QUAL A DIFERENÇA ENTRE CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE?
Embora os
dois conceitos possam parecer similares, na prática, são duas diferentes
correntes ideológicas. Veja a seguir o que significa cada uma.
ÁREAS PROTEGIDAS E O MEIO AMBIENTE
Na segunda metade do século XIX, iniciou-se uma tendência mundial de criação de áreas naturais protegidas como resposta aos efeitos destrutivos que nosso modelo de sociedade causa aos meios naturais.
Com o passar do tempo, no entanto, uma questão igualmente importante tornou-se foco de disputas e posicionamentos distintos sobre essas áreas: elas podem ou não ter presença humana?
Os preservacionistas
defendem que as áreas naturais não devem sofrer interferência
da ação humana. O maior expoente dessa corrente foi o naturalista escocês John Muir, que ficou
conhecido pelo seu “deslumbramento” pela natureza (ele criou, em São Francisco, o Sierra Club, o primeiro
grupo ambientalista da história).
Para ele, o natural é algo que prescinde da ação e ocupação humana, por isso deve se manter intocado. Essa corrente tende a compreender a proteção da natureza independentemente do interesse utilitário e do valor econômico que possa conter. Já os conservacionistas defendem a possibilidade de manejo sustentável dos recursos naturais.
Para ele, o natural é algo que prescinde da ação e ocupação humana, por isso deve se manter intocado. Essa corrente tende a compreender a proteção da natureza independentemente do interesse utilitário e do valor econômico que possa conter. Já os conservacionistas defendem a possibilidade de manejo sustentável dos recursos naturais.
BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
Por volta de 1940, o cientista e ecologista Aldo Leopold, precursor da Biologia da Conservação, propôs um manejo que visasse maior proteção do que a ‘intocabilidade’, o que na época foi inovador. Para ele, na conservação a participação humana precisa ser de harmonia e sempre com intuito de proteção.
Segunda Suzana Pádua,
em sua coluna no site O Eco, a inclusão das necessidades sociais tem sido uma
constante nos movimentos
ambientalistas, que têm incluído alternativas de renda que
visam a melhoria da qualidade de vida humana com práticas que enfocam e
valorizam a natureza local.
“Esta abordagem resulta da impossibilidade e da injustiça de se pensar em conservar espécies e ecossistemas ameaçados, quando as condições de humanas são indignas. Com base nesse novo pensar surgiu o termo socioambiental, onde o social e o ambiental são verdadeiramente tratados de maneira integrada”.
“Esta abordagem resulta da impossibilidade e da injustiça de se pensar em conservar espécies e ecossistemas ameaçados, quando as condições de humanas são indignas. Com base nesse novo pensar surgiu o termo socioambiental, onde o social e o ambiental são verdadeiramente tratados de maneira integrada”.
O termo Biologia da Conservação foi introduzido pela primeira vez em 1978, como o título de uma conferência realizada na Universidade da Califórnia, em San Diego, Estados Unidos, organizado por biólogos Bruce Wilcox e Michael E. Soulé. O motivo do encontro foi a preocupação acerca do desmatamento tropical, desaparecimento de espécies e a erosão da diversidade genética dentro das espécies. A conferência buscou preencher uma lacuna existente na época entre teoria e prática, no que se referia à conservação e, com isso, fez nascer a Biologia da Conservação e o conceito de diversidade biológica (biodiversidade).
Como alternativa para sanar este problema que ameaça o planeta, entra em cena a Biologia da Conservação, uma disciplina multidisciplinar composta por áreas como Ecologia, Biologia de Populações, Antropologia, Genética e Taxonomia, dentre outras.
Os principais objetivos desse estudo científico são identificar os principais efeitos das atividades humanas sobre as espécies, ecossistemas e comunidades, e desenvolver um plano de prevenção dos impactos e reintegração, para minimizar os efeitos.
Nesse sentido, são observados os seguintes fatores:
• Redução da população efetiva gerada pela exploração;
• Fragmentação do habitat das espécies;
• Espécies invasoras que competem com o habitat;
• Extinção efeito em cadeia – quando o fim de uma espécie implica no fim de outras.
Aqui no Brasil, o Centro Brasileiro de Biologia da Conservação (CBBC), criado pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê), compartilha desde 1998 experiências adquiridas em projetos de conservação e desenvolvimento sustentável.
Uma das estratégias que tem dado certo na preservação da biodiversidade é a criação de Unidades de Conservação (UC), que fazem um monitoramento da região (espécies, comunidades e ecossistemas), em prol do desenvolvimento sustentável. No Brasil existem atualmente 1.762 UCS, o equivalente a 1.527.213 km.
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA (1997)
- Conservação: sistema flexível ou conjunto de diretrizes planejadas para o manejo e utilização sustentada dos recursos naturais.
- Preservação: ações que garantem a manutenção das características próprias de uma ambiente e as interações entre os seus componentes.
PRESERVAR = INTOCABILIDADE
CONSERVAR = MANTER DE FORMA SUSTENTÁVEL
Referências
SEUZA, Matos Marques. Educação Ambiental Aprendendo Fazendo. Projeto Gráfico e Diagramação Objeto de Arte Design Editoial. Belo Horizonte, 2008.
Sites: Planeta Sustentável.
Sites: Planeta Sustentável.
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