A redescoberta da maior abelha do mundo
Parece brincadeira, mas antes considerada extinta, a maior
abelha do mundo é filmada viva de volta na natureza.
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Stavenn, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons |
VAMOS DESCOBRIR...
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A história e a redescoberta da maior abelha do mundo
Conhecida como abelha-gigante-de-Wallace,
é a maior abelha do mundo, mas desapareceu há mais de um século. Também pode
ser considera a mais evasiva do planeta. Sua primeira descoberta foi em 1859
pelo grande naturalista Alfred Russel Wallace, após isso, ninguém nunca mais a
encontrou e foi dada como extinta.
Apesar dos pesares, a
abelha-gigante-de-Wallace (Megachile
pluto) não desapareceu. Em 1981, um entomologista chamado Adam Messer a
procurou e encontrou em três ilhas da Indonésia, em um arquipélago chamado
Molucas Setentrionais. Ele coletou um exemplar e escreveu sobre sua descoberta em 1984.
Agora, pela primeira
vez, ela foi fotografada e filmada viva na natureza por uma equipe integrada,
entre outros, por Clay Bolt, fotógrafo de natureza. Além disso, no ano passado,
por incrível que parece, duas espécimes deste incrível e raro inseto foram
vendidos no eBay
por milhares de dólares, gerando temores sobre a continuidade de sua
sobrevivência.
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As características da gigante abelha de Wallace
Essa magnífica
abelha, que pode crescer até 3,81 centímetros de comprimento e com uma
envergadura de 6,35 centímetros, possui mandíbulas grandes que se assemelham
muito às de um besouro da família Lucanidae. Ela utiliza as mandíbulas para
raspar a resina pegajosa das árvores para construir suas tocas em ninhos de
cupins, onde as fêmeas criam sua prole. Como as demais abelhas, ela se alimenta
de néctar e pólen.
Messer escreveu, em
1984, que ela possui uma área de ocorrência limitada e, como essas são abelhas
solitárias e vivem apenas em cupinzeiros suspensos, não é exatamente fácil de encontrara-las.
Foi coletada em 1991 por um pesquisador francês, embora não tenha sido filmada
ou fotografada na época.
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Como os pesquisadores reencontraram essa gigante abelha?
Em uma expedição em
janeiro, Bolt e Eli Wyman, biólogo da Universidade de Princeton, ficaram
eufóricos ao encontrar a abelha. Um dos aspectos mais notáveis da abelha, uma
fêmea, foi o som das asas batendo: um “zumbido profundo e lento que dava para
ouvir e quase sentir a vibração”, afirma Bolt.
Wyman conta que quase
sentiu o deslocamento do ar quando ela voou. “Foi uma experiência incrível e
concreta de um animal que viveu apenas em minha imaginação por anos”,
acrescenta.
Veja um vídeo dela do canal Guardian News:
Muitos ficaram
intrigados com o inseto, incluindo Nicolas Vereecken, um entomologista e
ecologista da Universidade de Bruxelas. Ele estuda a diversidade das abelhas e
logicamente ficou interessado em ver a maior do mundo. Há uma década, ele foi
atrás do exemplar coletado pelo próprio Wallace, mantido no Museu de História
Natural de Oxford.
Isso despertou sua
vontade de saber ainda mais. No início do ano passado, no Centro de
Biodiversidade Naturalis, nos Países Baixos, ele se deparou com um exemplar
coletado em 1991 por Roch Desmier de Chenon, pesquisador francês (muitos na
França achavam que estivesse morto, mas, para surpresa e alegria de Vereecken,
de Chenon está bem vivo e mora em Melbourne, na Austrália).
Exatamente no mesmo
dia, Vereecken descobriu que um colecionador estava vendendo um exemplar da
gigante abelha Megachile pluto
online, no eBay, que acabou sendo vendido por US$ 9,1 mil. E o mais incrível da
história é que ainda ao longo de 2018, o mesmo colecionador vendeu outro por
alguns milhares de dólares. E ao que tudo parece, a abelha ainda está
disponível para a venda.
Vereecken ficou
alarmado com a venda online do inseto (e com razão), pois é possível que mais
transações comerciais estejam ocorrendo em canais menos visíveis. Ele descreveu
as vendas em um estudo publicado em dezembro de 2018 no periódico Journal of Insect Conservation.
Atualmente, é lícito
vender essa espécie ao exterior, pois o animal não está sob proteção da
Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies em Risco de Extinção, que
regulamenta o comércio internacional de espécies ameaçadas de extinção. A
abelha-gigante-de-Wallace é considerada atualmente apenas como “vulnerável”
pela União Internacional para a Conservação da Natureza (que é um absurdo), que define
o status de conservação de animais ao redor do mundo. Vereecken e outros
colegas acham que ela deveria ser classificada no mínimo como ameaçada, em
razão de sua raridade e de sua área de ocorrência quase certamente menor do que
o que se pensava originalmente. Vereecken está pressionando para uma mudança de
status, embora sejam necessários mais estudos para isso.
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As ameaças que a abelha-gigante-de-Wallace enfrenta
A
abelha-gigante-de-Wallace também é ameaçada pelo desmatamento e pela perda de
habitat. O relato da descoberta veio logo após a publicação de um estudo
mundial demonstrando que espécies de insetos estão em declínio em todo o mundo.
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Referência
National Geographic
Brasil
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