Quais são os tipos de voo que podemos encontrar nos animais?

Voar não é pra qualquer um não é mesmo? Mas além das aves, outros animais tem tipos de voos diferentes.

 

Imagem de Susan Frazier por Pixabay


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Ao longo da evolução dos animais, principalmente das aves, a conquista dos céus foi um grande avanço na adaptação e no sucesso evolutivo. Com uma grande vantagem de poder sair voando para fugir de um predador não é pra qualquer um não é mesmo?

 

Você com certeza deve estar pensando que só existe um tipo de voo, ou seja o que as aves usam dia a dia, que é simplesmente dar impulso e voar não é mesmo? Mas não, existem outros e de outras classes animais além das aves, que também ao longo de sua evolução conquistaram essa técnica ou para fugir de predadores, capturar suas presas ou simplesmente se locomoverem no habitat onde vivem.

 

Mas antes vamos tentar entender como é a física do voo, e claro que nas aves pois elas são referência no assunto.


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A física do voo

 

O vôo das aves é bem mais complexo do que dos aviões mas ambos se baseiam no mesmo princípio da Física, a Lei de Bernoulli. Essa lei diz que existe uma relação inseparável entre a pressão e a velocidade das correntes fluidas (seja de líquido ou de gás).


Suponha que as correntes de vento estão passando sobre a superfície da asa de um avião, aqui vista de perfil. Como a asa é abaulada, a superfície de cima é maior do que a de baixo, certo? Então a corrente de vento desliza-se mais rapidamente na parte de cima do que na parte de baixo. Segundo a Lei de Bernoulli, a região de menor velocidade da corrente, ou seja, embaixo da asa a pressão (P2) será maior do que sobre (P1) a asa. Como resultado, sob as asas haverá uma força resultante de ascensão de baixo para cima superando o próprio peso do avião. É dessa maneira que o avião fica sustentado no ar mas, para que a força de ascensão seja criada, é necessário correntes de ar na superfície do avião. É por isso que para decolar, o avião corre na pista impulsionado pelos motores. A Lei de Bernoulli entra em ação e o avião sobe.

 

Aviões e aves voadoras possuem asas abauladas e levemente inclinadas. O grau dessa inclinação (chamada de ângulo de ataque) determina maior sustentação e maior força de resistência do ar, diminuindo a velocidade do avião ou da ave. Para que o avião não entre em estol (vire), o ângulo de ataque da asa precisa ficar numa posição que não crie uma resistência demasiada do ar. A forma de evitar isso, são as aletas que criam fendas e aumentam a velocidade do ar sobre a asa garantindo maior poder de ascensão.


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Mas e a ave, como é que ela decola?

 

No caso, os motores propulsores são os músculos do peito responsáveis pelo batimento das asas. A ave cria a força de ascensão durante o ciclo de bater as asas, mais especificamente, quando as asas abaixam. Quanto mais bate as asas, mais sobe. Há aves que, ao invés de bater as asas, decolam de pontos altos: lançam-se de penhascos, galhos de árvores, etc. e batem as apenas algumas vezes, só para manter a altura.


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O voo das aves

 

Vamos então agora aos tipos de voos encontrados nos animais, e claro vamos começar com elas, as aves que são espertes no assunto.

 

O batimento das asas gasta muita energia e seria vantajoso se existissem mecanismos para a sua economia. Uma estratégia que ajuda muito é ter um corpo aerodinâmico, ou seja, uma superfície corporal que cause o menor atrito possível com ar. A outra estratégia seria manter-se no ar sem bater muito as asas e ou aproveitar as correntes de ar.  Cada ave possui estilos de vôos conforme os seus hábitos. Vejamos os principais.

 

1) Vôo batido: é típico das aves que tem asas bem curtas em relação ao corpo como os beija-flores, cujas as asa nunca param de bater.

