O que é sucessão ecológica? Desenvolvimento e evolução no ecossistema
Você provavelmente já ouviu falar em ecologia e talvez em
sucessão ecológica. Mas você sabe como ela ocorre e sua importância para o
desenvolvimento e evolução no ecossistema?
Foto: Cleverson Felix. |
VAMOS DESCOBRIR...
O desenvolvimento do
ecossistema ou desenvolvimento a curto prazo, mais frequentemente chamado de
sucessão ecológica. A sucessão ecológica pode ser definida como acréscimo ou
substituição sequencial de espécies de uma comunidade, acompanhado de
alterações na abundância relativa das espécies anteriormente presentes e nas
condições físicas e químicas locais, resultando na modificação abrupta ou
gradual da comunidade.
Sucessão ecológica
podemos definir em três termos:
- é um processo
ordenado de desenvolvimento da comunidade que compreende rocas na estrutura da
espécie e nos processos daquela com o tempo;
- resulta da
modificação do meio físico pela comunidade, isto é: a sucessão está controlada
pela comunidade, muito embora o ambiente físico determina o padrão e a
velocidade da mudança, muitas vezes limitando também a extensão do
desenvolvimento;
- culmina em um
ecossistema estabilizado no que se mantém por unidade de energia disponível, um
grau máximo de biomassa e de função simbiótica entre os organismos ali
viventes.
A sequência inteira
de comunidades que se substituem umas às outras numa dada área chama-se sere. As comunidades relativamente
transitórias são chamadas estádios
serais ou estádios pioneiros. O
sistema estabilizado terminal é o clímax,
no qual persiste, teoricamente, até ser afetado por grandes perturbações;
última comunidade biológica em que termina uma sucessão ecológica.
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TIPOS DE SUCESSÃO ECOLÓGICA
Sucessão autogênica e alogênica
Se as mudanças
sucessionais são determinadas, em grande parte, por interações internas, o
processo é chamado de sucessão
autogênica (autogerada), como por exemplo podem ser citadas as mudanças das
propriedades do solo promovidas pelas plantas e animais. Se forças externas no
ambiente de entrada (tempestades, incêndios) afetam ou controlam regularmente
as mudanças, existe uma sucessão
alogênica. Um outro exemplo é: um progressivo abaixamento do lençol
freático em uma encosta e que promove sucessão no ecossistema acompanhando a
diminuição da água disponível pode estar ocorrendo devido ao aprofundamento da
calha do rio, bem abaixo da encosta; o processo de sedimentação que preenche um
lago pode estar ocorrendo devido à erosão nas serras à montante do lago.
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Sucessão autotrófica e heterotrófica
Quando um novo
território é aberto ou se torna disponível para a colonização (depois de um
fluxo de lava vulcânica, ou num campo agrícola abandonado ou numa represa
nova), uma sucessão autogênica geralmente instala-se com um metabolismo de
comunidade não equilibrado, onde a produção bruta é ou maior, ou menor, do que
a respiração da comunidade e prossegue em direção a uma condição mais
equilibrada. Quando a produção bruta é maior que a respiração se trata de uma sucessão autotrófica, e quando a
produção é menor que a respiração, a sucessão é dita heterotrófica.
Sucessão primária, secundária e cíclica
A sucessão que se inicia
num substrato totalmente desocupado, em vegetação, ou melhor, sem contribuição
de comunidades anteriormente presentes é chamada de sucessão primária. Exemplos comuns são os processos de sucessão em
dunas de areia e praia, em derrames de lava vulcânica, em depósitos glaciais e
em lagos e brejos em processo de drenagem ou sedimentação. Quando ocorre
reposição da comunidade clímax de certa área após esta mesma sofrer um
distúrbio natural ou promovido pelo homem, a sucessão é chamada de secundária. Exemplos comuns são os processos
de sucessão em plantações e pastagens abandonadas, em florestas após o corte
raso ou incêndio e em clareiras surgidas nas florestas devido à morte e queda
de grandes árvores (veja no vídeo no início da postagem). Quando as perturbações
que vão dar início a uma sucessão são rítmicas (aparecendo após intervalos mais
ou menos regulares), seja por causa de um ambiente cíclico de entrada, seja por
causa do próprio desenvolvimento da comunidade, o ecossistema sofre o que
logicamente pode-se chamar de sucessão
cíclica.
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DESENVOLVIMENTO AUTOGÊNIGO DA SUCESSÃO ECOLÓGICA
As mudanças que podem
ser esperadas (tendências) nas principais características estruturais e
funcionais do desenvolvimento autogênico veremos agora.
