DESCUBRA QUE É O LOBO-GUARÁ ANIMAL SÍMBOLO DO BRASIL: O "SEMEADOR DO CERRADO"
Saiba
mais sobre esse lindo animal que infelizmente está ameaçado de extinção.
Imagem de A Quinn por Pixabay |
Também conhecido como guará, aguará e aguaraçu, o lobo-guará é a única espécie do seu gênero e está ameaçado de extinção devido a problemas ocasionados pelo ser humano.
Morfologia e habitat dos lobo-guará
Parente dos lobos selvagens e dos cachorros domésticos, o lobo-guará (Chrysocyon
brachyurus) é um animal típico do Cerrado e é o maior canídeo da América do Sul. Além do Brasil, pode ser encontrado em
regiões da Argentina, Bolívia, Paraguai, Peru e Uruguai.
Caracteriza-se pelos longos membros, que permitem seu deslocamento ágil através da vegetação esparsa dos cerrados e campos. Tem aproximadamente 147 cm de comprimento da cabeça à cauda e pesa entre 20 e 23 kg (DIETZ, 1985).
Caracteriza-se pelos longos membros, que permitem seu deslocamento ágil através da vegetação esparsa dos cerrados e campos. Tem aproximadamente 147 cm de comprimento da cabeça à cauda e pesa entre 20 e 23 kg (DIETZ, 1985).
Sua bela pelagem
laranja-avermelhada, o torna um dos mais belos animais brasileiros. Na
natureza, vive cerca de 15 anos. Os casais formados permanecem em atividade conjunta apenas durante o período de acasalamento (KLEIMAN, 1997). Quando os filhotes crescem (dois a quatro indivíduos), o macho afasta, deixando a cargo da fêmea toda a tarefa de alimentação e cuidados com a prole.
Um estudo realizado no Parque Nacional da Serra da Canastra, observou que esses animais apresentam uma estrutura territorial através de evitação mútua. Geralmente, após a morte de um residente, seu território é ocupado por um indivíduo do mesmo sexo. Os animais da pesquisa ocupavam áreas de uso de 27 Km², em média (DIETZ, 1984).
Apesar de ser um animal de grande porte, o lobo-guará não apresenta hábito social gregário, como a maioria dos representantes de grande porte da família Canidae (MOEHLMAN, 1986).
Um estudo realizado no Parque Nacional da Serra da Canastra, observou que esses animais apresentam uma estrutura territorial através de evitação mútua. Geralmente, após a morte de um residente, seu território é ocupado por um indivíduo do mesmo sexo. Os animais da pesquisa ocupavam áreas de uso de 27 Km², em média (DIETZ, 1984).
Apesar de ser um animal de grande porte, o lobo-guará não apresenta hábito social gregário, como a maioria dos representantes de grande porte da família Canidae (MOEHLMAN, 1986).
Alimentação dos lobo-guará
Alimenta-se basicamente de pequenos mamíferos,
como roedores e tatus, aves, insetos e além de frutos variados
do Cerrado, entre eles podemos destacar o araticum e a lobeira, Solanum lycocarpum, como um dos itens mais importantes da sua dieta.
Conta com uma população total de aproximadamente de 23 mil animais. Deste número, 21 mil encontram-se no Brasil, mais de 800 no Paraguai, de 600 na Argentina e de mil na Bolívia. E é justamente no país onde há a maior população, que o animal corre o risco de desaparecer.
CAUSAS DO RISCO DE EXTINÇÃO DO LOBO-GUARÁ
Conta com uma população total de aproximadamente de 23 mil animais. Deste número, 21 mil encontram-se no Brasil, mais de 800 no Paraguai, de 600 na Argentina e de mil na Bolívia. E é justamente no país onde há a maior população, que o animal corre o risco de desaparecer.
No Brasil, o animal figura na lista de
animais ameaçados de extinção realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com estado de conservação vulnerável. Isso porque, estudos
revelam que há uma grande possibilidade do animal estar extinto em 100 anos. Já
de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, sigla em inglês), o animal está na lista vermelha de animais
quase ameaçados de extinção.
Principais ameaças ao risco de extinção
Apesar do porte imponente e da alcunha de “lobo”, é tímido, solitário e praticamente inofensivo, preferindo manter distância de populações humanas.
A destruição de seu habitat tem sido um dos principais responsáveis pela redução das populações de lobo-guará. Sabe-se que grande parte de sua área de distribuição já foi ocupada por empreendimentos agropecuários. Outro fator que tem contribuído para reduzir as populações de lobo-guará é a eliminação de indivíduos através da caça ou mesmo iscas envenenadas, em decorrência de esse predar, ocasionalmente, animais domésticos.
É avistado normalmente circulando por grandes campos nos fins de tardes e durante as noites. Nessa rotina, costuma cruzar estradas onde muitas vezes é atropelado. A ampla fragmentação dos remanescentes de Cerrado faz com que animais tenham que deixar refúgios de matas para se alimentar e reproduzir, tornando-se vítimas de automóveis e caçadores, por exemplo.
