O JACARÉ GIGANTE PRÉ-HISTÓRICO DO ACRE
Uma pesquisa foi realizada no Brasil, onde descobriu-se mais
coisas sobre a vida do Purussaurus brasiliensis,
conhecido pelo nome popular de Jacaré do Acre. A espécie viveu há 8 milhões de anos, onde hoje é a região dos rios Purus, Juruá e Acre.
O artigo foi divulgado na revista científica PLoS ONE, que revelou mais dados sobre a espécie, que já era conhecida pelos cientistas há muito tempo. Na nova pesquisa, porém, os pesquisadores fizeram as primeiras estimativas detalhadas de seu enorme tamanho, do peso, da força da mordida e do consumo de comida, com base em modelos matemáticos e comparações da espécie com todas as espécies atuais de crocodilos e jacarés.
Origem do nome científico do Jacaré Gigante do Acre
O nome Purussaurus é a junção da palavra Purus,
que faz referência ao Rio Purus do Acre onde os primeiros fósseis da espécie
foram encontrados, e a palavra saurus que significa
réptil em grego. O nome da espécie é brasiliensis por ter
sido descoberto no Brasil.
Vivia em ambientes de pântanos
O auge do Purussaurus foi a 8 milhões de anos,
prova disso são os inúmeros fósseis da espécie encontrados ao longo dos rios
Acre, Purus e Juruá, quase que em todo o estado do Acre. O ambiente em que ele
viveu era completamente diferente da atual floresta amazônica. Durante o
Mioceno, o norte da América do Sul era banhado pelo chamado Mar de Pebas (atual
Mar do Caribe), que recebia também um fluxo de água provinda dos rios. Com o
soerguimento da Cordilheira dos Andes, esses rios acabaram criando um ambiente
de planície com dezenas de pântanos, lagos e lagoas muito extensas.
O Purussaurus se adaptou muito bem a esse ambiente,
diversificou-se em número de espécies e até o momento são conhecidos o Purussaurus neivensis, o Purussaurus mirandai e o Purussaurus brasiliensis. Purussaurusneivensis é
o mais antigo do gênero já encontrado, tendo surgido a 15 milhões de anos na
metade do Mioceno e vivido na atual Colômbia. Purussaurus mirandai viveu na atual
Venezuela e foi conterrâneo do Purussauro brasileiro, perdendo para ele apenas
no tamanho. O Purussaurus brasiliensis foi
o maior do gênero, superando os 12 metros e está entre os maiores predadores
que já existiram.
Apesar de viver num ambiente próspero criado pelas
montanhas, a Cordilheira dos Andes continuou a se elevar de modo que o paraíso
pantanoso foi se transformando no que hoje conhecemos como os rios da Floresta
Amazônica. Essa mudança drástica extinguiu o supercrocodilo, visto que ele não
foi capaz de se adaptar ao novo ambiente que lhe foi imposto, o que não foi o
caso de outras espécies de jacarés menores, que continuam a habitar até hoje a
região.
A super mordida do Jacaré Gigante do Acre
Com a pesquisa, a equipe concluiu
que uma mordida do P. brasiliensis
exercia, em média, uma força de 70 mil newtons, o que equivale a
7 toneladas de pressão. O valor corresponde a mais de dez vezes
a potência da mordida de um leão e a mais de 20 vezes a de um
tubarão branco. Os cálculos indicam ainda que o animal podia alcançar 12,5 m e
8,5 toneladas, consumindo 40 kg de alimento por dia.
“Os dentes relativamente
mais achatados e serrilhados dele são típicos de hipercarnívoros, como
certos dinossauros. É dentição especializada em fatiar a presa”, segundo Aline Ghilardi, paleontóloga da UFRJ, à Folha de S. Paulo. Aline é coautora do estudo ao lado do
marido, Tito Aureliano, da UFPE, de de Pernambuco.
Segundo os cientistas, a estrutura da
mandíbula e do crânio do espécime ajuda a entender por que ele conseguia morder
com tanta força (veja na Figura 4). “O formato da cabeça ajuda o animal a sustentar o
estresse de uma mordida mais forte”, explica Ghilardi. No caso, a face curta e larga de P. brasiliensis,
bem como o focinho alto, eram cruciais para essa tarefa. Além disso, as
narinas diferentes, de grande tamanho, também ajudavam a dissipar as
tremendas forças geradas pelas mordidas, evitando fraturas nos ossos.
Experiência dos pesquisadores com o Jacaré Gigante
O principal espécime usado na pesquisa foi
coletado por Jonas Pereira de Souza Filho, ex-reitor da Universidade
Federal do Acre. Segundo Douglas Riff, outro coautor da pesquisa e um dos
principais especialistas em jacarés e crocodilos fósseis do país, os
acreanos têm feito um trabalho de primeira na região.
“Eles são os grandes descobridores e
guardiões dos fósseis”, diz Riff, que trabalha na Universidade Federal de
Uberlândia, em Minas Gerais. Os cientistas acreditam que os P. brasiliensis com seus "super poderes", como a super mordida, o seu grande tamanho, tenham
sido também as razões que levaram a sua extinção.
Referências
POUGH, F. Harvery; JANIS, Christine M; HEISER, John B. A vida dos vertebrados. Atheneu Editora São Paulo, 2006.
Sites: TopBiologia; dinossaurosdobrasil.
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Quero fazer uma correção, ele não tinha uma mordida mais forte que a do Tyranosaurus Rex, foram feitos testes recentes e ele tem 4 toneladas a menos de potencia.
ResponderExcluirMuito obrigado pela sua correção. Vamos colocar na postagem.
ResponderExcluirEquipe BioOrbis.
Bacana lermos e aprendermos como essa correção acima sobre a mordida ...
ResponderExcluirPra podermos postar informações corretas ..obrigado