VOCÊ SABIA QUE EXISTEM VAMPIROS? OU MELHOR MORCEGOS-VAMPIROS!
Morcegos-vampiros?
Sim e eles realmente chupam sangue, mas não de seres humanos e sim de animais.
Dessa maneira, morcegos contribuem substancialmente para a estrutura e dinâmica dos ecossistemas, pois atuam como polinizadores, dispersores de sementes, predadores de insetos (incluindo pragas agrícolas), fornecedores de nutrientes em cavernas e vetores de doenças silvestres, dentre outras funções.
MORCEGOS VAMPIROS
Possuem ainda o
extraordinário sentido da ecolocalização (biosonar ou orientação por ecos),
que utilizam para orientação, busca de alimento e comunicação.
Morcegos-vampiros são morcegos cuja fonte de alimento é sangue, um tipo de dieta chamado hematofagia. Existem três espécies de morcego que se alimentam apenas de sangue: Desmodus rotundus, Diphylla ecaudata e Diaemus youngi. Todas as três espécies são nativas das Américas, estando distribuídas desde o México ao Brasil, Chile e Argentina.
Os mistérios dos morcegos hematófagos
De todos os animais existentes no
planeta terra, talvez o mais polêmico e mais injustiçado seja o morcego
hematófago. Popularmente conhecidos como “morcegos vampiros”, os morcegos
hematófagos se alimentam exclusivamente de sangue de animais vertebrados.
Das três espécies existentes, duas se
alimentam do sangue de aves (Diphylla
ecaudata e Diaemus
youngii) e uma ataca também, além das aves, mamíferos (Desmodus rotundus).
Estes morcegos se caracterizam pela extrema agilidade no solo, visto que
na maioria das vezes fazem a abordagem da presa no próprio chão. Utilizam os
eficientes sensores térmicos do nariz para a localização de uma veia próxima da
pele do animal atacado. Com os dentes incisivos realizam um rápido corte e um
ingrediente presente na saliva desses morcegos evita a coagulação do sangue. A
partir daí, os morcegos hematófagos se alimentam do sangue do animal atacado
por um período de 20 minutos, em média.
Outra característica curiosa desses
animais é a presença de um anestésico natural em sua saliva que inviabiliza as
chances da vítima de sentir alguma irritação com sua mordida.
Os morcegos vampiros desenvolveram um tipo de sociedade bem estruturada, com fortes vínculos sociais entre os membros da colônia. Além disso, eles também têm a capacidade de se reconhecerem pela voz e pelo cheiro.
Essa característica é de extrema
importância para a sobrevivência dos morcegos, visto que quando não conseguem
obter alimento podem “pedir” um pouco a outro morcego da colônia com o qual
tenha desenvolvido ligação social.
É bom salientar que morcegos são
animais protegidos por Lei de Proteção à Fauna,
uma vez que exercem um importante papel na polinização e no controle da
população de insetos. Sendo assim, sua caça, perseguição ou destruição é crime
previsto em lei.
AS ESPÉCIES DE MORCEGOS-VAMPIROS
Morcego vampiro - Desmodus rotundus
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Fonte da imagem: Wikipedia/ Autor da foto: Desmodus/A utilização deste ficheiro é regulada nos termos da licença Creative Commons - Atribuição-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada. |
Classificação
Científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Chiroptera
Família: Phyllostomidae
Subfamília: Desmodontinae
Gênero: Desmodus
Espécie: D. rotundus
O Desmodus rotundus, conhecido vulgarmente como morcego-vampiro, é um morcego da família Phyllostomidae, encontrado no México e toda América do Sul. A espécie habita geralmente tocas ou cavernas muito úmidas, possuindo pelagem fina e sedosa, com as partes superiores marrom-escuras e as inferiores mais claras.
Estes morcegos conseguem
caminhar no solo, apoiando-se nos seus dedos e costumam morder suas presas nas
orelhas, dedos e outras extremidades, pois são locais de difícil percepção. Ao
contrário do que as pessoas pensam, os morcegos vampiros não chupam, e sim
lambem o sangue que sai da mordida deferida por eles. Sua saliva contém uma
substância anticoagulante que está sendo pesquisada para uso em doenças
circulatórias.
É considerado pouco preocupante pela IUCN.
É considerado pouco preocupante pela IUCN.
Morcego vampiro - Diphylla ecaudata
Classificação Científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Chiroptera
Família: Phyllostomidae
Subfamília: Desmodontinae
Gênero: Diphylla (Spix, 1823)
Especie: D. ecaudata
Diphylla
ecaudata é um tipo de
morcego que se alimenta quase que exclusivamente de sangue de aves que repousam
em árvores e, em alguns casos, de aves domésticas, principalmente galinhas.
Possui olhos
grandes, orelhas pequenas e arredondadas, folha nasal pouco desenvolvida. A
principal diferença morfológica da espécie e que é particularmente útil para
separá-los outros gêneros de Desmodontinae é o calcâneo maior, característica
provavelmente associada ao hábito mais arborícola que as outras espécies
(Schutt, 2008). Habita cavernas e, de modo mais raro, ocos de árvores (GREENHAL
et al. 1984).
Está presente em 13 dos 26 estados brasileiros. Ocorre em Santa Catarina, mas não possui registros de ocorrência, até o momento, no Rio Grande do Sul. No Estado do Paraná a espécie foi classificada como Vulnerável (MMA, 2003).
