Como a neve é formada?

Você já se perguntou como se forma a neve? E por que neva em alguns lugares e outros não?


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VAMOS DESCOBRIR...

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Não é difícil descobrir as maravilhas do mundo que nos rodeia: Numa gota de água, num floco de neve, na asa de um inseto, na pétala de urna flor, encontram-se coisas fascinantes

Quando se observa um floco de neve através de uma boa lente de aumento, não se pode deixar de perguntar como e por que, nessa minúscula gotinha de água gelada, a natureza construiu uma forma geométrica absoluta-mente perfeita. A resposta a essa pergunta requer conhecimentos sobre a estrutura cristalina. Mas se a questão for como e por que se formam os flocos de neve, então a resposta é mais simples.

O primeiro estudioso que observou a forma hexagonal dos cristais de neve foi o sueco Olav Magnus (1490-1558). Mais tarde, em 1665, o físico inglês Robert Hooke (1635-1703) publicou uma obra na qual apresentou várias ilustrações dos cristais de neve, por ele observados ao microscópio. Acredita-se que a variedade estrutural dos cristais de neve mantenha alguma relação com o tipo de ar em que se origina a neve.

Por que neva?


Ao se desprenderem de um líquido, as moléculas de água dispersam-se no ar, formando o vapor de água. Por ser mais leve que o ar (um litro de ar pesa 1,293 gramas; um de vapor, cerca de 0,80 gramas), o vapor se eleva do mar, dos rios e lagos, animais e plantas.

Nas camadas mais altas da atmosfera, o ar é incapaz de acumular grande quantidade de vapor e, por isso, satura-se facilmente. Uma experiência bem simples permite compreender o que é a saturação: mergulhe-se uma esponja na água; quando saturada, ou seja, em-bebida ao máximo, a esponja poderá ser submersa novamente que não absorverá nem mais uma gota de água. Se isso ocorresse, a esponja ficaria super aturada. É, o que acontece com o ar: à medida que atinge camadas atmosféricas de temperaturas mais baixas, passa a conter uma quantidade de vapor maior do que a necessária para saturar-se; diz-se, então, que está supersaturado.

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Os núcleos de condensação


Neste momento, estão presentes dois dos fatores necessários para a produção de neve: ar supersaturado de vapor e temperatura muito baixa (de 12 a 20°C abaixo de zero). Falta, porém, uma terceira condição, muito importante: os núcleos de condensação. Estes são corpúsculos sólidos que vagueiam no ar, tão minúsculos quanto grãozinhos de areia ou partículas de fumo. Reunidas essas três condições, forma-se a neve, do seguinte modo:

1. As moléculas de vapor de água se aproximam, aderem umas às outras em torno do núcleo de condensação e formam pequenas gotas de água.
2. As gotículas solidificam-se rapidamente, isto é, passam do esta-do liquido ao sólido, ao mesmo tempo que formam um grande número de diminutas agulhinhas de gelo.
3. As agulhinhas de gelo se reúnem, durante a descida, em for-mas geometricamente perfeitas: os cristais.
4. Certo número de cristais reunidos forma, enfim, os flocos de neve.

As partículas de neve


As partículas de neve demoram geralmente de 8 a 10 minutos para chegar até o solo, depois de terem se deslocado cerca de 1 ou 2 km. A distância que percorrem é maior quando procedem dos cirros, nuvens brancas e leves, situadas nas regiões superiores da atmosfera, entre 6 000 e 11 000 metros de altitude. As partículas podem ter a forma de cristais assimétricos. Isto acontece quando a partícula já formada é alcançada por quantidades adicionais de vapor de água, que a ela aderem, dando-lhe as mais diversas formas. Ou então quando os cristais se constituem dos fragmentos de outros, que se partiram por fricção, e sob condições favoráveis à concentração de uma grande massa de cristais em certas camadas atmosféricas. Às vezes também as partículas de neve têm o aspecto de uma poeira fina. Aparentemente, esta poeira é formada de pequenos cristais, que em parte se modificaram ao passar por camadas atmosféricas de temperatura superior a zero grau centígrado. Os cristais de neve apresentam ainda a forma de estrela. Os mais perfeitos cristais estrelados originam-se nas nuvens baixas, localizadas em níveis de pouca umidade e fracos ventos.

