Descubra uma das aves mais belas da Mata Atlântica, o Araçari-banana
Vamos aprender um pouco mais sobre o belo tucano
araçari-banana, uma ave rara da Mata Atlântica.
Fonte da imagem: Renato Augusto Martins, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons |
VAMOS DESCOBRIR...
Morfologia e classificação científica
O araçari-banana (Pteroglossus bailloni) é uma espécie de
ave piciforme da família Ramphastidae.
Seu nome científico Pteroglossus bailloni, significa: do
(grego) pteros = pena, asa; e glössa = língua; pteroglossus = com língua emplumada; e de bailloni = homenagem ao advogado, naturalista e coletor de espécies
francês Jean Francois Emmanuel Baillon (1744-1802). Ou seja, traduzindo literalmente seria algo do tipo "Ave com a língua emplumada de Baillon".
O tucano
araçari-banana é uma ave com cerca de 35 cm de comprimento, inconfundível pela
sua coloração geral amarelada de suas penas. E seu peso, entre 156 e 169 g. O
bico apresenta vários tons de verde e amarelo.
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Habitat e hábitos
Trata-se de uma
espécie restrita às regiões serranas, vivendo nas copas das árvores em grupos
de cinco a 20 indivíduos, embora pouco abundante em seu habitat. Atualmente é
encontrado nas regiões montanhosas da Argentina, do Paraguai ao Sul de
Belo Horizonte (MG), ES, RJ, SP, PR, SC e N do RS.
Os araçari-banana
tem hábitos florestais, pula de galho em galho e não tem o hábito de sobrevoar
rios e lagos. Habita a copa de florestas altas em regiões montanhosas. Usa seu
bico relativamente longo para se defender de predadores e costuma atacar ninhos
de outras aves. É um animal importante no processo de dispersão de sementes.
Alimentação
Sua alimentação é à
base de frutos de Embaúba (Cecropia)
e palmito (Euterpe) veja na Figura 2, e também insetos,
além de ovos e filhotes de outras aves. Aprecia a Michelia champaca (magnólia-amarela). Filhotes de pica-paus também
fazem parte de sua dieta.
Reprodução
Usa os ocos das
árvores como local de reprodução, cupinzeiros e também muitas vezes ninhos de
pica-paus, onde também costuma se abrigar em bandos durante a noite, mesmo fora
da estação reprodutiva, chegando a competir por eles com outras aves da mesma
família.
Para o acasalamento o
macho corteja a fêmea cantando e presenteando-a com alimento. Em cativeiro foi
observada postura de 2 a 3 ovos brancos. O cuidado parental é realizado por
ambos os sexos. O período de incubação durou cerca de 16 dias. Existem
referências que relatam de 2 a 4 ovos.
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PRINCIPAIS AMEAÇAS AO ARAÇARI-BANANA
A devastação da Mata
Atlântica é certamente a principal ameaça para o araçari-banana. A extração
seletiva de árvores de médio e grande porte já ameaça comprometer o tamanho de
suas populações, uma vez que essa espécie parece ser extremamente dependente de
cavidades em troncos para fins reprodutivos e para abrigo noturno como citado
antes.
Na falta de
conhecimento sobre sua capacidade de dispersão, o isolamento de populações pelo
avanço dos desmatamentos pode ser outro risco para a espécie.
A caça, ainda que aparentemente
pouco expressiva, também pode ser vista como ameaça, sobretudo em regiões onde
o araçari-banana é considerada rara. Portanto essa prática não ocorra de forma
generalizada no país.
Parece que a espécie
é capaz de resistir até certo ponto à fragmentação de seu habitat: segundo
registros feitos por Bustamante (1996) em áreas com cerca de 50 há na Zona da
Mata mineira. Isso ocorre possivelmente em função do grau de conservação da
vegetação ou da capacidade demonstrada pelos indivíduos de se deslocar de um fragmento
de mata para outro.
ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO PARA O ARAÇARI-BANANA
A ocorrência do
araçari-banana em unidades de conservação, principalmente no estado de Minas
Gerais, já é uma boa garantia de sua sobrevivência em todo território mineiro.
Entretanto, a proteção de outros remanescentes de Mata Atlântica onde ele ainda
ocorre deve ser vista como uma medida importante de preservação e conservação,
considerando a vulnerabilidade da espécie, restrita a poucas áreas de mata.
O estudo de suas de
suas exigências ecológicas e capacidade de dispersão é outra ferramenta
importante na conservação e recuperação de seus habitats, o que permitirá
garantir a sobrevivência de espécie a longo prazo em todos os remanescentes da
Mata Atlântica. Também é recomendável intensificar a fiscalização contra a caça
em regiões onde seu status de conservação seja crítico.
Seu estado de conservação
pela IUCN é
de quase ameaçado.
Referências
BUSTAMANTE, P.F.S.
1996. Comportamento, nidificação e
inter-relação de aves que utilizam cavidades em árvores em Viçosa, MG.
Campinas, Resumos do V Congresso Brasileiro de Ornitologia. p.14.
SICK, H. 1985. Ornitologia brasileira: uma introdução.
Brasília. Universidade de Brasília. 2 v. 827 pp.
Muito legal essa materia adoro parabéns
ResponderExcluirOlá amigo,
ExcluirFicamos felizes por ter gostado da nossa matéria. Um forte abraço.
Equipe BioOrbis.
Tucano diferente! O mundo e a natureza tem riquezas tão grande na fauna e na flora! Sucessos!
ResponderExcluirOlá Kleberson,
ExcluirGostou do belo araçarí-banana não é? Que bom que nossa postagem te apresentou um animal que não conhecia, e ainda mais um da nossa fauna.
Um forte abraço.
Equipe BioOrbis.
Fotografei e filmei essa ave na mata atrás da minha casa. Inclusive os vejo quase diariamente, pois tem uma árvore oca onde se abrigam. Estou surpreso por ser ave rara porque moro numa região mais alta do Centro de Blumenau-SC, mas longe de ser uma região serrana. Felizmente no nosso entorno existem grandes áreas de mata preservada.
ResponderExcluirOlá Kaiser. Nossa que bacana, então você fez um registro e tanto, é uma ave maravilhosa.
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