Quais os animais vivem nos desertos mais quentes do mundo?

Todos sabemos que os desertos são ambientes extremos e parece sem vida. Mas muitos animais vivem por lá. Então como eles conseguem sobreviver a tais condições extremas?

Imagem de Jürgen Bierlein por Pixabay 



Só 30% do maior deserto do mundo, o Saara está recoberto de areia. Em alguns desertos, nem essa proporção é atingida: são rochosos ou têm a superfície de barro ressecado. O que caracteriza um deserto, então, não são as areias é a aridez. E a afirmação de que neles não existe vida é inexata. Onde há água, a vida existe. E nenhuma região da terra, por mais árida que seja, é totalmente despojada de água. Um mínimo sempre existe, de água e de vida: a umidade da noite, um inseto num vão de rocha, um líquen sobre uma pedra.

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Nos desertos vivem vegetais e animais que puderam subsistir com o mínimo. É o caso das plantas de órgãos subterrâneos muito desenvolvidos. Algumas, por exemplo, têm raízes de metros e metros de comprimento, que atingem lençóis de água a grande profundidade. Outras, como o cacto, podem armazenar as águas das poucas chuvas, para um posterior consumo racionado. Os animais dessas regiões, mamíferos, aves, répteis e anfíbios em sua maioria, não bebem água. Ela é obtida, pelos herbívoros, das reservas dos vegetais com que se alimentam; os carnívoros às vezes matam a sede com o sangue de suas vítimas. Só os animais que fazem viagens até o oásis, mi a orla do deserto, é que se dessedentam  diretamente com água. o camelo é um caso ‘‘sui generis": consegue água no próprio organismo. que nas corcovas se deposita grande quantidade de gorduras, que o seu metabolismo transforma em água. Por meio desse expediente, o camelo se capacita para grandes travessias de regiões áridas, transportando homens e cargas, sem beber uma só gota de líquido.

Não é a toa que recebe o apelido de "navio do deserto".

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Figura 2. Feneco. Imagem de Winkelmann por Pixabay 


Os desertos não são tão desertos, afinal. Animais de quase todas as classes de vertebrados os habitam. Mas os invertebrados, sobretudo os insetos, constituem a maioria. Há multidões de aranhas, caracóis, grilos, cupins, escorpiões, besouros.

Depois dos insetos, os mais numerosos são os répteis: lagartos, serpentes, iguanas, tartarugas, etc. Em terceiro, estão os anfíbios, rãs comuns, rãs australianas, sapos-do-deserto, sopos-da-areia, etc.

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Os mamíferos e aves são a minoria: ratos (os mais abundantes), gazelas, coiotes, raposas, avestruzes, emas, abutres, mochos, etc. De dia, o deserto é urna verdadeira fornalha. À noite, quando a temperatura cai, o frio se torna intenso. Isso acontece por-que a umidade do ar, que estabiliza a temperatura, se apresenta em índices muito baixos. Esse desnível ocorre mesmo nos desertos tropicais. A solução é esconder-se durante o dia nas tocas ou entre a vegetação rala. Pelo menos para os animais de sangue frio, pois se eles se expõem ao sol, quando a temperatura ultrapassa os 43° C, é morte certa. Não tendo glândulas sudoríparas, não contam com a evaporação do suor para impedir a subida da temperatura do corpo. Por isso, só à noite podem abandonar o esconderijo, para saírem à caça. E os animais mais sensíveis só se habilitam a fazê-lo nas horas amenas do nascer e do pôr do sol. Porque para estes também o rigor do frio no deserto pode ser letal.

Quem pode, pode e sobrevive!


Onde a vida é tão difícil, a luta pela subsistência é mais acirrada, os mecanismos de defesa são ultra-aperfeiçoados. Nos desertos da América do Norte, existe um ratinho que recolhe todos os detritos que encontra, para disfarçar a entrada de sua toca subterrânea. Evita, assim, que ela seja ocupada por um intruso, durante a noite, enquanto ele caça alimentos. Por isso é chamado rato-mercador.

Figura 3. Characal. Imagem de Iris por Pixabay 

Ainda no deserto americano (Arizona) aparece o rato-saltador, ou rato-canguru que para atrapalhar seus perseguidores, sobretudo serpentes, lança-lhes areia ou poeira aos olhos. Depois foge aos saltos que a conformação das patas e da cauda lhe permite.

Leia uma postagem somente sobre o esse pequeno rato-canguru neste link abaixo:


É encontrado também nos desertos africanos junto com o feneco (Figura 2), espécie de raposa, de grandes orelhas e pelagem clara. É um caçador inveterado de insetos, larvas, lagartixas, embora os petiscos preferidos sejam frutas e sementes, que raramente encontra. É domesticável. Mais feroz que ele é o coiote, habitante dos semidesertos da América o Norte, terror dos animais pequenos e dos pássaros.

No Saara, são comuns os bandos de gazelas, pequenos antílopes vítimas freqüentes do caracal (Figura 3), que mata a sede com seu sangue. Conseguem por vezes livrar-se deste felídeo de cauda curta, orelhas pontiagudas e pelagem parda, que vive não só na África como na Ásia Central e em parte da Índia. Para isso, as gazelas usam sua capacidade de desenvolver,grande velocidade.

O varano réptil africano da ordem dos sáurios, com 3 m de comprimento, sai à caça de insetos, pássaros e pequenos répteis, no auge do calor, quando os outros animais suspendem qualquer atividade. Nos Estados Unidos prolifera o iguana, réptil de coloração bem viva, cuja cauda quando cortada regenera-se com facilidade. Algumas espécies são herbívoras, outras insectívoras, e vivem tanto nas regiões áridas quanto nas florestas. Sua carne é apreciada.

Também insetívoro é o lagarto-cornudo, típico dos desertos do oeste americano e do México. Seu dorso é coberto de farpas, das quais as maiores estão na cabeça, à semelhança de chifres. Essa a justificação para o nome. Quando se assusta, expele urna secreção avermelhada. Mas as farpas' não são exclusividade sua. O lagarto-das-palmeiras também tem a cauda munida dessa defesa. Outra arma de que dispõe é a capacidade de mudar de cor, como os camaleões. Assim, confunde-se com a folhagem ou com o tronco das palmeiras onde ele vai buscar as tâmaras de que se alimenta.

Figura 4. Fonte da imagem: Wikipedia/Nick D. Waters, CC BY-SA 2.5, via Wikimedia Commons

O caracol-do-deserto (Sonorella eremita, veja na Figura 4) não tem hábitos muito diferentes dos de outras regiões. Esse molusco gasterópode encerra-se por longo tempo em sua concha, saindo apenas na ocasião das chuvas es rádicas.

E para as corujas, família a que pertence O mocho-real, a vida noturna não é novidade. Essa ave de rapina voa silenciosamente, noite, por grandes distâncias, ã cata de ratos, aves e répteis.

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