O homem que vive nas regiões atingidas pela neve deve levar em conta esse fenômeno da natureza, principalmente na construção de casas e estradas. O telhado das casas, por exemplo, é projetado tendo em vista a resistência que deverá oferecer ao peso da neve que sobre ele se acumulará. O peso da neve varia conforme seu tipo: calcula-se, na prática, que a neve seca pese cerca de 80 a 190 quilos por metro cúbico, e a neve aquosa, de 200 a 800 quilos. Assim, o telhado deve suportar um peso de aproximadamente 100 quilos por metro cúbico. É por isso que nas regiões muito frias, onde as nevadas são freqüentes, os telhados são bem inclinados: graças à inclinação, a neve desliza mais rapidamente e não se acumula em grande quantidade, nem força o telhado com seu peso. No Pólo Norte, os esquimós constroem suas casas (ou iglus) em forma semi-esférica, utilizando a própria neve. E vivendo dentro da neve eles se protegem do frio. Não é paradoxal; ao contrário, é bastante lógico: a neve é excelente isolante térmico, e, portanto, isola também do frio. Outra construção típica dos locais atingidos pelas nevascas são os parapeitos e barreiras que se fazem nas montanhas para conter as temíveis avalanchas (precipitação da neve acumulada nas encostas). Ainda como proteção contra as avalanches constroem-se túneis ou galerias, que permitem trânsito seguro nas montanhas nevadas.

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A neve e suas conseqüências


Sem dúvida a neve é bonita, enfeita a paisagem, dá um toque de Natal às cidades. Mas não é só isso o que a neve faz. Acumulada nas montanhas, a neve :constitui reservas de água. Sobre a terra, protege-a contra o congelamento e defende das geadas os tubérculos, cereais e raízes. Isto porque, enquanto em camadas mais altas a temperatura da neve é inferior a 0°C, em contato com o solo e aumenta, chegando a 0°C, maior portanto que a temperatura do solo nas regiões de inverno rigoroso.

Neve no Brasil?


No Brasil, a precipitação de neve é fato pouco freqüente. No entanto, em algumas regiões ao sul do País, a neve é comum: no Estado do Rio Grande do Sul (exceto na depressão central, no litoral e no vale do Uruguai) e em alguns pontos dos Estados de Santa Catarina e Paraná. No planalto e na serra do Nordeste do Rio Grande do Sul as nevadas atingem grandes proporções, não sendo raras espessuras de neve superiores a 10 centímetros; às vezes até, essas camadas atingem cerca de um metro de altura. No planalto de São Joaquim (cidade do Estado de Santa Catarina) as nevadas são abundantes; formam espessas camadas de neve, transformando a localidade numa reprodução bastante fiel das paisagens europeias de inverno. Quanto ao Paraná, as regiões dos pinheirais são as mais visitadas pela neve. Durante o inverno, essas zonas do Sul do Brasil são procuradas como centros turísticos, que bem aproveitados pode-Tão rivalizar com as mais famosas "capitais" sul-americanas da neve, como Bariloche (Argentina).

Como é o cristal de neve


Se tivéssemos a possibilidade e a paciência de examinar algumas centenas ou milhares de cristais ao microscópio, não encontraríamos dois deles com a mesma forma. Comprovaríamos então algo que parece inacreditável: desde a primeira nevada até hoje, jamais caíram na terra dois cris-tais de neve iguais. Ainda outra coisa nos surpreenderia: embora infinitamente diversos nas formas, todos os cristais possuem seis pontas. Por quê? É mais um dos mistérios da natureza essa minúscula maravilha, que pesa apenas 1/200 g e tem diâmetro entre 2 e 4 mm.

Onde cai a neve?


Nos lugares em que a temperatura é permanentemente elevada, jamais neva. Ou antes, neva apenas nas montanhas, onde a temperatura é sempre baixa, e nunca nas planícies. Nos altos cumes, os cristais podem formar as nevadas, que alimentam as geleiras e as neves eternas. Nas regiões polares, formam espessas calotas glaciais, notavelmente extensas na Groenlândia e Antártida. o limite equatorial da neve, ou seja, a linha além da qual jamais neva (ao nível do mar), situa-se a 300 de latitude ao norte e a sul.

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