Algas, vocês já ouviram falar delas?
Saiba um pouco mais sobre esses incríveis organismos e descubra o
que eles têm a ver com a sua vida.
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Algas marinhas. Fonte da imagem: Prehvenir. |
VAMOS DESCOBRIR...
Muitas pessoas
confundem e acham que as algas são plantas, apesar da forma parecida de algumas e
terem o processo da fotossíntese (Figura 3) em comum, muitas delas microscópicas, e elas não pertencem
ao Reino Plantae, mas sim ao Reino Protista, no qual seus
integrantes são seres eucariontes unicelulares heterótrofos (protozoários) ou unicelulares e multicelulares
que não formam tecidos verdadeiros e que são autótrofos (algas).
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- Os recifes: mares rasos e quentes, água limpa
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- O colorido mundo dos corais
AS ALGAS VOCÊS AS CONHECEM?
Você já ouviu falar
nas algas? Embora as marinha sejam
as mais famosas, estes organismos não se restringem aos oceanos. Podem ser
encontrados em todos os tipos de ambientes aquáticos (rios, lagoas, represas, açudes, poças de água) e mesmo em
ambientes terrestres (rochas, solo, troncos de árvores).
As algas marinhas ficaram famosas por
serem grandes e utilizadas na alimentação em alguns países, como o Japão. No
entanto, a maioria das algas são microscópicas (100x a 1000x menores que
1 milímetro) e não pode ser vista a olho nu.
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Figura 2. Um exemplo de uma alga unicelular (Euglena). Fonte da imagem: Escuelapedia. |
Nos ambientes aquáticos, as algas são equivalentes às plantas superiores e são capazes de realizar fotossíntese.
Assim, a energia solar, que entra no ambiente através das algas, é utilizada para manter grande parte dos organismos que vivem em lagos, reservatórios e rios, incluindo os peixes que comemos.
O oxigênio liberando
pelas algas mantém nossos mares,
rios, lagos e represas com níveis de oxigênio suficientes para a ocorrência dos
demais organismos, incluindo crustáceos
como camarões, larvas de insetos
(mosquitos, libélulas e outros) e peixes.
Estima-se que existam
pelo menos 27.000 espécies de algas
no mundo, distribuídas pelos diferentes tipos de ambientes. Para o Brasil, o
número aproximado é de 5.600 espécies. Porém, o conhecimento sobre esse grupo
de organismos em nosso país ainda é escasso.
Certas espécies de algas produzem grande quantidade de
substâncias utilizadas comercialmente. É o caso dos alginatos, substâncias viscosas produzidas por certas espécies de algas pardas, que são usadas na
fabricação de papel e como estabilizadores em cremes dentais e sorvetes.
Outros exemplos são o
àgar e a carragenina (carragena ou carragenana), encontrados em certas
espécies de algas vermelhas e usados
para finalidades diversas: na indústria farmacêutica, na fabricação de cultura
para bactérias, e como emulsionante, estabilizante e espessante em alimentos.
Euglenophyta
O gênero Euglena
(euglena, Figura 2) é o mais representativo desse filo, e dele derivou o nome Euglenophyta.
Figura 4. Exemplar
do gênero Euglena. Fonte da imagem: grupo escolar.
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As euglenas são unicelulares fotossintetizantes, possuem dois flagelos e reproduzem-se assexuadamente por divisão binária longitudinal. São encontradas tanto em água doce quanto em ambiente marinho. Possuem um estrutura denominada estigma (Figura 5), utilizada nos mecanismos de orientação em direção a uma fonte luminosa.
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Figura 5. Esquema
de euglena feito com base em
observações ao microscópio de luz (cores-fantasia). Fonte da imagem: Mundo educação.
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Dentre os Euglenophyta existem representantes que são aclorofilados e, portanto, sempre heterótrofos. Existem, no entanto, representantes clorofilados que, se mantidos no escuro, perdem os cloroplastos e passam a ter nutrição heterotrófica; se colocados na presença de luz, podem formar novamente cloroplastos e passam a realizar fotossíntese.
Dinophyta
Esse filo também é
denominado PyrrophytaI, termo significa “algas de fogo”. Compreende os dinoflagelados (Figura 6),
organismos unicelulares com representantes fotossintetizantes e representantes
heterótrofos.
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Figura 6. Um
dinoflagelado. Fonte da imagem: flickriver.
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A maioria dos dinoflagelados vive no mar, mas existem algumas espécies de água doce.
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Figura 7. Esquema
de Ceratium
feito com base em observações ao microscópio de luz (cores-fantasia). Fonte da
imagem: Ciências Biológicas.