 

2) Vôo batido alternado com o planeio: As aves que pesam mais de 140g, alternam o batimento para ganhar altitude com o planeio. Há dois estilos: bater as asas e depois fechá-las bem junto ao corpo assumindo uma forma bastante aerodinâmica (como o pica-pau-do-campo) ou mantê-las abertas (como o pombão).


3) Vôo planado. As aves que precisam ganhar grandes altitudes gastariam muita energia se tiverem que bater as asas constantemente, especialmente, se são pesadas como o urubu-de-cabeça-preta ou a fragata. Há dois tipos de vôo planado:

 

a) vôo planado térmico praticado por aves grandes e que vivem nos continentes. Elas usam as correntes térmicas ascendentes para subirem, deixando as asas abertas e fazendo manobras para não saírem da bolha de ar quente. Você já deve ter visto bandos de urubus-de-cabeça-preta voando em círculos e ganhando altitude. Repare como as suas asas são grandes e bem largas.

 

b) vôo planado dinâmico: praticado pelas aves marinhas (como a gaivota) que tem asas bem longas e estreitas. No mar as correntes de vento (setas) são desviadas pelas ondas, para cima. Então elas aproveitam essas correntes para subirem e descerem.

 

Ficar parado no ar pode ser conseguido de duas maneiras diferentes: batendo muito rapidamente as asas como os beija-flores ou aproveitar a corrente de vento ficando de asas abertas como o kestrel. O beija-flor paira no ar para lamber o néctar das flores e o kestrel fica à procura de uma presa que anda no solo.

 

O voo em outros animais na natureza

 

Outros tipos de voo que podemos encontrar em outros animais são o para-quedismo e o planeio. Vejamos alguns exemplos:

 

No para-quedismo temos a rã-jade-das-árvores (Rhacophorus dulitensis). 


Já no planeio, temos o esquilo-voador-do-sul (Glaucomys volans), o dragão-voador (Draco volans), o lêmure-voador (Cynocephalus volans) e o esquilo-voador (Petaurus norfolcensis), todos eles praticam o planeio.

 

O curioso voo dos morcegos

 

Aposto que você estava se perguntando a todo momento sobre os morcegos, se não íamos incluir eles na postagem. Mas sim eles tem um voo diferente e é muito interessante, entre outras coisas, porque não se parece em nada com o voo dos pássaros. Portanto, essa questão muito peculiar tem sido objeto de muitos estudos.

 

Os morcegos são caracterizados por ter um voo no qual eles permanecem ‘de pé’, oscilando e ‘caminhando’ em ziguezague. É uma maneira irregular de voar, com mudanças de direção imprevisíveis.

 

A velocidade com que os morcegos voam é notável e é frequentemente comparada à velocidade do voo de uma andorinha. Por terem um voo irregular, eles obtêm algumas vantagens, pois é quase impossível localizá-los, até mesmo para os falcões, um dos seus principais predadores.

 

Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay


O mais curioso sobre o voo desses animais é sua capacidade de voar às cegas. Sua visão é fraca e, no escuro, não os ajuda em nada. Então te pergunto, como eles voam sem enxergar?

 

A resposta está em sua audição. Diferentes estudos provaram que os morcegos têm um sistema natural semelhante ao sonar que os barcos ou aviões costumam ter.

 

Durante a fuga, o morcego emite pequenos ruídos extremamente agudos que nem o ouvido humano é capaz de captar. Eles são chamados ultrassons: sons que possuem um alto número de vibrações.

 

Graças a esses sons que emitem pela boca e nariz, os tons se estendem, tropeçam nos obstáculos e refletem sua percepção auditiva.

 

Os ouvidos sensíveis do morcego captam o eco dessa reflexão e podem identificar os obstáculos com muita precisão, mesmo se forem pequenos.


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Referências

POUGH, F. Harvery; JANIS, Christine M; HEISER, John B. A vida dos vertebrados. Atheneu Editora São Paulo, 2006

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