A sensibilidade das plantas: como as plantas respondem à luz, ao toque e a outros estímulos?

A luta pela vida, também as plantas precisam responder aos estímulos do meio. Por isso, como todos os seres vivos, os vegetais têm sensibilidade e reagem a vários fatores do ambiente, como a gravidade, a luz, a temperatura e as substâncias químicas.


Imagem de Marcel Dominic por Pixabay 


VAMOS DESCOBRIR...


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Algumas respondem aos estímulos locomovendo-se: a esses estímulos dá-se o nome de tatismos. A maioria só reage por movimentos de curvatura — tropismos quando dependem da direção da excitação e nastismos quando não dependem dela, mas da estrutura e da organização dos seus próprios órgãos. Os movimentos podem ser positivos ou negativos.


Outro fenômeno importante é o fotoperiodismo: consiste no ajustamento das plantas ao ambiente segundo os períodos de claridade e escuridão (dias e noites). esse ritmo dependem em muitas espécies a floração e a frutificação, pois o foto-periodismo permite à planta adaptar-se às estações do ano, dando flores e frutos no tempo mais propício.


Esses mecanismos todos vêm sendo estudados pelos botânicos, mas muitas questões ainda estão sem resposta. E outras são explicadas de maneiras diversas.


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O que é o Fototropismo?


É o movimento que a luz provoca na planta. A palavra vem do grego antigo: phôs, phôtos, que quer dizer luz; e trepein, voltar-se. O caule de uma planta cresce sempre em direção à luz. É um fototropismo positivo, pois se dirige para o lado onde está a fonte de excitação.


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Como acontece o fototropismo?


A maioria das curvaturas das plantas depende da distribuição desigual de uma substância que influi no crescimento das células --mim um hormônio vegetal, a auxina. No caso do fototropismo, a luz determina uma distribuição diferente da auxina, nos dois lados do caule. Não se sabe, porém, ao certo, se a luz destrói a auxina, se aumenta sua síntese no lado sombreado, ou ainda se provoca o movimento do hormônio de um lado para outro.


O que é o Fotonastismo?


Durante o dia, a posição das folhas de certas plantas como, por exemplo, a acácia, a mimosa, o trevo, é totalmente diferente da que tomam a noite. Essas plantas são sensíveis às variações da luz, mas seus movimentos não dependem da direção desta e sim da estrutura de seu próprio organismo.


Como acontece o fotonastismo?


Urna das hipóteses é a seguinte: o ponto de inserção das folhas na haste apresenta pequeno abaulamento, produzido por células cheias de seiva. De dia, as células, distendidas mantêm as folhas eretas; escurecendo, a quantidade de seiva diminui e a folha se abaixa, puxada pelo próprio peso.


O que é o Geotropismo?


As plantas se movimentam reagindo à gravidade terrestre: as raízes crescem na direção do centro da Terra, enquanto o caule avança em direção oposta. A esse fenômeno é chamado de geotropismo.


No caso da raiz, há geotropismo positivo, no do caule, geotropismo negativo. A imagem abaixo mostra uma interessante experiência: uma plantinha inclinada dobra o talo gradativamente, até ficar em posição vertical. Plantas muito sensíveis à gravidade levam apenas alguns minutos para manifestar essa reação que lhes permite o desenvolvimento adequado de cada uma de suas partes.


Como acontece o geotropismo?


Apesar do empenho dos pesquisadores em interpretar o funcionamento das auxinas, o mesmo ainda é um mistério. Ainda assim os cientistas admitem que o geotropismo é um fenômeno também resultante da distribuição desigual da auxina, hormônio vegetal há citado aqui, quando se explicou o fototropismo. Vejamos como esse mecanismo funciona: quando uma planta é colocada de tal modo que seu caule e sua raiz fiquem em posição horizontal, a auxina se deposita na região inferior desses órgãos. Nas células de cada uma dessas partes (raiz e caule) do vegetal, a mesma quantidade de hormônio age, porém de forma diferente: no caso da raiz, seu crescimento é inibido na região inferior e em consequência ela passa a se desenvolver na direção do centro da Terra; por outro lado, no caso do caule, a auxina provoca o fenômeno exatamente inverso, isto é, estimula um acelerado crescimento do órgão, de modo que ele se dirige para cima, em busca de luminosidade.


