O que é o estudo do comportamento animal?
Nosso
interesse pelos animais está enraizada em nos nossos ancestrais, gravadas até
nas pinturas rupestres. E com isso aprendemos desde então muitas coisas sobre
eles.
Libélula-de-olho-azul (Micrathyria catenata). Foto: Cleverson Felix. |
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Muito o que sabemos hoje, devemos a
grandes cientistas que estudaram e escreveram seus trabalhos para que hoje
possamos ter uma ciência cada vez mais completa. E no comportamento animal
também é assim. Muitos naturalistas dos séculos passados não tinham celulares
nem computadores para registrar o comportamento dos animais, mas sim um simples
lápis e um pequeno caderno de campo, e só com isso fizeram grandes descobertas
e feitos incríveis. Por isso nós aqui do BioOrbis, sempre enfatizamos a você
leitor a sempre largar um pouco as novas tecnologias e utilizar o que esses grandes
cientistas usavam no passado para poder sentir e até mesmo quem sabe descobrir
algo novo.
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Definição do comportamento animal
Há muitas definições para
Comportamento Animal. Como toda grande área dentro da Biologia, as definições
de comportamento também sofrem alterações, adaptações, aperfeiçoamentos, de
tempos em tempos. Talvez a definição mais simples e precisa seja aquela que
define o comportamento como sendo tudo aquilo que um animal faz ou... deixa
de fazer.
Quando vemos um animal correndo,
pulando, se lambendo ou predando uma presa, fica muito claro que esse animal
está exibindo algum tipo de comportamento não é mesmo? Entretanto, é bom
lembrar que os animais podem exibir comportamentos nos quais deixam de realizar
atividades que envolvem movimentações ou deslocamentos. Ao nosso olhar, parece
que não estão fazendo nada. Por exemplo, dormir, hibernar, congelar-se ou
fingir-se de morto, o que é denominado em biologia tanatose. Mesmo quando um animal aparentemente não está fazendo
nada, esse “não fazer nada”, também representa um tipo de comportamento e tem
sua função. Assim sendo, podemos sim entender comportamento como sendo o conjunto de todos os atos que um animal
realiza ou deixar de realizar.
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Quatro termos básicos para iniciar uma descrição em comportamento animal
O comportamento é hoje uma linha de pesquisa muito difundida não somente entre nós biólogos, incluindo também ecólogos, zoólogos, geneticistas, parasitologistas, zootecnistas, médicos e alguns agrônomos. Por isso é necessário uma padronização para melhor entendimento do estudo do Comportamento Animal e de suas aplicações na Ecologia Comportamental.
Vamos a um pequeno jogo, na imagem abaixo, como você descreveria a postura e posição desse belo beija-flor? Observe, pense e tente escrever nos comentários, antes de continuar a leitura da postagem.
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Imagem de Yan Cabrera por Pixabay |
1
– Postura: quando
falamos em postura, estamos nos referindo às partes do corpo de um animal, em
relação a ele mesmo. Assim, sendo, o beija-flor apresenta postura normal de
pouso, ou seja, está apoiado sobre um ramo de uma árvore, com as asas fechadas,
o corpo perpendicular ao ramo (postura “ereta”), com a cabeça direcionada para
sua frente e bico fechado.
2
– Posição: quando à posição, podemos dizer que o
beija-flor está apoiado, ou pousado, sobre o ramo de uma árvore. Na descrição
da posição, procuramos indicar agora a relação entre as partes do animal e o
habitat, o substrato mais próximo, um referencial do meio onde ele está.
É claro que é difícil separar postura
de posição na descrição de um comportamento e o modo mais simples, geralmente o
mais correto para descrever o animal da foto. Poderia ser de uma maneira bem
mais simples assim: “o beija-flor esta pousado sobre um ramo de uma árvore”,
sendo o termo “pousado” referente à postura e expressão “sobre um ramo”
relacionada à posição dele no meio.
Ai você deve estar perplexo agora
achando uma grande bobagem, pois talvez o que você escreveu nos comentários foi
uma coisa totalmente diferente. Mas é comum encontrarmos em artigos e textos
científicos, ou em painéis de congressos, confusões como: “o beija-flor está posicionado com as asas fechadas, numa postura frontal a uma árvore com flores”,
o que constitui uma inversão total do correto uso dos termos descritivos
básicos do comportamento.
Outros dois termos de uso muito comum
é o movimento e deslocamento. O movimento
deve ser empregado no sentido de descrever mudanças de postura, ou seja,
das partes do corpo de um animal em relação a ele mesmo. Já o deslocamento considera as mudanças de
posição, ou seja, do animal em relação ao meio onde ele está. Esses dois termos
costumam ser usados de modo trocado, com muito mais frequência do que você pode
imaginar.
Essas descrições de maneira bem explicativa pode ser chato para você. Mas se no passado alguém se deu ao trabalho de padronizar uma linguagem científica, em qualquer que seja a área do conhecimento, nós devemos, por respeito e responsabilidade, acatar e utilizá-la, ou questioná-la e apresentar uma nova proposta não é mesmo? Mas é claro que se você fizer uma descrição com o uso da linguagem correta e a precisão da redação, irão aumentar as chantes de seu texto ou estudo ser bem entendido tendo sucesso na transmissão de sua mensagem, e claro se for um trabalho científico ser aceito em revistas científicas.
Referências
DEL-CALRO, Kleber. Introdução à ecologia comportamental. Um manual para o estudo do comportamento animal. Editora Technical Books. 1ª Edição, 2010.
LANDA, Giovanni Guimarães. Ecologia – Uma ciência complexa vista sob uma linguagem simples. Fundação Mariana Resende Costa. Primeira edição – 2008.
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