Outros problemas relacionados a caça é devido a sua pele, é altamente valorizada em países como a Argentina e seus olhos e sua cauda são utilizados como amuletos em outras regiões. Também, por parte dos cães domésticos, que tendem a perseguir e matar a espécie quando a reserva onde vivem é muito próxima de uma área urbanizada.
ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO
É necessário um controle mais eficiente sobre práticas agrícolas de preparo da terra, com o objetivo de evitar queimadas, especialmente no entorno das unidades de conservação onde a espécie ocorre. Devem ser feitas também pesquisas visando melhorar as condições de reprodução e manutenção da espécie em cativeiro.
Especialmente importantes são os programas de educação ambiental visando a proteção da espécie, inclusive através da desmitificação das várias crendices existentes e que lhe dão uma imagem negativa.
Um projeto do Instituto Brasília Ambiental registrou 141 atropelamentos na região da Reserva da Biosfera do Cerrado. Desse total, 26% eram animais domésticos, e 104 espécimes silvestres – 43,3% de aves, 33,7% de répteis e 23% de mamíferos, incluindo lobos-guará.
Com tantos problemas envolvendo o lobo guará – das mais diferentes formas
–, especialistas acreditam que é preciso incentivar pesquisas sobre a espécie e
direcionar ações que garantam a sua existência. No Brasil, Paraguai e Bolívia a
caça é proibida, mas apesar da lei, como mencionado acima, o problema ainda
persiste.
Neste contexto, acredita-se que com uma
ação conjunta dos países que tem população da espécie em seu território, as
políticas públicas poderiam ser melhoradas, bem como a fiscalização, e, talvez,
mais direcionadas a conservação dos ambientes em que os lobos vivem. Dessa
forma, os problemas diminuiriam, o que poderia tirar a espécie da lista
vermelha da ICMBio.
Então vamos ajudar essa linda espécie conservando e preservando seu habitat natural.
Referências
Sities: Pensamento Verde.
Sities: Pensamento Verde.
DIETZ, J.M. 1984. Ecology and social organization of the maned wolf (Chrysocyon brachyurus). Smithsonian Contrib. Zool. 392:1-15.
KLEIMAN, D.G. 1997. Monogamy in mammals. Quart. Rev. Biol. 52:39-96.
MACHADO, Angelo B. M; FONCECA, Gustavo A. B; MACHADO, Ricardo B.; AGUIAR, Ludmilla M. de S.; LINS, Lívia V. Livro vermelho das espécies ameaçadas de extinção da Fauna de Minas Gerais. Belo Horizonte, 1998.
MACHADO, Angelo B. M; FONCECA, Gustavo A. B; MACHADO, Ricardo B.; AGUIAR, Ludmilla M. de S.; LINS, Lívia V. Livro vermelho das espécies ameaçadas de extinção da Fauna de Minas Gerais. Belo Horizonte, 1998.
MOEHLMAN, P.D. 1986. Ecology of cooperation in canids, p. 64-86. In: D.I Rubenstein & R. W. Wrangham (eds.). Ecological aspects of social evolutions: birds and mammals. Princeton, Princeton University Press. 551 pp.
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QUE PENA, POBREZINHO: o ser humano, muitas vezes, faz coisas terríveis, mas, ainda bem, que temos outros seres humanos que fazem coisas incríveis!!! Meu marido, por ser PRF, já viu, não apenas um LOBO-GUARÁ, mas, infelizmente, vários mortos pela estrada afora: lamentável! Eu e meu marido tivemos a oportunidade de conhecer um LOGO-GUARÁ, em Catas Altas do Mato Dentro (MG), mas, especificamente, no Santuário do Caraça, onde o Padre colocava alimentos para ele(s) todas as noites, mas voltávamos do jantar, quando ele já se alimentava e o Padre pediu para não nos mexermos, pois o assustaríamos, portanto, não pude tirar a câmera fotográfica da bolsa em que ela estava... Eu tive uma experiência "assustadora" e inusitada, quando passeava e tirava fotos num lugar chamado Banho do Imperador (ainda, no Santuário do Caraça), onde um LOBO-GUARÁ apareceu na minha frente, mas distante e eu fiquei com tanto medo que só consegui gritar o meu marido e correr em direção ao carro (portanto, não consegui tirar uma foto dele, novamente...). Mas o Padre tirava fotos lindas (coloquei uma no Face)!!! O LOBO-GUARÁ é lindo e elegante, tem uma cor avermelhada, tem pernas compridas e parece estar de meia fina preta... Que consigam preservá-lo e multiplicá-lo!
ResponderExcluirOlá Uilmara,
ExcluirQue história incrível a sua. Realmente mesmo tendo tanta gente ruim neste muito, ainda bem que temos as boas que querem ajuda e colaborar porque sabem que é de grande valor os animais e a natureza como um todo.
Um grande abraço.
Equipe BioOrbis.