COMO SÃO TREINADOS OS CÃO-GUIA PARA CEGOS?
Você já deve ter visto uma pessoal com deficiência visual, mas poucos com cães-guia. E como eles são treinados para esse trabalho?
Imagem de Paul Brennan por Pixabay |
CÃES, OS MELHORES AMIGOS DO HOMEM
Cães-guias são treinados com comandos verbais e exercícios de associação. Há centros de treinamento especializados no serviço, financiados por ONGs ou pelo governo, e eles arcam com todo ou quase todo o custo (de R$ 35 mil a R$ 45 mil). Os cegos ficam apenas com as despesas comuns do bicho, como alimentação, veterinário, banhos, etc.
Escavações em Pompeia, na Itália, apontaram que cães eram usados como guias desde 79 d.C. A primeira escola de treinamento foi inaugurada em 1916 na Alemanha pelo médico Gerhard Stalling, mas, no Brasil, a lei que permite a presença de cães-guia em espaços públicos só foi sancionada em 2006 (embora houvesse ONGs treinando os bichos antes disso).
Hoje,
a demanda no nosso país é maior que a oferta: uma instituição como a Cão Guia Brasil, que
atua desde 2009, treina cerca de cinco cães por ano, mas há mais de 8 mil
pessoas na espera.
TRABALHO BOM PRA CACHORRO
Cães
são entregues aos cegos com pouco mais de um ano de vida e atuam, geralmente,
até os nove anos. Veja, abaixo, os passos para um bom treinamento para os cães se tornarem guias para deficientes visuais:
1.
A partir dos 3 meses de vida e por cerca de um ano, o animal passa pela socialização, a
primeira fase de treinamento. Nesse período, é adotado por uma família
provisória, que fica responsável por apresentar o bichinho às situações do dia
a dia. Ele acompanha os humanos ao trabalho e ao lazer e anda de transporte
público. O objetivo é se acostumar com a vida em sociedade;
2.
Na sequência, o cachorro é devolvido ao centro de treinamento para aprender os
comandos básicos. Ele passa a usar a guia, uma espécie de "colete" (Figura 2) com uma alça rígida que serve de comunicação com o humano. O cão vai assimilar
que, enquanto estiver com o acessório, está trabalhando. Ao tirá-lo, sabe que
está liberado para brincar e se comportar como um pet;
3. O treinamento dura de cinco a oito meses e se baseia em comandos verbais e repetição. Por exemplo, uma das lições mais importantes é andar em linha reta: quando o cão se desvia do caminho, o treinador simplesmente para. O exercício é repetido até o cachorro entender que não pode sair da rota;
4.
Para ensiná-lo a parar no meio-fio, o treinador pode fazer um incentivo físico,
colocando a mão para fazê-lo abaixar. Até que ele compreenda e sente sozinho, a
técnica é reprisada. A repetição de comandos também serve para o cachorro
aprender a seguir em frente: ele vai entender que, quando os carros param, é
hora de andar;
5.
Ele precisa ser levado aos lugares para aprender o caminho. Ao chegar lá, é
preciso repetir o nome do local para que associe a palavra ao destino. A repetição
de "padaria"dentro de uma padaria, por exemplo, fará com que
relacione uma coisa à outra e vá até lá quando solicitado;
6. Outro passo importante é ensinar a sentar e deitar. Quando o treinador (e
depois o cego) se acomoda em algum lugar, o bicho deve sempre ficar sentado ou
deitado ao seu lado no chão, mas nunca no colo ou no banco. É preciso repetir
os comandos verbais "senta" e "deita" para fixá-los;
7. Uma parte importante é ensinar a desobediência inteligente, isto é, a hora
de ignorar os comandos. O animal aprende a reconhecer situações de perigo, como
buracos, e, quando as encontra, se recusa a seguir a ordem de andar. O cego
precisa confiar no instinto do bicho e não forçar a barra: os dois devem agir
como um time;
8. Com o cão habilitado, começa o trabalho com o futuro dono. Por um mês, o cego terá acompanhamento do centro que fez o treinamento. Caso um dos dois não se adapte, o processo não continua - mas isso é difícil de acontecer. Com o novo dono, o cachorro vai aprender onde são "casa", "trabalho" e outras referências pessoais;
9. Uma vez por ano, o centro de treinamento acompanha o caso para avaliar o
cachorro e determinar a hora da aposentadoria. Quando o bicho chega aos 9 anos,
a checagem passa a ser de seis em seis meses ou até de quatro em quatro. Há
casos de guias que trabalharam até os 12 anos. Uma vez dispensados, o comum é
que os ex-guias fiquem com o dono;
Mesmo com o treinamento, o cachorro não perde seus instintos. Por isso, precisa
ser castrado e, antes de sair de casa, acostumado a se alimentar e fazer suas.
Necessidades. Se a pessoa não tiver condições de manter o cão, ele volta para o
centro de treinamento e entra para adoção.
Leia também:
Para finalizar veja um vídeo do canal TVTEC Jundiaí, sobre Como é a vida de um cão-guia ?:
Meu Deus como eu amo os animais,ele são maravilhosos, amigos . Animal é tudo de bom.
ResponderExcluirCom toda certeza Mariazinha Leonardo, são a nossa salvação, são seres puros e incríveis sem eles não existiríamos. =D
ExcluirObrigado pelo comentário,
Abraços,
Equipe BioOrbis.
Adoráveis! Amigos verdadeiros e companheiros para uma vida inteira. Importância muito grande na vida dos deficientes visuais. Parabéns aos treinadores.
ResponderExcluirIncríveis eles não é mesmo Bete Campos? É extraordinário como esses incríveis animais, nossos anjos da guarda ajudam tanto. Agradecemos pelo comentário, um grande abraço,
ExcluirEquipe BioOrbis.