É
considerado pela IUCN como espécie Vulnerável, em seu estado de
conservação.
Morcego vampiro - Diaemus youngi
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Classificação Científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Chiroptera
Família: Phyllostomidae
Subfamília: Desmodontinae
Gênero: Diaemus (Miller, 1906)
Espécie: D. youngi
Diaemus youngi é um morcego hematófago que se alimenta preferencialmente do sangue de aves.
A pelagem é parda amarelada e a dorsal é mais
escura que a ventral. O focinho é alongado, a língua comprida com numerosas papilas na extremidade distal; os dentes molares são finos e alongados e
a cauda é curta perfurando dorsalmente a
membrana interfemural.
A distribuição dessa espécie é ampla,
com ocorrências do nordeste do México,
passando pela América Central e chegando à América do sul, da bacia Amazônica até o norte da Argentina.
Ao contrário de Desmodus rotundus, que é uma
espécie bastante abundante e comum, D.
youngi independentemente de
sua ampla distribuição, é localmente rara e há uma deficiência de dados
populacionais, biológicos e ecológicos. Na literatura são encontrados
registros de D. youngi para 13 dos 26 estados brasileiros.
Possuem como características
diagnósticas que as distinguem das outras famílias de morcegos neotropicais,
apêndice nasal rudimentar, de estrutura discoide em forma de ferradura.
É um morcego de porte médio, com peso variando entre 30 e 38 g e antebraço com 50-55 mm de comprimento. Assemelha-se a D. rotundus, mas pode ser distinguida facilmente das outras espécies de morcego vampiros devido a ausência de calcar e cauda evidente.
O dedo polegar de D.
youngi tem uma única almofada,
enquanto D. rotundus tem duas. Em D. youngi, ambos os sexos
possuem glândulas localizadas
bilateralmente dentro da boca, que só são vistas quando o morcego está
incomodado, e emitem odor ofensivo. As pontas das asas e orelhas são brancas,
assim como a membrana entre a segundo e terceiro dedos.
Alimenta-se de sangue fresco e parece ter preferência
por sangue de aves, embora em
cativeiro alimente-se de sangue bovino.
Diferenças no comportamento alimentar relacionas a seleção de presas arbóreas e
terrestres reduz a competição em localidades onde D. rotundus e D.
youngi coexistem.
Vive em colônias com
até 30 indivíduos e apresenta comportamento de domínio-hierarquia com displays e padrões de comportamento não
relatados para outras espécies de morcegos.
Devido a sua semelhança com D. rotundus, a espécie é
negativamente afetada por atividades de controle de vampiros. O vírus rábico já foi isolado no Brasil em indivíduos
de D. youngi, mas relatos
de raiva humana e raiva causada por morcegos são relacionadas a atividade de Desmodus rotundus.
Diaemus youngi não se encontra na lista das espécies
ameaçadas para o território nacional, de acordo com dados do IBAMA (2003), e também não consta da lista
da IUCN (2003). No entanto, é
considerada ameaçada no estado do Paraná.
CONSERVAÇÃO DOS MORCEGOS VAMPIROS
Mesmo sendo animais considerados
vampiros e muitas pessoas tem medo deles, vale lembrar que é de suma
importância sua preservação e conservação, devido que são animais que ajudam na
regulação do meio ambiente e ecossistemas, sem contar que uma das três espécies
esta ameaça pela IUCN.
Referências
Sites: Sampex
BARQUEZ, R.; PEREZ, S.; MILLER, B.; DIAZ, M. 2008. Diaemus youngi. In: IUCN 2008. 2008 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org>. Acessado em 15 de fevereiro de 2009.
Ministério do Meio Ambiente. 2003. Espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Instrução Normativa n° 3, de 27 de maio de 2003. Publicada no Diário Oficial da União nº101 28.v.2003. Seção 1: 88-97.
SAMPAIO, E.; LIM, B.; PETERS, S. 2008. Diphylla ecaudata. In: IUCN 2008. 2008 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org>. Acessado em 15 de fevereiro de 2009.
SCHUTT, B. 2008. Dark Banquet: Blood and the curious lives of blood feeding creatures. Harmony: New York.
SIMMONS, N. B. Order Chiroptera. In: WILSON, D. E.; REEDER, D. M. (Eds.). Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference. 3. ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2005. v. 1, p. 312-529.
Referências
Sites: Sampex
BARQUEZ, R.; PEREZ, S.; MILLER, B.; DIAZ, M. 2008. Diaemus youngi. In: IUCN 2008. 2008 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org>. Acessado em 15 de fevereiro de 2009.
Ministério do Meio Ambiente. 2003. Espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Instrução Normativa n° 3, de 27 de maio de 2003. Publicada no Diário Oficial da União nº101 28.v.2003. Seção 1: 88-97.
SAMPAIO, E.; LIM, B.; PETERS, S. 2008. Diphylla ecaudata. In: IUCN 2008. 2008 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org>. Acessado em 15 de fevereiro de 2009.
SCHUTT, B. 2008. Dark Banquet: Blood and the curious lives of blood feeding creatures. Harmony: New York.
SIMMONS, N. B. Order Chiroptera. In: WILSON, D. E.; REEDER, D. M. (Eds.). Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference. 3. ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2005. v. 1, p. 312-529.
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