Ema: a maior ave das Américas
Podendo atingir cerca de 1,70 metro e vive em grupos de
até 60 indivíduos. A ema é considerada a maior ave das Américas.
A Ema, a maior ave das Américas. Imagem de Joe por Pixabay |
VAMOS DESCOBRIR...
A ema (Rhea americana), também chamada nandu,
nhandu, guaripé e xuri, é uma ave da família Rheidae cujo habitat se restringe
à América do Sul. Apesar de possuir grandes asas, não voa. Usa asas para se
equilibrar e mudar de direção enquanto correm.
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Morfologia e estilo de vida das emas
Os machos são bem
maiores que as fêmeas, podendo atingir os 36 kg. Está entre as aves mais
antigas do continente americano, já tendo sido encontrados fósseis no terciário inferior, há 40 milhões de anos. Essas incríveis aves podem viver cerca de 40
anos.
As emas correm
executando ziguezagues, os quais são controlados pelas asas, que são abaixadas
e levantadas. Compensando a incapacidade de voar, as emas desenvolvem em fuga
velocidades de até 60 km/h.
A ema apresenta um
comportamento social, vivendo em bandos de alguns ou dezenas de indivíduos.
Vivem bem na companhia de veados campeiros, ovelhas e gado. Onde não são
perseguidas, podem torna-se mansas, andando próximo de casas, de máquinas
agrícolas e do homem. Quando perseguida, consegue saltar cercas de arme ou até
mesmo derrubá-las com o impacto de seu corpo.
Reprodução das emas
As emas nidificam no
solo. O macho faz a corte, constrói o ninho, incuba os ovos e cuida dos
filhotes. A participação da fêmea no processo reprodutivo limita-se à cópula e
à postura dos ovos. Em estado natural, cada macho pode acasalar com um grupo de
5 a 8 fêmeas. Assim, várias fêmeas podem fazer a postura num único ninho.
Cada fêmea põe cerca
de 12 a 25 ovos de coloração branca e cada ovo pode pesar cerca de 450 a 600g. É
possível ocorrer, em um mesmo período reprodutivo, mais de uma incubação.
Distribuição geográfica das emas
Elas eram abundantes
em todas as regiões descampadas do Brasil Oriental e Central, na época do descobrimento.
Atualmente, tornou-se
escassa em várias regiões, principalmente no Nordeste e Brasil Central. As
maiores populações naturais concentram-se nos estados de Mato Grosso e Goiás. No
estado do Paraná, a ema conta com apenas poucos registros nas últimas décadas,
quando ainda ocorria na fazenda Chapada de Santo Antônio, tendo desaparecido
dos campos e cerrados paranaenses.
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PRINCIPAIS AMEAÇAS A EMA
Devido ao fato de a
espécie estar associada às áreas de Cerrado, a principal ameaça à espécie é a
destruição de seu habitat pela ação constante de carvoeiros que nos últimos
anos vêm destruindo drasticamente os remanescentes de cerrados nas regiões do
Brasil Central.
Outra ameaça é a coleta
de ovos na natureza e a caça e perseguição de indivíduos adultos e jovens para
a venda de subprodutos da ema, como penas, plumas e couro. O uso indiscriminado
de agrotóxicos nas pastagens e agricultura, as constantes queimadas anuais nos campos
e cerrados e a perseguição de cães domésticos também representam ameaças à
espécie.
Em outros estados, como em Minas Gerais, a ema está ameaçada pela expansão da fronteira agrícola, principalmente a soja, que destrói ninhos e ovos. A ema ocorria nos campos e cerrados do nordeste do Paraná, sempre em pequeno número, mas atualmente deve estar extinta nesse estado devido à intensa destruição ambiental. Em Santa Catarina a ema também está extinta, não havendo nenhum registro de campo nos últimos 50 anos.
Nos Estados Unidos, Canadá
e países da Europa onde seu manejo reprodutivo é bem conhecido, a ema vem sendo
criada em cativeiro com relativo sucesso e usada como fonte de carne, ovos, penas,
plumas e até couro para o homem.
ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO PARA A EMA
Uma melhor proteção
das áreas onde a espécie ocorre e a realização de de estudos de campo que visem
determinar sua ocorrência em outros locais ao longo de sua área de distribuição
são medidas que devem ser tomadas. Como ação preventiva, deve-se fazer um
controle mais rígido dos desmatamentos e queimadas em sua área de distribuição.
Uma eficaz estratégia
de conservação e manejo da espécie é a sua reprodução em cativeiro, que já tem
resultados positivos no Brasil e exterior. A ema por ser uma espécie de fácil
reprodução em cativeiro e bem prolífera, mediadas de reintrodução na natureza
podem ser realizadas a curto e médio prazos, como já ocorrido na “Área de Proteção do Reservatório Serra Azul”, em Juatuba, MG.
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Referências
DANI, S.U; ANDRADE,
M.A; AZEREDO, R; SILVA, E.A; SILEIRA, J.A. A ema (Rhea americana): biologia,
manejo e conservação. Coleção Manejo da Vida Silvestre, 1. Belo Horizonte,
Fundação Acangaú. 136 pp. 1993.
GUIMARÃES FILHO, P.E
& FAGIOLLI, A.B. Reintrodução de Rhea americana na Área de Proteção do
Serra Azul, Juatuba, MG. Belo Horizonte, Resumos do VI Congresso Brasileiro de
Ornitologia. p.70. 1997.
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