COMO SE DESCOBRE UMA NOVA ESPÉCIE E QUAIS MEIOS E MÉTODOS UTILIZAR?
Alguns meios vão parecer cruéis, mas vitais para a conservação das espécies.
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VAMOS DESCOBRIR...
Novas espécies podem ser identificadas por morfologia (cores ou formatos diferentes), comportamento, genética, sons (o canto dos pássaros) ou aromas (cheiro das flores). Assim, faça a coleta de no mínimo uma amostra. Em plantas, ela deve conter flores. Se possível, faça fotografias ou gravações.
Assim, essas características devem ser analisadas de forma individual ou conjunta para a identificação de uma planta ou animal. Quando um pesquisador acredita ter encontrado uma espécie ainda não conhecida, ele primeiro precisa verificar se a planta ou animal já foi ou não catalogado com base na comparação com outras espécies já descritas e cuja informação a ciência já dispõe. Isso é feito com base em dados bibliográficos publicados ou com outros exemplares disponíveis em coleções de museus de história natural. Fotografias e ilustrações podem ajudar bastante na identificação, mas, sobretudo no caso de invertebrados, elas não bastam para se ter uma identificação correta da espécie.
Agora vamos aos meios de como descobrir espécies novas:
Descobrir e coletar animais interessantes
Embora questionável, o
costume de capturar e matar espécimes para exibição em museus e coleções
particulares existe há décadas. A maioria desses animais, no entanto, provém de
populações pequenas e isoladas.
Em um artigo publicado na edição mais recente da revista Science, Ben Minteer e
seus colegas da Escola de Ciências da Vida da Universidade Estadual do Arizona,
afirmam que a captura desses espécimes pode prejudicar as populações de plantas
e animais já enfraquecidas e contribuir para a extinção de espécies.
Capturar e manter o animal em cativeiro
Os pesquisadores capturam espécimes vivos para manter em
laboratório, uma prática pouco recomendável. Os espécimes capturados podem não
sobreviver à viagem ou não conseguir se reproduzir em cativeiro.
Coletar amostras, como penas e pelos
Um único item pode, muitas vezes, ajudar a diferenciar uma espécie da outra. Penas e pelos de animais podem permitir a identificação de novas espécies. Minteer e sua equipe declaram já terem coletado penas com essa finalidade.
Comparar amostras de DNA
O DNA, presente até mesmo nas fezes, pelos e outras
partes de animais, pode ajudar a revelar novas espécies. Ele também pode
auxiliar os cientistas a monitorar de forma não invasiva a saúde de
determinadas populações de animais, tanto na natureza como em cativeiro.
Coletar DNA dos próprios animais
O exame de DNA pode revelar a constituição genética dos
animais. Minteer e sua equipe mencionam que “Para descobrir espécies e
identificar espécies raras, as técnicas moleculares, como o recolhimento de
células bucais para análise de DNA, são eficientes e provocam pouco ou nenhum
dano para o animal”.
Comparar fotos de espécimes
Fotos de alta resolução são utilizadas, atualmente, para
a identificação de espécies. As imagens podem capturar detalhes surpreendentes
de um organismo, como na foto acima. Minteer e seus colegas explicam que esta
técnica ajudou pesquisadores a descobrirem uma nova espécie de pássaro na
Índia, o Bugun liocichla.
Comparar sons dos animais
Gravações do canto dos pássaros ou dos sons de outros
animais também podem ajudar na identificação de espécies. Como no caso da
comparação fotográfica, a qualidade da gravação ajuda a evidenciar as
características distintas de cada espécie. Os cientistas também podem fazer
análises usando um software que converte sons em padrões visuais e então
compará-los aos padrões conhecidos.
Analisar em locais extremos de temperatura
Novas espécies são descobertas com frequência em locais muito frios ou muito
quentes, como fontes hidrotermais submarinas ou icebergs. Numerosas bactérias e
pequenas criaturas, por exemplo, foram encontradas vivendo próximas de
“fumarolas brancas” ricas em nutrientes, como as da foto.
A NASA dá atenção especial a esse tipo de pesquisa porque estuda a possibilidade de vida em planetas com extremos de temperatura.
A NASA dá atenção especial a esse tipo de pesquisa porque estuda a possibilidade de vida em planetas com extremos de temperatura.
Procurar em locais extremos do planeta
Locais remotos, como regiões montanhosas ou ilhas isoladas, também podem abrigar novas espécies. Normalmente, quando diversas espécies de animais são descobertas em uma única exploração, os locais estudados são pouco acessíveis e não foram suficientemente estudados anteriormente.
Pesquisar espécimes em coleções de museus
Os museus estão cheios de espécies que ainda não foram
descobertas. Isso ocorre por que, antigamente, os naturalistas coletavam
espécimes incomuns e os levavam para os museus ou colecionadores.
Muitos espécimes estão escondidos em gavetas ou outros locais de armazenamento.
Lorna Steel, curadora do Departamento de Paleontologia do Museu de História
Natural de Londres, disse ao Discovery News que “é ótimo ver coleções antigas
sendo reexaminadas, pois isso demonstra o valor científico das coleções dos
museus”.
Referências
POUGH, F. Harvery; JANIS, Christine M; HEISER, John B. A vida dos vertebrados. Atheneu Editora São Paulo, 2006.
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