Quais são os efeitos do fogo nos ecossistemas florestais?
Quais são os efeitos do fogo nas florestas? Eles podem
ser devastadores ou são benéficos para o ecossistema?
Imagem de WikiImages por Pixabay |
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QUAIS SÃO AS CAUSAS DAS QUEIMADAS NAS FLORESTAS?
O fogo nos
ecossistemas florestais pode ser entendido como o resultado da união do oxigênio presente no ar, com o carbono existente na orgânica da
vegetação, o qual é iniciado por uma fonte de ignição ou mesmo por uma alta
temperatura no ambiente. Este processo está associado a presença de fatores climáticos
favoráveis tais como umidade relativa,
precipitação pluviométrica, temperatura e vento. O fogo pode ser originado de um incêndio natural, queima
controlada, uma queima acidental ou até intencional.
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OS EFEITOS DO FOGO NOS ECOSSISTEMAS
Os efeitos do fogo
nos solos podem ser descritos com estudos dos aspectos físicos, químicos e
biológicos. Dentre as mudanças que ocorrem no aspecto físico podemos citar a
variação de temperatura e umidade, alterações da estrutura e
porosidade do solo, etc. No meio químico ocorre alterações do PH do solo, volatilização
dos elementos químicos presente na biomassa, mineralização da matéria orgânica, dente outras. No aspecto biológico
podemos observar mudanças na fauna do solo, que inclusive, levam às alterações
das propriedades físicas e químicas do recurso dos solos.
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Efeitos do fogo no solo
A remoção da
serapilheira é um dos processos mais perceptíveis do fogo nas florestas. Esta
situação expõe o solo mineral diretamente ao impacto das gotas de chuvas,
levando portanto a perda da estrutura das camadas superficiais. Essa
desestruturação pode ser ainda mais crítica quando se tem excesso de material
combustível, pois, nessas situações, o fogo acaba atingindo temperaturas mais
elevadas o que pode acarretar a fusão desses solos. Essa situação, embora de
difícil ocorrência, é mais propicia em florestas de idades mais avançadas já
que as mesmas apresentam maiores quantidades de restos vegetais depositados
sobre o solo, ou seja, mais matéria orgânica para queima.
A destruição da
camada orgânica causada pelo fogo expõe o solo às intempéries do clima, provocando
assim modificações nas suas propriedades físicas, principalmente no que se
refere a porosidade e penetrabilidade de água, tornando-os mais susceptível aos
processos de erosão. Em consequência em nível microscópico, o fogo também produz
cinzas que causam entupimento dos macroporos afetando desta forma a porosidade
do solo. Assim, ocorre uma redução da taxa de infiltração e um aumento do
escorrimento superficial o que potencializa ainda mais os riscos de erosão.
Uma outra forma de
perda dos elementos minerais ocorre pelo transporte das cinzas através de uma
coluna de convecção de calor. Esse processo pode representar perdas
significativas em solos florestais já que o estoque de biomassa nesses
ecossistemas geralmente são mais expressivos o que propicia a ocorrência de
fogo de alta intensidade, trazendo por consequências maiores perdas.
Um outro aspecto
importante que deve ser levado em conta, é o efeito do fogo na umidade do solo.
A morte da cobertura vegetal pelo fogo pode levar a redução de perdas de
umidade por transpiração e interceptação, o que poderia proporcionar um aumento
da umidade do solo, dependendo dos efeitos sobre a matéria orgânica, já que
esta, quando drasticamente afetada, pode levar a uma redução significativa da
umidade.
A temperatura também
é um aspecto físico de grande importância, podendo no entanto apresentar efeitos
a curto e médio prazo. A curto prazo o fogo causa aumento da temperatura
superficial do solo pela liberação de energia durante a combustão, podendo
atingir inclusive 1000 ºC na superfície, com redução significativa nas camadas
inferiores. Em solos florestais estas temperaturas são mais críticas dada ao
excesso de material para queima, como lenha, gravetos, folhas secas e vegetação
de sub-bosque. A longo prazo, o escurecimento da superfície queimada irá
proporcionar maior absorção da radiação solar.
EFEITOS QUÍMICOS DO FOGO SOBRE AS FLORESTAS
Além das alterações
físicas, podem também ocorrer no solo algumas mudanças químicas após a ação do
fogo. O efeito químico mais imediato do fogo é a liberação de elementos
minerais. O fogo acelera a mineralização da matéria orgânica do solo, fazendo
em poucos minutos um trabalho que em condições normais poderia levar meses ou
até anos. O grande problema desse processo no entanto é a rápida liberação de
nutrientes num curto espaço de tempo. Essa quantidade liberada é portanto muito
superior a capacidade de assimilação das plantas, ocorrendo assim perdas por
erosão (eólica e/ou hídrica), lixiviação ou percolação. Apesar dessa rápida
mineralização proporcionar perdas de nutrientes, em determinados casos, ela
pode ser desejável e favorável para o ecossistema.
