Conheçam o menor mamífero carnívoro do mundo
Eles podem ser até pequeninos, mas são predadores
vorazes. Ou seja, tamanho no reino animal não é documento.
![]() |
A pequena doninha-anã, é considerada o menor mamífero carnívoro do mundo. Fonte da imagem: pixabay. |
VAMOS DESCOBRIR...
✅ Canal no Youtube | Inscreva-se AGORA ✅

A doninha-anã (Mustela nivalis) é uma espécie de
mustelídeo, da família Mustelidae. Que também é composta pelos furões, lontras,
texugos e as doninhas. Ela pode ser encontrado na Europa, Ásia e América do
Norte, geralmente em áreas ao norte, mas já foram encontradas também no norte
da África. Na Austrália e na Nova Zelândia, foram acidentalmente introduzidas
pelo homem.
Onde esse pequeno mamífero carnívoro vive?
Esse pequeno animal,
pode viver em uma diversidade de habitats, desde bosques abertos, campos de
cultivo, pradarias, dunas, zonas ripícolas e até mesmo prados alpinos.
![]() |
Figura 2. A doninha-anã, pequena e feroz. Fonte da imagem: pixabay. |
Mas essa
variedade de ambientes depende da abundância de alimento disponível, em casos
de procura por suas presas, elas podem até ocupar territórios urbanos.
Tamanho não é documento para a doninha-anã
Com seus pequeninos
23 centímetros, ela é considera o menor mamífero carnívoro vivo. Mas isso não significa que ela seja o menor
mamífero que se alimenta de carne, esse título já pertence ao musaranho (veja neste link uma postagem nossa sobre ele: http://www.bioorbis.org/2015/04/o-menor-mamifero-conhecido-do-mundo.html), apesar que sua dieta ser a
base de insetos, e não carne de vertebrados, como no caso da nossa pequena
amiga doninha-anã.
![]() |
Figura 3. Mesmo no meio dos rochedos, ela consegue capturar um rato. Fonte da imagem: pixabay. |
Mas ela é apenas o menor membro vivo da ordem Carnivora, que se alimenta de carne de
vertebrados.
Leia também:
Leia também:
Pequena mas a doninha-anã pode ser voraz
Ela pode ser pequena,
mas ela é uma predadora especializada no consumo de outros mamíferos. O seu prato
principal são os roedores (Figura 3), com
especial destaque para o gênero Microtus
(ratos-cegos). Caso estes pobres ratinhos não estiverem disponíveis, ela irá se
alimentar de coelhos (Figura 4), ovos e crias de aves (Figura 7) ou ainda de lagartos, anfíbios,
minhocas e até de inclusive se aparecer na reta dela, mamíferos de maior porte...
só se os encontrar mortos.
![]() |
Figura 4. Pode ser pequena, mas ela é voraz, na imagem ela está devorando um coelho, que é bem maior que ela. Fonte da imagem: arkive. |
Podendo também
incluir na sua dieta frutos, sementes, vegetais e insetos. Como consequência de não terem um dimorfismo sexual bem evidente, podem existir diferenças
significativas na dieta de ambos os sexos, sendo as fêmeas mais dependentes de presas
por mamíferos pequenos.
Comportamento e vida social do menor mamífero carnívoro do mundo
Devido ao seu
“elevado” tamanho, apresenta elevados gastos energéticos na termorregulação de
pequenino corpo. Assim sendo necessita de uma regular ingestão de alimento (aproximadamente
5 a 10 presas/dia), o que a leva ficar em atividade tanto de dia como de noite,
intercalando algumas horas de descanso. Caça sobretudo nos subterrâneos, sendo
que o seu pequeno tamanho e forma do corpo tubular lhe permitem entrar nas
tocas e tuneis (Figura 5) de roedores. Mas, isso não a impede de perseguir presas tanto em
árvores como na água.
