CORES E VENENO PARA PROTEÇÃO: AS ARMAS DOS ANFÍBIOS CONTRA OS PREDADORES

Não se engane com a aparência bonitinha deles. Alguns são tão venenosos que podem paralisar animais ou levá-los à morte!

Esse pequeno anfíbio, é conhecido como Phyllobates terribilis, pelo nome você já da pra perceber que ela não se brinca. Imagem de PollyDot por Pixabay


VAMOS DESCOBRIR...

Assim como os outros seres vivos, os anfíbios também possuem mecanismos de defesa que ajudam a protegê-los dos predadores. As estratégias são variadas. Diversas espécies têm glândulas de veneno, enquanto outras produzem secreções de gosto ruim ou mesmo altamente tóxica, capaz de afugentar outros animais.


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MECANISMOS DE PROTEÇÃO DOS ANFÍBIOS


Além da capacidade de saltar para fugir de situações de perigo iminente, muitas espécies possuem glândulas que liberam substâncias tóxicas, potentes o suficiente para afugentar e até matar predadores. As cores também funcionam como mecanismo de proteção. Elas podem ajudar o animal a se camuflar no ambiente, auxiliando-o a se esconder de um ataque ou a se preparar para captura de uma presa.

ANFÍBIOS COLORIDOS E VENENOSOS


Nas florestas tropicais, como na Amazônia, encontram-se as coloridas rãs da família Dendrobatidae. Embora muito pequenas, não devem ser menosprezadas. Suas cores vibrantes (amarelo, azul, vermelho ou verde) funcionam como aviso ao inimigo para se afastar de seu potente veneno.

Essa secreção é capaz de afetar o funcionamento dos músculos e do cérebro, e tem o poder de paralisar imediatamente uma ave ou um macaco (algumas espécies podem conter veneno suficiente para matar seis homens).

Já a rã-pimenta foi batizada com esse nome porque sua secreção causa ardência e irritação na pele da vítima, além de poder provocar náuseas. Alguns sapos, como o Bufo marinus, possuem um grande par de glândulas na região do pescoço (que produzem um veneno fortíssimo, que pode levar à morte animais de porte médio, como o cachorro).

Outros sapos são capazes de produzir uma substância que pode irritar a pele. Alguns, ainda, chegam a secretar veneno com propriedades alucinógenas.

A CAMUFLAGEM DOS ANFÍBIOS


As cores também desempenham outro importante papel. Alguns anfíbios chegam a mudar de cor com a alteração da temperatura ou luminosidade do ambiente. Essa variação é possível graças à grande quantidade de pigmentos coloridos de suas células.

Além da cor, a forma pode ser útil para se proteger dos predadores. Duas espécies de sapo-pipa, encontradas na Amazônia e no Nordeste brasileiro, apresentam forma achatada e coloração marrom-esverdeada, que contribuem na camuflagem em seu habitat, confundindo-as com folhas mortas.

Esses pequenos anfíbios de cores variadas não só trazem beleza e perigo, também são usados em ampla variedade entre usos científicos, educacionais e comerciais.

O estudo dos anfíbios permitiu não apenas compreender melhor a evolução dos animais vertebrados ao longo de milhões de anos, como aprimorou os conhecimentos em diversas áreas científicas, como farmacologia, fisiologia e embriologia.


Em escolas, sapos e rãs costumam ser utilizados em aulas de biologia para o estudo de anatomia, entre outros fins.

Ainda hoje é comum, em laboratórios de escolas de ensino fundamental, observar a metamorfose de girinos, que ficam alojados em pequenos aquários. Sapos e rãs também são usados como isca de pesca e em criações comerciais.

OS PEQUENOS SAPOS DENDROBATES E SUA GRANDE TOXICIDADE


Os sapos Dendrobates são anfíbios bem coloridos e conhecidos pela sua eficiente defesa química contra predadores, e que defesa!

Experimentos realizados por pesquisadores demonstraram que o veneno desses anuros os protege contra predadores

Quando se oferece uma rã venenosa preta e verde (Dendrobates auratus) e um sapo-americano (Bufo americanus) como alimento para a serpente (Thamnophis sirtalis) verifica-se uma taxa de sobrevivência bem alta em Dendrobates (89,6%) em relação à taxa observada em Bufo (3,4%). 

Quando a serpente come a rã venenosa preta e verde (Dendrobates auratus) apresenta convulsões, perda de equilíbrio e enrolamento do corpo, ao passo que nada lhe acontece ao se alimentar do sapo-americano (Bufo americanusi).

ANFÍBIOS E SUA PROTEÇÃO VENENOSA


Os anfíbios em geral, apresentam na usa secreção cutânea quatro classes de compostos: as proteínas e peptídeos, as aminas biogênicas, os esteroides e os alcaloides. Dentre esses compostos, os alcaloides, substâncias normalmente presentes em vegetais, parecem ser os únicos que não são sintetizados pelos próprios anfíbios.

Devem estar contidos em invertebrados (besouros, formigas, milípedes etc.) que se alimentam de determinadas plantas (ou fungos). Supõe-se que os anfíbios recebam os alcaloides indiretamente através desses invertebrados, ingeridos na sua dieta. Os dendrobatídeos são muito conhecidos por apresentarem alcaloides na sua secreção cutânea. Quanto à toxicidade dessas substâncias, destacam-se as batracotoxinas que ocorrem no gênero Phyllobates, onde se encontram os anfíbios mais letais.

Os indígenas da Colômbia (Emberás), por isso, quando manuseiam Phyllobates terribilis para a obtenção do veneno usados em seus dardos, valem-se de folhas de certas plantas para proteger as mãos. Entretanto, quando os dendrobatídeos são mantidos em cativeiro, a concentração dessas substâncias tende a diminuir com o tempo.

Uma pela bastante tóxica


batracotoxina é um alcaloide de altíssima toxicidade que, segundo estudos recentes, pode provir de besouros Melyridae, possível alimento dos Phyllobates. Para se ter uma ideia, apenas 0,2 mg constitui a dose letal humana, por via endovenosa, sendo que um único espécime de Phyllobates terribilis pode conter cerca de 2 mg de batracotoxina.

A batracotoxina é intensamente cárdio, mio e neurotóxica. Perturba a coordenação e o equilíbrio, é dispneica e provoca convulsões crônicas e arritmias cardíacas.

É curioso o relato da experiência vivida pelos pesquisadores pioneiros no estudo toxicológico da secreção cutânea de Phyllobates terribilis. Em certa ocasião, a coleta de secreção foi efetuada em trabalho de campo, utilizando-se luvas de borracha. 

Ao final do trabalho, essas luvas, juntamente com todo o lixo gerado pela equipe, foram descartados. Infelizmente, galinhas e cães que tiveram contato com esses materiais foram encontrados mortos.

2 comentários:

  1. A NATUREZA É MUITO DIVERSIFICADA COM ANIMAIS E PLANTAS DE TIPOS E FORMAS QUE A NOSSA IMAGINAÇÃO JAMAIS PREVERIA

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    1. Lindas palavras Genecy. Exatamente são incríveis as formas e cores. Sempre nos surpreendendo.

      Grande abraço,

      Equipe BioOrbis.

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