-mente os de uso pediátrico.


Citrus aurantifolia (lima)


Imagem de Robert Owen-Wahl por Pixabay 


Foi introduzida na Europa por volta dos séculos XII e XIII, vinda do Oriente Médio. lima-da-pérsia, como também é conhecida, tem casca muito fina, lisa, verde-amarelada. A variedade chamada lima-de-umbigo é um pouco achatada no ápice e tem uma casca espessa.


Citrus japonica (laranja-japonesa ou kumquat)


Imagem de Jirreaux Hiroé por Pixabay 


Também conhecida como kinkan, é um arbusto de frutos pequenos, pouco maiores que uma cereja. O fruto é comido com a casca, geralmente doce e perfumada, enquanto a polpa pode ser azeda ou doce. nativa da Asia oriental e há muito tempo que é cultivada na China e no Japão. No Brasil, o seu cultivo é ainda incipiente, restringindo-se a determinadas áreas e a agricultores de origem japonesa.


Citrus paradisi (grapefruit)


Imagem de Bob por Pixabay 


Originário, provavelmente, das ilhas malaias e polinésias, o grapefruit é pouco conhecido no Brasil. Mas seu cultivo, bem como a produção de seu óleo, está crescendo gradualmente entre nós. Suas flores são grandes e brancas e os frutos pesam de 290 a 400 gramas. Têm urna casca fina, gosto forte e quase ácido, mas agradável, e sua cor é amarelo-limão. É um fruto rico em vitaminas e possui propriedades estimuladoras do apetite. O Texas e a Flórida (EUA) quase monopolizam a sua produção.


Aplicações industriais


Como acontece freqüentemente com as plantas de importância comercial, foram produzidas muitas variedades, usadas na industrialização de frutas cítricas, que têm dois subprodutos importantes: o ácido cítrico, obtido por processos de fermentação, e a pectina. Esta constitui de 5 a 10% do mesocarpo do fruto e é usada na fabricação de geleias. A pectina tem também aplicação na medicina agindo corno um absorvente para bactérias.


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