O que é o Quimiotropismo?


Se durante algum tempo for irrigado ou adubado um só dos lados de um terreno em que se encontra certa planta, sua raiz certamente se desenvolverá mais desse lado. Assim, o vegetal demonstra que percebe os estímulos químicos da água, das substâncias minerais e do gás carbônico, traduzindo tais reações em movimentos. O fenômeno, muito provavelmente, acontece do mesmo modo que nos demais casos de sensibilidade vegetal, pela cessação do crescimento celular em determinada parte da raiz, resultante da atividade hormonal desenvolvida pela auxina.


O que é o Termonastismo?


Quando se leva uma tulipa de um local a outro cuja temperatura é superior em 10 graus, as pétalas se abrem em poucos minutos. O fenômeno é inverso, quando a flor passa do mais quente ao mais frio. Muitas outras plantas (como o gerânio, o açafrão) reagem a variações de temperatura. Aumentando a temperatura, a parte superior das pétalas se expande e elas se afastam. Ao diminuir o calo, a parte inferior se dilata; e a superior, ficando menor faz com que, ao contrário, a corola venha fechar-se.


REAÇÃO AO CONTATO


Se tocarmos com uma varinha a gavinha de um pé de abóbora, verificaremos que em um minuto ela se curvará, tendendo a enrolar-se na direção em que foi tocada. É o haptotropismo, ou tigmotropismo, capacidade que muitas plantas têm de perceber uma pressão e reagir a ela — como ao tato. Muito evidente é essa sensibilidade nas trepadeiras munidas de gavinhas que se enrolam em torno dos suportes logo que os tocam.


Observando ao microscópio afaste da gavinha sensível ao contato, vemos que, nas células superficiais, o protoplasma interno muito sensível, quase chega a aflorar em vários pontos. Assim, formam-se "papilas táteis", extremamente sensíveis.


Alguns admitem que essas regiões, ao serem toca-das, libertam um hormônio que atravessa rapidamente a gavinha (a 4 milímetros por minuto) e chega até ao lado oposto; ali, com a intervenção da auxina, estimula o crescimento das células. Dessa forma, a gavinha se curva, como já antes foi descrito.


Curioso é o tigmonastismo das plantas insectívoras. Nas droseráceas e em algumas outras, as folhas apresentam nas bordas vilosidades e excrescências viscosas. Quando o inseto as toca, um estimulo é transmitido em grande velocidade (8 milímetros por segundo) à base desses "pelinhos". Então se produz ali um rápido aumento de células, de modo que os "tentáculos" se curvam, capturando o inseto, que é digerido pelos sucos. Na dionéia, é diferente: as bordas da folha se fecham sobre o inseto na fração de 1 a 2 centésimos de segundo. Em certas plantas, o movimento da haste e das folhas é provocado pela veloz mudança de pressão da seiva em algumas células. A reação se dá em 4 a 8 centésimos de segundo após o estímulo.


Leia também sobre as plantas carnívoras nessa outra postagem neste link abaixo:

https://www.bioorbis.org/2018/01/planta-que-sabe-contar.html


MOVIMENTOS AUTÔNOMOS


Certos vegetais fazem movimentos que não dependem de estímulos externos. A extremidade de certas gavinhas descreve movimentos circulares que podem durar de 40 minutos a várias horas, em busca de um suporte. Isto acontece porque cada um dos lados da gavinha cresce alternadamente mais que os outros. Às sinistrógiras se enrolam da direita para a esquerda; as dextrógiras descrevem seu movimento em sentido contrário, ou seja, da esquerda para a direita.


PLANTAS, LUZ E SOMBRA


Certas plantas mudam a posição das folhas durante a noite. Ilumine intensamente umas plantas no período noturno e deixe-as na escuridão durante o dia. Você verá que, a princípio, algumas estarão desorientadas, adaptando-se logo depois ao novo ritmo de claridade e trevas. Outras, no entanto, não reagirão à mudança: "dormirão" em plena luz e vicejarão no escuro.

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