![]() |
Figura 5. Nesta imagem você pode ver sua linda pelagem de inverno, no qual elas ficam brancas. Fonte da imagem: pixabay. |
Tirando a época de
reprodução, são animais bastante solitários. Inclusivamente os laços entre as
fêmeas e as suas crias são restritos ao período de amamentação, que dura cerca
de 2 meses. As áreas vitais dos machos, que em Portugal variam, podem incluir
uma ou mais áreas vitais de fêmeas. Quanto ao seu território, são defendidos ferozmente
por adultos do mesmo sexo, sendo porém os machos, na altura da reprodução,
abandonarem o seu território em busca das fêmeas. Em questões de
territorialidade, a abundância de presas parece ser mais determinante que a sua
reprodução.
Leia também:
Leia também:
Reprodução da doninha-anã
A doninha-anã é uma
das poucas espécies de mustelídeos em que a implantação não é diferida,
fixando-se os embriões na parede do útero materno logo após o acasalamento. O
período de reprodução ocorre normalmente entre Março e Julho, sucedendo os
nascimentos (entre 4 a 6 crias, Figura 6) 34 a 37 dias após o acasalamento. Contudo a
atividade reprodutiva parece ser influenciada por fatores ambientais, tais eles
como fotoperíodo e a disponibilidade de alimento, podendo assim reproduzir-se
em qualquer altura do ano.
![]() |
Figura 6. Um grupo de doninhas, provavelmente uma dessas é a fêmea mãe e os outros filhotes. Fonte da imagem: pinterest. |
Durante a fase em que
estão maturas sexualmente, os machos procuram acasalar com o maior número de
fêmeas, mas porém não participam da criação dos filhotes. O desenvolvimento dos
filhotes é bem rápido, as fêmeas podem atingir a maturidade sexual aos 3/4 mês.
Este fato, aliado com o de que podem produzir 2 ninhadas por ano, permite a
essas pequenas criaturas um rápido crescimento populacional.
Leia também:
Leia também:
CONSERVAÇÃO E AMEAÇAS SOBRE A ESPÉCIE
Em zonas rurais elas tem
sido perseguidas esporadicamente pelo homem, principalmente por serem
consideradas predadoras de espécies cinegéticas de aves, sendo pouco valorizado
o seu papel benéfico no controle de roedores, que no qual são muito mais
danosas a plantações do que elas.
O abando dos campos
de plantações e a degradação e fragmentação do seu habitat devido ao crescimento
de matos, é uma das ameaças que essas pequenas predadoras sofrem. Este fato
leva à diminuição das áreas abertas onde geralmente elas procuram presas para
caçar.
![]() |
Figura 7. Ei, espere, é uma doninha no dorso desse pica-pau? Sim ela mesma, veja como esse pequeno mamífero é bem feroz. Fonte da imagem: photorator. |
Outra consequência
grave, é o uso de pesticidas, que é responsável pelo envenenamento de inúmeros espécimes.
Em contrapartida, como também acontece com os outros carnívoros, os
atropelamentos têm um forte contribuição para a diminuição da população dessa
espécie.
Ainda bem que essa
pequenina espécie, tanto a nível mundial como nacional, não se encontra
incluída em nenhuma das categorias de ameaça, sendo a sua situação considerada
como “pouco preocupante” tanto pela IUCN
como pelo Livro Vermelho dos vertebrados de Portugal.
Referências
Palomo L. J., Gisbert
J., Blanco J. C. (2007). Atlas y Libro
Rojo de los Mamíferos Terrestres de España. Dirección General para la
Biodiversidad-SECEM-SECEMU, Madrid.
POUGH, F. Harvery;
JANIS, Christine M; HEISER, John B. A
vida dos vertebrados. Atheneu Editora São Paulo, 2006.
Sheffield S. R., King
C. M. 1994. Mustela nivalis. Mammalian Species No. 454. Amer. Soc. Mamm.
Nenhum comentário: