Todas as aves conseguem voar?

Claro que não, pois todos conhecemos o avestruz, uma ave que não voa não é mesmo? Mas se eu te disser que mais como ele por ai?


VAMOS DESCOBRIR...


Cortar os ares como as aves, planar como as gaivotas, é um sonho antigo e por muito tempo inatingível para o homem. Na mitologia grega, bastou a (caro atar asas ao corpo para conseguir sobrevoar a terra; se não fosse o sol, que derreteu a cera que prendia as penas, ele não teria caído no mar, nem frustrado o sonho. Mas isso apenas na mitologia, pois para voar não basta ter asas. Tanto assim, que existem vários tipos de aves que têm asas, mas não voam.


Mas, afinal, para que serve o voo? Voar não pode ser apenas um capricho da natureza, para enfeitar também os ares. Na realidade, ao longo da evolução das espécies, a história mostra que praticamente todos os fenômenos podem ser explicados pelo mecanismo de adaptação. Os primeiros animais que utilizaram asas para o voo estavam mais aptos a garantir sua subsistência, em condições que tornava necessário fugir de atacantes carnívoros, procurar alimentação em pontos mais distantes. Para isso, concorreu toda a estrutura anatômica, sobretudo a forma e o peso do corpo.


Mas a vida continua; ocorrem transformações na face da Terra, ao longo dos milhões de anos das eras geológicas, as necessidades básicas para a sobrevivência se alteram. Surgem condições de vida que dispensam o voo. E as novas espécies não-voadoras que vão surgindo possuem estrutura anatômica adaptada à .nova situação: asas atrofiadas, ossos maciços, ausência de sacos aéreos ou "bóias" especiais de que todas as aves precisam para ajudá-las a flutuar no espaço. Es-tas espécies possuem também o esterno, osso dianteiro do peito que articula Com as costelas, sem o grande sulco que serve corno ponto de fixação da possante musculatura das aves adaptadas ao voo. Os pássaros terrestres, sem a capacidade nem a necessidade de voar, podem sobreviver no meio natural. Para compensar, muitos deles possuem a habilidade de correr e saltar como é o caso do avestruz.


Um exemplo típico da adaptação das espécies não-voadoras pode ser encontrado na ilha de Maurício, no oceano Indico. Lá vivia o dodó, uma espécie de pombo gigante, mas não-voador. Seus ancestrais, evidentemente, chegaram à ilha pelos ares e nela se estabeleceram. Não havendo ameaça de animais carnívoros, e dispondo de recursos para alimentar-se em terra firme, os descendentes não-voadores encontraram condições ideais para proliferar e acabaram mesmo por suplantar em número as espécies voadoras. Quando o homem branco, com seus animais domésticos, invadiu o habitat dos dodós, es-tas grandes aves começaram a desaparecer. No fim do século XVII a espécie estava completamente extinta.


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Junto à água ou nas pradarias


Existem ainda inúmeras espécies de pássaros não-voadores, mas muitas delas também se extinguiram naturalmente, ou foram eliminadas pelo homem. Algumas são marinhas, outras terrestres, e, enquanto as primeiras desenvolvem a capacidade de nadar, as segundas aprendem a correr e saltar. Das espécies marinhas, a única que ainda existe é o pinguim, que vive nos frios mares do Sul. Para pescar no mar seu alimento, suas asas têm forma de alotas, que ele utiliza para a natação.


Outro habitante marinho das ilhas do norte do Atlântico foi recentemente exterminado pelo homem. O corvo-marinho, em certos aspectos semelhante ao pinguim, era enorme.


Outra espécie extinta foi a Aepyornis, de grande porte, que habitava Madagáscar.


No entanto, são poucas as espécies de aves que perderam definitivamente as asas e a capacidade de voar. Algumas, embora tenham aperfeiçoado a habilidade de cor-rer, estendem e batem as asas, porém não levantam voo. Com exceção da América do Norte, onde as espécies não-voadoras se extinguiram desde a Era Terciária, existem inúmeras aves desse tipo por todos os continentes e, em particular, em ilhas oceânicas, em regiões caracterizadas por ausência de inimigos carnívoros que obriguem à fuga pelo voo.


A peculiaridade de não voar une todas as aves com essa característica sob o nome de ápteras (do grego, a —sem; pterons = asas). A diferença entre a figura do pinguim e a do avestruz, ambos muito freqüentes em gravuras ou em zoológicos, mostra como variam os não-voadores.


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AS AVES QUE NÃO VOAM


Avestruz (Struthio camelus)


Fonte da imagem: Foto de Antony Trivet: https://www.pexels.com/pt-br/foto/grande-enorme-importante-passaro-12968738/


Na África e em certas zonas da. Arábia ainda pode ser encontrado o maior pássaro vivo: chega a' ter mais de 2 m de altura e pesar até 150 quilos. As longas e ágeis pernas permitem que ele atinja até a velocidade de 120 quilômetros por hora, pois em uma só passada cobre .4 a 5 metros. As patas, de dois dedos multo grandes que se assemelham a cascos, constituem um sólido apoio para seu porte e sua velocidade. Aparatoso adorno no em determinadas épocas, as plumas de avestruz representam ainda objeto de comércio 'e são um dos motivos pelos: quais o homem caça essa ave. No macho, que em geral possui três ou quatro fêmeas, as plumas que recobrem as fortes asas são brancas. As fêmeas são em geral presa fácil e suas plumas verdes podem ser arrancadas sem feri-las.


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Casuar-comum (Casuarius casuarius)


Fonte da imagem: Foto de Mikhail Nilov: https://www.pexels.com/pt-br/foto/aviario-avicular-avicola-especies-em-perigo-7723096/


Plumas longas que lembram pelos tornam quase invisíveis as asas pouco desenvolvidas desta ave, que semelha um pouco ao avestruz, mas é menor e menos ágil. Vive na região das costas australianas e em ilhas vizinhas, sendo distinguida facilmente por uma forte placa óssea, o capacete, que leva na cabeça. Em geral o casuar é manso, mas se é provocado pode, com sua força, até matar uni homem. A cabeça e o pescoço apresentam um. rico colorido, em azul, vermelho ou alaranjado.


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Emu (Dromaius novaehollandiae)


Fonte da imagem: Pexels/Foto de Doug Brown: https://www.pexels.com/pt-br/foto/emu-no-solo-1625507/


O segundo maior pássaro vivo, é um dos grandes problemas dos fazendeiros do Leste da Austrália, onde ele vive. Compete com o gado nas pastagens e, para mantê-lo' distante, são construídas altas grades. O emu é o avestruz australiano, embora suas asas seja muito menores do que as da espécie africana. Mas também um corredor ligeiro, atingindo 50 km/h. Possui leves e estreitas plumas. marrons e seus ovos são pretos.


Kiwi (Apteryx australis)


Fonte da imagem: Wikipedia/Glen Fergus, CC BY-SA 2.5, via Wikimedia Commons


Os nativos das ilhas do norte e do sul da Nova Zelândia já extinguiram. a maior parte dessas aves não-voadoras. Grande como urna galinha, o kiwi tem o tronco arredonda do, asas curtas como cotos e não tem cauda. Na extremidade do bico, afilado e longo, abrem-se as narinas, característica raríssima entre os pássaros. As patas curtas e fortes terminam em quatro. dedos, munidos de resistentes unhas. Apesar. da estrutura aparentemente pesada, foge com vivacidade surpreendente ao pressentir algum perigo. Durante o dia, permanece oculto entre a vegetação, numa espécie de torpor. Quando começa a entardecer, desperta e sai, em passos furtivos, à cata de seu alimento favorito, que são minhocas e larvas. A fêmea em geral põe apenas um ovo, mas de proporção incomum: chega a ter um quarto do peso dela. Quem vai chocar o ovo é o macho.


Papagaio-hibu (Strigops habroptilus)


Fonte da imagem: Wikipedia/Mnolf, CC BY-SA 3.0 <http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/>, via Wikimedia Commons


Também chamado kakapo, ou papagaio~noturno, vive nas florestas do norte da Nova Zelândia. Embora semelhante a um papagaio, suas asas são atrofiadas e ele não pode voar. Corno a coruja, é noctívago por excelência: durante o dia fica escondido em ocos de árvores, ou se aninha sob as raízes. À noite, sobe nas árvores e pula de galho em galho, em busca de seu alimento, constituído exclusivamente de vegetais. A fêmea do papagaio-hibu põe dois a três ovos de cada vez.


Cagu (Rhynochetos jubatus)


Fonte da imagem: Wikipedia/Scott Meyer - web site of Scott Meyer/Esta imagem provém do Wikimedia Commons, um acervo de conteúdo livre da Wikimedia Foundation que pode ser utilizado por outros projetos.


Vivendo apenas nas regiões montanhosas da Nova Caledônia, ilha entre a Nova Guiné e a Nova Zelândia, é o único representante ainda vivo da família dos Rhjnochetides. E é provável que dentro de pouco tempo nem esses exemplares possam ser conhecidos vivos, pois a espécie está quase extinta. Suas asas, grandes mas fraquíssimas, não tê nenhuma serventia para o voo; no entanto, na época da desova, a fêmea exibe as asas numa curiosa e típica dança.


Ema (Rhea americana)


Fonte da imagem: Pexels/Foto de Mehmet Turgut  Kirkgoz : https://www.pexels.com/pt-br/foto/animal-bicho-aviario-avicular-6045634/


O nome indígena da ema que. vive nas regiões dos pampas (Argentina, Uruguai e Brasil) é nhandu. É na América o maior pássaro, assim como o avestruz ,na África e o emu na Austrália. A ema mede até 1130 m de altura: tem asas muito desenvolvidas e recobertas por plumas muito leves que, no entanto, não têm utilidade para o voo. Em geral vive em grupos e um macho possui várias fêmeas; todas elas vivem no mesmo ninho, onde às vezes são encontrados até sessenta ovos. A incubação dos ovos e o cuidado com o recém nascido são tarefas do macho, que defende violentamente os filhotes de qualquer ameaça.


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Notornios (Notornis hochstetteri)


Fonte da imagem: Wikipedia/Pseudopanax at English Wikipedia, Public domain, via Wikimedia Commons


Em 1847 foram descobertos na Nova Zelândia ovos desse pássaro, que era considerado extinto. Mas cerca de dois anos depois alguns caçadores encontraram uma verdadeira colônia dessas grandes aves de cor verde-azulada, nas ilhas do sul. De bico grosso e patas curtas e fortes, são corredoras muito velozes. Pertencem à família dos ralídeos, notoriamente incapazes de voar.


Francolim-gigante (Gallirallus australis)


Fonte da imagem: Wikipedia/Jörg Hempel, CC BY-SA 3.0 DE <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/de/deed.en>, via Wikimedia Commons


Também conhecido como gigante Rale-gigante ou Ocidromo, é do tamanho de um frango e vive na Nova Zelândia. Com as unhas muito fortes, cava buracos no chão onde permanece o dia. Tem de hábitos noturnos. Só sai à noite, para caçar ratos, dongos e outros pequenos animais que constituem seu alimento.


Moa (Dinornis maximus)


Os maoris, nativos da Nova Zelândia, exterminaram totalmente os maiores pássaros não-voadores de que já se teve conhecimento. Até o século XIX, os moas, gigantescos pássaros não-voadores, permaneciam quase ao como da lenda. Um caçador de focas da Nova Zelândia descobrir em 1823 ossos que deduziu que só podiam ter pertencido a um animal enorme. Mas a história ficou esquecida até que, em 1839, um cientista inglês, Richard Owen, recebeu de um explorador da Nova Zelândia um osso que lembrava um fêmur de um boi. Após longo estudo, Owen lançou a grande novo: "Existiu na Nova Zelândia, e talvez ainda exista hoje, uma raça de pássaros maiores que todas as especies de avestruz que conhecemos". Pouco a pouco foi reconstituída a imagem do moa, com 3,5 metros de altura, patas semelhantes às do elefante, terminado por quatro dedos enormes.

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