As tendências
representam aquelas que foram observadas quando predominam processos internos,
de dentro da comunidade. O efeito de perturbações externas (forças geológicas,
tempestades, perturbações humanas, etc) pode inverter ou modificar de outra
forma estas tendências de desenvolvimento. Por exemplo, eutrofização de um
lago, seja natural ou artificial, ocorre quando nutrientes e solo entram no
lago desde o exterior, ou seja, a partir da parte terrestre da bacia hidrográfica.
Isto equivale ao acréscimo de nutrientes ao microecossistema laboratorial ou a
fertilização de um campo; o sistema sofre uma regressão, em termos sucessionais, para estágios anteriores de
crescimento rápido. A sucessão alogênica deste tipo é, em muitos aspectos, o
inverso da sucessão autogênica. Quando o efeito de processo alogênicos supera
consistentemente o de processos autogênicos, como no caso de muitos tanques e
pequenos lagos, o ecossistema, além de não conseguir estabilizar-se, também
pode extinguir-se, ficando colmatado com matéria orgânica e sedimentos, vindo a
ser um brejo ou uma comunidade terrestre. Eis o destino final de lagos
artificiais sujeitos á erosão artificial acelerada.
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Substituição de espécies
Uma substituição mais
ou menos contínua de espécies ao longo do tempo é característica da maioria das
séries sucessionais (seres). As mudanças na composição de espécies da vegetação
são chamadas de “florística de revezamento”, havendo, naturalmente, também a “faunística de revezamento”, pois as espécies animais também se substituem no sere. Ao
longo da sucessão as espécies estrategistas r (oportunistas) vão sendo
substituídas por espécies estrategistas K (de equilíbrio).
Os processos que
governam a sucessão decorrem do efeito que uma espécies colonizadora inicial ou
anterior tem sobre as colonizadoras seguintes ou invasoras em potencial.
EVOLUÇÃO DO ECOSSISTEMA
Evolução do
ecossistema se refere ao desenvolvimento a longo prazo do ecossistema.
Esta evolução do ecossistema
é regida por:
- forças alogênicas
(externas), tais como mudanças geológicas e climáticas;
- processos
autogênicos (internos), que resultam das atividades dos organismos do
ecossistema.
Os primeiros
ecossistemas, há três bilhões de anos, foram povoados por minúsculos
heterótrofos anaeróbios que viviam de matéria orgânica sintetizada por processos
abióticos. Depois veio a origem e a explosão populacional de algas autotróficas, que, segundo se acredita, desempenharam um papel dominante na
conversão de uma atmosfera reduzida em uma oxigenada. Desde aquela época, os
organismos evoluíram durante as longas idades geológicas para produzir sistemas
cada vez mais complexos e diversos que conseguiram o controle da atmosfera e
são habitados por espécies multicelulares maiores e mais altamente organizadas.
Acredita-se que a mudança evolutiva ocorre principalmente através da seleção
natural ao nível da espécie ou abaixo dele, porém a seleção natural acima deste
nível também é importante.
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Evolução pela seleção natural
Seleção Natural é a
força criativa que dirige o curso da evolução preservando as variantes ou
estratégias reprodutivas que melhor se adaptam em relação à competição natural.
Espécie é uma unidade
biológica natural unida por um “pool” gênico comum. A evolução envolve mudanças
nas frequências gênicas que resultam de pressão seletiva do ambiente e de
espécies interativas; mutações recorrentes; e deriva gênica (mudanças na estrutura
gênica).
A especiação
(formação de novas espécies) e o desenvolvimento da diversidade de espécies,
ocorre quando o fluxo gênico dentro do “pool” comum é interrompido por um
mecanismo isolador.
- Especiação
alopátrica: quando ocorre um isolamento através da separação geográfica de
populações originadas de um ancestral comum.
- Especiação
simpátrica: quando o isolamento ocorre através de meios ecológicos ou genéticos
na mesma área.
- Coevolução: é um tipo de evolução a
nível de comunidade. Interações evolutivas entre organismos em que a permuta de
informações genéticas entre os tipos é mínima ou ausente.
- Seleção de Grupo: é a seleção natural
entre grupos ou entre organismos não necessariamente ligados intimamente por
associações mutualísticas.
Referências
Landa; Giovanni
Guimarães. Ecologia – Uma ciência complexa vista sob uma linguagem simples.
Fundação Mariana Resende Costa. Primeira edição – 2008.
Laury Cullen Jr.;
Rudy Rudran; Cláudio Valladares-Padua. Métodos de Estudos em Biologia da
Conservação & Manejo da Vida Silvestre. Editora UFPR.
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