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Os dinoflagelados possuem endoesqueleto (esqueleto interno) especial, formado por vesículas achatadas localizadas próximo à face interna da membrana plasmática. No interior dessas vesículas pode haver depósito de celulose, que muitas vezes é espesso.
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Figura 8. Esquema
de Noctiluca
feita com base em observações ao microscópio de luz (cores-fantasia). Fonte da
imagem: BioZoom.
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Os dinoflagelados geralmente têm dois flagelos, e a diversidade de formas no grupo é muito grande. Como exemplo, podemos citar dois gêneros muito comuns no plâncton marinho: Ceratium (Figura 7) e Noctiluca (Figura 8), sendo esse último um dos responsáveis pela bioluminescência observada nas águas superficiais do mar.
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Figura 9. A
alga Gonyaulax
catenela. Fonte da imagem: UBC.
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Dentre os dinoflagelados existem representantes tóxicos, como Gonyaulax catenela (Figura 9), que põem provar o fenômeno conhecido por maré vermelha: sob determinadas condições ambientais, ocorre intensa proliferação desses dinoflagelados tóxicos, formando extensas manchas de cor geralmente avermelhada na superfície do mar e causando grande mortalidade de peixes e de outros animais marinhos.
Além disso, alguns
animais filtradores, como a ostra e
outros bivalves, podem ser
contaminados pelas toxinas desses dinoflagelados, que permanecem acumuladas em
seus tecidos. Se os animais contaminados forem consumidos pelo ser humano ou
por qualquer outro vertebrado, a toxina pode causar distúrbios de gravidade
variável dependendo da sua concentração. Os dinoflagelados
reproduzem-se assexuadamente por divisão binária, mas ocorre também reprodução
sexuada com formação de gametas.
Bacillariophyta
Filo representado
pelas diatomáceas (Figura 10), muito comuns no
plâncton marinho. As células das
diatomáceas possuem parede celular rígida, denominada frústula ou carapaça, impregnada
de compostos de sílica. Essa parede não contém celulose. A frústula é composta
de duas valvas que se encaixam e podem apresenta grande diversidade de formas e
de ornamentação.
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Figura 10. Micrografia
de frústulas ou carapaças de diatomáceas. Fonte da imagem: Studyblue.
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As diatomáceas são unicelulares, podendo formar colônias. Existem depósitos seculares dessas carapaças, denominados terra de diatomáceas ou diatomito, que em algumas regiões atingem grandes proporções e são explorados comercialmente. Essas carapaças são utilizadas, por exemplo, na fabricação de cosméticos, filtros e produtos de polimento.
As diatomáceas não possuem
cílios nem flagelos, mas algumas espécies podem apresentar deslocamento por
deslizamento, utilizando um mecanismo que envolve e a eliminação de uma
secreção. A reprodução das
diatomáceas pode ser assexuada, por divisão binária, ou sexuada, através da
formação de gametas.
Phaeophyta
Esse filo compreende
as algas pardas (Figura 11). Elas vivem apenas
no mar, havendo representas de grande porte, com cerca de 60 m de comprimento,
conhecidos por kelps, que chegam a formar extensas “florestas aquáticas” nas
costas frias e temperadas dos continentes.
No Brasil, as algas pardas de grande porte chegam a 4 m de comprimento e ocorrem no litoral do Espírito Santo.
Outros exemplos de algas pardas comuns no Brasil são Sargassum e Padina (Veja na Figura 11).
Rhodophyta
Esse filo compreende
as algas vermelhas (Figura 12). Elas podem ser
encontradas nos mares, na água doce e também em locais úmidos sobre rochas e
troncos de árvores.
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Figura 12. Algas
vermelhas. Fonte da imagem: Health remedy.
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Certas espécies algas vermelhas são usadas na alimentação humana, como é o caso da Nori (Porphyra), utilizada principalmente no preparo de sushi, prato típico da culinária japonesa. Essa alga tem sido usada também para combater o escorbuto, graças a seu alto teor de vitamina C.
Chlorophyta
Figura 13. Fotografia
de alface-do-mar: ocorre em todo o litoral brasileiro, aderida a rochas (cerca
de 6 cm de comprimento). Fonte da imagem: Seaweeds of Alaska.
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Esse filo é representado pelas clorofíceas ou algas verdes (Figura 13), que podem ser uni ou multicelulares. São principalmente aquáticas, podendo ocorrer também em locais úmidos, sobre rochas e troncos de árvores. Uma alga verde muito comum no litoral brasileiro é a Ulva, conhecida popularmente por alface-do-mar.
Referências
Projeto Biodiversidade Microcrustáceos de Água Doce em Campos Rupestres
LOPES,
Sônia; ROSSO, Sergio. Biologia. Editora
Saraiva. São Paulo, 2006.
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