Cadeia e rede alimentar: o que é e como funciona?
Todos sabemos que a vida é um ciclo, onde há o
nascimento, desenvolvimento e morte. E em meio esse ciclo é onde há a cadeia
alimentar, por onde tem os processos biológicos e químicos dos seres vivos.
Foto: Cleverson Felix |
VAMOS DESCOBRIR...
A sequência de seres
vivos em que um serve de alimento para o outro é chamada cadeia alimentar. Num
ecossistema existem várias cadeias alimentares, formando uma complexa relação
de transferência de matéria e de energia, denominada rede alimentar ou cadeia
alimentar.
Os níveis tróficos
O conjunto de todos
os organismos de um ecossistema com menos tipo de nutrição constitui um nível
trófico ou alimentar.
Os produtores ocupam,
o primeiro nível trófico; os animais
herbívoros, que são consumidores primários, formam o segundo nível trófico; os animais carnívoros que se alimentam de
herbívoros (consumidores secundários) formam o terceiro nível trófico; os animais carnívoros que se alimentam de
animais carnívoros (consumidores terciários) formam o quarto nível trófico; e assim por diante.
Um organismo por
ocupar mais de um nível trófico, como acontece, por exemplo, com os animais onívoros (omnis = tudo): eles se alimentam de plantas, de herbívoros e de
carnívoros, podendo participar de diversas cadeias alimentares e assim, ocupar
diferentes níveis tróficos.
Os decompositores (veja
no vídeo no início da postagem) formam um grupo especial, nutrindo-se de
elementos mortos provenientes de diferentes níveis tróficos, degradando tanto
produtores e como consumidores.
Habitat e nicho ecológico
O lugar que um
organismo ocupa no ecossistema é o seu habitat, e a descrição de seu modo de
vida constitui o seu nicho ecológico.
Assim, em um ecossistema
representado por uma lagoa, o habitat de uma alga microscópica é a água
superficial. Seu nicho ecológico pode ser assim resumido: as algas necessitam
de luz, de nutrientes minerais, de temperatura adequada, realizam fotossíntese,
reproduzem-se, servem de alimento para alguns animais.
FLUXO DE ENERGIA E CICLO MATÉRIA
Todos os seres vivos
necessitam de matéria prima e de energia para a realização de suas atividades
vitais. Essas necessidades são supridas pelos alimentos orgânicos.
Os organismos produtores
(autótrofos) sintetizam seu próprio alimento orgânico a partir de matéria
não-orgânica, e esse alimento é utilizado por eles e pelos consumidores
(heterótrofos), que não são capazes de executar essa função.
Os principais
produtores são os organismos fotossintetizantes. A energia luminosa do Sol é
transformada em energia química pelos produtores e é transmitida aos demais
seres vivos. Essa energia, no entanto, diminui à medida que passa um consumidor
para outro, pois parte dela é liberada sob a forma de calor e parte é utilizada
na realização dos processos vitais do organismo.
Assim, sempre restará
uma parcela menor de energia disponível para o nível seguinte. Como na transferência
de energia entre os seres vivos não há reaproveitamento de energia liberada, diz-se
que essa transferência é unidirecional e ocorre como um fluxo de energia.
A matéria, no
entanto, pode ser reciclada, falando-se em ciclo da matéria ou ciclo biogeoquímico. Os decompositores são fundamentais nesse ciclo, pois eles
decompõem organismos mortos de todos os níveis tróficos, devolvendo ao ciclo
elementos fundamentais.
Pirâmides ecológicas
As transferências de
matéria e de energia nos ecossistemas são frequentemente representadas de modo
gráfico, mostrando as relações entre os diferentes níveis tróficos em termos de
quantidade. Como ocorre redução de matéria e de energia em cada nível trófico,
essas representações adquirem o formato de pirâmides.
As pirâmides ecológicas
podem ser de número, de biomassa ou de energia. Nelas cada nível trófico é
representado por um retângulo cujo comprimento é proporcional à quantidade do
que está sendo representando: número, biomassa ou energia. A altura desses
retângulos é sempre a mesma.
Pirâmide de números
Indica o número de
indivíduos em cada nível trófico. Por exemplo: em um campo, 5 mil plantas são
necessárias para alimentar 300 gafanhotos, que servirão de alimento a apenas
uma ave.
Nesse exemplo, a
pirâmide tem a base mais larga, pois é necessário grande número de produtores
para alimentar uns poucos herbívoros, que por sua vez, servirão de alimento
para um número ainda menor de carnívoros. Esta é a pirâmide direta.
Existem casos, no
entanto, em que o produtor tem grande porte, como ocorre com uma árvore que
sustenta grande número de herbívoros. Nesse caso, o gráfico de números, apesar
de não ter o formado de pirâmide, pois a base é estreita, é chamado de pirâmide invertida.
Pirâmide de biomassa
A biomassa é expressa
em termos de quantidade de matéria orgânica por unidade de área em dado
momento.
De modo geral, a
biomassa dos produtores é maior que a dos herbívoros, que é maior que a dos
carnívoros. Nesses casos, a pirâmide é direta. Isso ocorre nos ecossistemas
terrestres nos quais, em geral, os produtores têm grande porte.
Do mesmo modo como
acontece com a pirâmide de números a de biomassa pode se apresentar invertida,
o que pode ser verificado em oceanos e lagos, onde os produtores são pequenos e
rapidamente consumidos pelos consumidores primários.
Pirâmide de energia
A pirâmide de energia
é construída levando-se em consideração a biomassa acumulada por unidade de
área (ou volume), por unidade de tempo em cada nível trófico. Por considerar o
fator tempo, a pirâmide de energia nunca é invertida.
Apesar de as
pirâmides de energia representarem satisfatoriamente o fluxo de energia nos
ecossistemas, elas possuem um inconveniente básico comum às outras pirâmides
ecológicas, não mostram o nível dos decompositores, que compõem uma parcela
importante dos ecossistemas.
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Referências
AMABIS, José Mariano;
MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia dos Organismos, classificação, estruturas
e função nos seres vivos. 1ª edição. Editora Moderna, 1998.
LOPES, Sônia; ROSSO,
Sérgio. Biologia. Volume único. Editora Saraiva, 2006.
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