Os sentidos secretos das aves

Os sentidos mais aguçados das aves são a visão e audição (no caso das corujas). Mas quais outros sentidos são importantes para sua vida?

Figura 2. Pomba asa-branca (Patagioenas picazuro). Foto: Cleverson Felix.

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Sentidos aguçados para a navegação das aves


As aves usam várias formas para navegar e muitas delas são extensões dos sentidos, discutidos por nós em regiões, que excedem a sensibilidade dos mamíferos. Por exemplo, as aves podem detectar a luz polarizada quando ela atinge uma área da retina que, normalmente, recebe luz do céu, mas outras partes da retina não podem detectar a polarização.

A luz ultravioleta (luz com comprimento de onda inferior a 400 nanômetros) não é detectada pela maioria dos mamíferos, mas os pombos (Figura 3) são mais sensíveis à luz ultravioleta, na região de 350 nanômetros, do que a luz de qualquer outro comprimento de onda do espectro visível.

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As aves sensíveis a pressão do ar


Algumas aves são sensíveis a pequenas diferenças na pressão do ar. Os experimentos mostraram que os pombos são capazes de detectar diferença de pressão no ar entre o teto e o piso de um quarto e um pombo em voo ascendente, a uma velocidade de 4 centímetros por segundo, seria capaz de detectar uma variação de 4 milímetros na sua altitude.


Esta sensibilidade pode ser útil durante o voo e pode também ter a função de permitir às aves preverem mudanças nos padrões climáticos, que são importantes no controle do momento da migração.

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O sentido secreto das aves, o infrassom


Outro tipo de informação sensorial que pode comunicar as aves sobre o tempo é o infrassom - sons de frequência muito baixa (menos de 10 ciclos por segundo) que são produzidos por movimentos de ar em grande escala. As tempestades, os ventos soprando através dos vales e outros fenômenos geofísicos produzem os infrassons que são propagados por milhares de quilômetros.

O limite de baixa frequência para a audição humana é em torno de 20 ciclos por segundo, mas as aves podem ouvir bem também na região do infrassom. Os pombos, por exemplo, podem detectar frequências tão baixas quanto 0,05 ciclos por segundo (3 ciclos por minuto).

O campo magnético e as aves


O campo magnético da Terra fornece um outro estímulo que pode ser usado para orientação se o animal for capaz de percebê-lo, e evidências consideráveis sugerem que as aves são capazes de detectar campos magnéticos.

A orientação de várias espécies de aves, durante seus períodos migratórios, pode ser ajustada de maneira previsível, colocando-as em um campo magnético artificial. Não é conhecido o mecanismo pelo qual o campo magnético é detectado, mas os depósitos de magnetita, que têm sido encontrados na cabeça de pombos, podem estar envolvidos nessa orientação dessas aves (Wiltschko e Wiltschko 1988).

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Referências
POUGH, F. Harvery; JANIS, Christine M; HEISER, John B. A vida dos vertebrados. Atheneu Editora São Paulo, 2006.
Wiltschko, W, and R. Wiltschko.  1988. Magnetic orientation in birds. Pages 67-121 in Current Ornithology, volume 5, R. F. Johnston (Eds.). New York, NY: Plenum.

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