QUAL A DIFERENÇA ENTRE ECTOTERMIA E ENDOTERMIA?

Porque as taxas de muitos processos biológicos são afetadas pela temperatura, seria vantajoso, para qualquer animal, ser capaz de controlar a temperatura de seu corpo?

Foto: Cleverson Felix.

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Entretanto, a alta capacidade calórica e a alta condutividade da água tornam difícil, para a maioria dos peixes ou de anfíbios aquáticos, manter a diferença de temperatura entre seus corpos e o ambiente circundante.

O ar tem tanto uma baixa capacidade calórica como uma baixa condutividade em relação a água, e as temperaturas corpóreas da maioria dos vertebrados terrestres são, ao menos parcialmente, independentes da temperatura do ar. Alguns vertebrados aquáticos também têm temperaturas corpóreas substancialmente acima daquela da água ao seu redor. A manutenção destas diferenças de temperatura requer mecanismos termorreguladores, e estes são bem desenvolvidos entre os vertebrados.

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CLASSIFICAÇÃO DOS VERTEBRADOS


A classificação dos vertebrados em pecilotermos (Grego poikilo = variável e therm = calor) e homeotermos (Grego homeo = a mesma) foi amplamente utilizada até a metade do século XX, mas esta terminologia se tornou menos apropriada conforme o conhecimento sobre as capacidades reguladoras da temperatura de uma grande variedade de animais se tomou mais sofisticado. A pecilotermia e a homeotermia descrevem a variabilidade da temperatura corpórea, e estes termos não podem ser aplicados facilmente aos grupos de animais.

Por exemplo, os mamíferos foram chamados de homeotermos e os peixes de pecilotermos, mas alguns mamíferos permitem que suas temperaturas abaixem em 20°C ou mais em relação aos níveis normais, à noite e no inverno, enquanto muitos peixes vivem em águas que alteram suas temperaturas em menos de 2°C durante todo o ano. Este exemplo apresenta a situação contraditória de um homeotermo que vivência uma variação de temperatura 10 vezes maior que um pecilotermo.

Complicações como essa tomam muito difícil a utilização das palavras homeotermo e pecilotermo de maneira rigorosa. A maioria dos biólogos interessados na regulação da temperatura prefere os termos ectotérmico e endotérmico. Estes termos não são sinônimos de pecilotermos e homeotermos, pois, não se referem à variabilidade da temperatura corpórea e sim às fontes de energia utilizadas na termorregulação.

Os ectotermos (Grego ecto = de fora) conseguem calor principalmente de fontes externas - aquecendo-se ao sol, por exemplo, ou repousando sobre uma rocha aquecida. Os endotermos (Grego endo = de dentro) dependem muito da produção metabólica de calor para aumentar a temperatura corpórea.

A fonte de calor utilizada para manter a temperatura corpórea é a principal diferença entre os ectotérmicos e os endotérmicos. Ectotérmicos terrestres - como lagartos e tartarugas - e endotérmicos - como as aves e os mamíferos - têm temperaturas de atividade que variam de 30 a 40°C.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ENDOTERMIA E ECTOTERMIA


A endotermia e a ectotermia não são mecanismos de regulação de temperatura mutuamente exclusivos, e muitos animais utilizam uma combinação dos dois. Em geral, as aves e os mamíferos são endotérmicos, mas algumas espécies utilizam extensivamente fontes externas de calor. Por exemplo, os "roadrunners" são aves predadoras que vivem nos desertos do sudoeste dos Estados Unidos e nas regiões adjacentes do México.

Em noites frias, essas aves se tomam hipotérmicos, permitindo que sua temperatura caia do seu nível normal de 38 a 39°C, para até 35°C ou menos. Pela manhã, ficam ao sol, elevando as penas do dorso para expor uma área de pele negra. Cálculos indicam que um "roadrunner" pode economizar 132 joules por hora por meio da utilização da energia solar no lugar do metabolismo, para elevar a temperatura.

Desvios dos padrões gerais da regulação da temperatura também podem ocorrer de outro modo. As serpentes normalmente são ectotérmicas, mas as fêmeas de diversas espécies de píton se enrolam ao redor de seus ovos, produzindo calor pela contração rítmica de seus músculos.

A taxa de contração aumenta conforme a temperatura do ar cai, e uma fêmea píton indiana é capaz de manter seus ovos acerca de 30°C, em temperaturas do ar tão baixas quanto 23°C. Esta produção de calor promove um aumento substancial na taxa metabólica dessa serpente - a 23°C, uma píton utiliza cerca de 20 vezes mais energia do que usariam normalmente.

Assim, generalizações acerca das temperaturas corpóreas e das capacidades termorreguladoras dos vertebrados devem ser feitas com cuidado, e os mecanismos reais, utilizados para regular a temperatura corpórea, devem ser estudados de modo cuidadoso.

Referência
POUGH, F. Harvery; JANIS, Christine M; HEISER, John B. A vida dos vertebrados. Atheneu Editora São Paulo, 2006.

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