A sim vantagens do
fogo na incorporação de material lenhoso dentro de solos florestais. A
ocorrência do fogo de baixa intensidade, além de ser desejável, acaba sendo uma
prática recomendável. A volatilização é um outro processo químico proporcionado
pelo fogo. Os efeitos da queima de resíduos de florestas de eucalipto sobre as
perdas de nutrientes do sitio mostraram que o fogo libera os nutrientes da
biomassa de forma substancial, más uma proporção considerável desses nutrientes
mineralizados é perdida por volatilização. Os elementos mais susceptíveis aos
processos de volatilização são o nitrogênio
(N) e o enxofre (S).
A variação de PH do solo é um outro
efeito químico proporcionado pelo fogo. A liberação de bases durante a
combustão dos resíduos vegetais promove uma elevação do PH do solo. Quando a
matéria orgânica é queimada, as substâncias nela contida são liberadas em forma
de óxidos que são depositados como cinzas na superfície do solo. Estas cinzas,
geralmente ricas em óxidos solúveis de bases, se transformam em carbonatos
capazes de neutralizar a acidez do solo.
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EFEITOS BIOLÓGICOS DO FOGO SOBRE OS ECOSSISTEMAS
O fogo no solo altera
também a dinâmica populacional dos microrganismos ali viventes. Em razão de sua
alta porosidade o solo apresenta baixa condutividade térmica, proporcionando no
momento da queima, maiores temperaturas apenas na interface solo. Tal fato
explica, em parte, a sobrevivência de alguns microrganismos após o fogo.
Embora os efeitos do
fogo sejam atenuados nas camadas mais inferiores do solo, a micro e mesofauna
do horizonte orgânico são bastante susceptíveis a tal processo. Dessa forma,
ocorre uma grande redução do número de indivíduos no solo após a queima. Porém,
algumas condições proporcionadas pelo fogo podem favorecer a proliferação de microrganismos,
tais como: redução da acidez, aumento da temperatura média do solo, diminuição
da competição, aumento da disponibilidade de nutrientes e maior mobilidade dos
propágulos.
O fogo proporciona a
liberação de uma grande quantidade de nutrientes para o solo, principalmente
daqueles que são menos susceptíveis ao processo de volatilização como é o caso
do cálcio. Esse elemento é encontrado em grandes proporções nas cascas de
árvores de eucalipto, assim, a queima dos restos florestais de espécies desse
gênero acaba disponibilizando grande quantidade desse mineral para o solo. Este
nutriente apresenta inclusive um efeito favorável no crescimento de bactérias.
Portanto, vários são os fatores que propiciam o crescimento de microrganismos
no solo após o fogo.
Pesquisas mostram que
as elevações das concentrações de nitrato após a queima estão associados ao
aumento das populações de bactérias nitrificantes, essenciais para manutenção
do solo.
Além desses microrganismos,
existem também a mesofauna a qual desempenha um importante papel na permeabilizarão
do solo e na decomposição dos restos orgânicos vegetais. Como vocês podem ver o
fogo compromete a sobrevivência dos componentes bióticos do solo no momento da
queima, porém a situação condicionada por esse processo pode vir a favorecer a
proliferação desses organismos no futuro.
O fogo pode ser
considerado um rápido decompositor, proporcionando em curto espaço de tempo, a
mineralização da matéria orgânica do solo. Tal processo quando realizado pelos microrganismos
do solo pode levar meses ou até mesmo anos. Assim, o fogo em conjunto com a
vida microbiana pode constituir num mecanismo necessário ou até mesmo dominante
na mineralização da biomassa morta do solo, principalmente nos ecossistemas
frios e secos.
Contudo, o fogo
altera as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, sendo essa
transformação diretamente proporcional a sua intensidade. A ação do fogo tanto
na forma manejável quanto de forma acidental pode trazer efeitos positivos e
negativos, mas não é recomendável que você utilize o fogo para fins positivos,
é preferível que a natureza tome seu curso, como dito no início tem as causas
naturais, então se você tentar usar uma técnica para benefícios, pode acabar
piorando a situação.
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Referências
Landa; Giovanni
Guimarães. Ecologia – Uma ciência
complexa vista sob uma linguagem simples. Fundação Mariana Resende Costa.
Primeira edição – 2008.
Laury Cullen Jr.; Rudy Rudran; Cláudio Valladares-Padua. Métodos de Estudos em Biologia da
Conservação & Manejo da Vida Silvestre. Editora UFPR.
no cerrado o fogo e essencial ne?
ResponderExcluirOlá Estanyslau. Sim principalmente no Cerrado, onde no qual muitas espécies e animais e vegetais depende da ação do fogo para sua sobrevivência. Mas a maioria dos ecossistemas tropicais o fogo tem uma função, pois é um fator natural.
ExcluirAgradecemos muito seu comentário, esperamos ter tirado sua dúvida.
Equipe BioOrbis.