O INTOCÁVEL

Quando porco-espinho encontra uma víbora, não foge. Ao contrário, ataca-a com valentia.


Imagem de Silvo Bilinski por Pixabay


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Sabe que é mínimo o risco que corre, e parece até sentir forte atração pela luta, que lhe assegurará um alimento diferente. Por sua vez, a cobra contra-ataca. O porco-espinho não se assusta e trava-se uma luta de vida ou morte. Em quase todas as investidas do réptil, o pequeno mamífero consegue proteger-se com sua couraça de espinhos (ou cerdas). Se for picado pela cobra, sente no máximo um leve mal-estar: tem assombrosa resistência ao veneno. Só uma profunda mordida no focinho, carnudo e cheio de vasos sanguíneos, poderá ser fatal. Em geral, o resultado da luta é um só: a cobra é abocanhada por trás da cabeça pelo porco-espinho e, em seguida, devorada.


O porco-espinho (Erinaceus europaeus) é um pequeno mamífero que se conserva tal como é desde a Era Terciária (há 75 milhões de anos). Embora seja da ordem dos Insetívoros, basta um exame em sua dentadura para saber que, além disso, é também carnívoro. Dos seus 36 dentes, os 10 incisivos são cortantes; os 4 caninos, os 10 pré-molares e os 12 molares são pontiagudos, semelhantes aos dentes de uma serra, isto é, próprios para dilacerar a carne de suas vitimas, além de trespassar a carcaça dos insetos. E, como todos os insetívoros, não mastiga nem tritura, mas corta e perfura.


Bola espinhosa


O porco-espinho é a imagem do insetívoro primitivo, dos primeiros mamíferos placentários que viveram na Terra. E conservou idênticos quase todos os caracteres herdados: o Corpo forte sustentado por pernas curtas, os dedos em número de cinco, a cabeça longa e afilada, o cérebro pequeno, o jeito de andar apoiado na planta dos pés. Mas sua principal característica são os espinhos. Derivados da pele, são extraordinariamente rijos. Duas robustas faixas musculares partem da nuca e passam pelos flancos, chegando até a região caudal. É essa estrutura muscular que lhe permite enrolar-se como uma bola, eriçando-lhe os espinhos.


No momento em que é tocado, ou ouve um barulho que denuncie um possível inimigo, enrola-se sobre si mesmo pela ação dos músculos subcutâneos e, ao mesmo tempo e com a mesma contração, eriça suas cerdas, numa ameaça ao agressor. O focinho e o ventre, partes mais vulneráveis do seu corpo, ficam, dessa forma, sob a proteção de uma barreira espinhosa que afasta os inimigos. 


Apenas o texugo é capaz de matá-lo. Isto porque consegue agarrá-lo rapidamente pelo ventre, sem permitir que se enrole. Ou então, o homem. À noite, nas estradas, o porco-espinho é vítima fácil dos automóveis: ao ver os faróis, enrola-se, em vez de fugir. o porco-espinho alcança, aproximadamente, 25 cm de comprimento, quando adulto. Seus espinhos afiados, duros e elásticos, de 2 a 3 cm (às vezes muito mais, até de 20 cm), cinzentos na base e esbranquiçados nas pontas, escondem uma pequena cauda. As patas, de cinco dedos, apresentam longas unhas. A parte inferior do corpo, a cabeça e as pernas são recobertas de pelos de cor marrom-acinzentada. O crânio é bastante desenvolvido, em relação ao seu porte. O maxilar superior é mais desenvolvido que o inferior e seus olhos são pequenos.


Nascimento e vida do porco-espinho


Se o porco-espinho não encontra uma cavidade onde morar, ele mesmo prepara sua habitação. Escava túneis em forma de galeria, abertos nas duas extremidades, orientados de forma a protegê-lo contra os ventos fortes. Se o local é protegido por arbustos, limita-se a preparar um ninho. A fêmea, em geral, vive um pouco afastada do macho, mas no mesmo campo ou jardim. :Às vezes, ocupam o mesmo ninho construído na superfície, com folhas secas e fibras amontoadas. Entre o fim do verão e do outono é a época do acasalamento. Após um período de mais ou menos sete semanas de gestação, nascem os filhotes: três a seis, às vezes oito, medindo de 6 a 7 cm. A mãe amamenta-os e só se afasta do ninho para obtenção de alimento, cobrindo-os, antes, com folhas secas. Ao completar um ano de idade, o filhote já é adulto. Passa a cuidar sozinho de sua vida.


Entre o fim do verão e do outono é a época do acasalamento. Após um período de mais ou menos sete semanas de gestação, nascem os filhotes: três a seis, às vezes oito, medindo de 6 a 7 cm. A mãe amamenta-os e só se afasta do ninho para obtenção de alimento, cobrindo-os, antes, com folhas secas. Ao completar um ano de idade, o filhote já é adulto. Passa a cuidar sozinho de sua vida.


De dia, dormir; à noite, caçar


Como sempre fizeram os adultos, assim que começa a defender-se sozinho o porco-espinho passa o dia dormindo no ninho, em meio às folhas, em cavidades do terreno ou debaixo de pedras. Logo que escurece, sai em busca de alimento. Sua visão não é muito aguçada; por isto serve-se do olfato e da audição. Caminha devagar, cautelosamente, mas não manifesta o comportamento arredio e medroso do rato ou do coelho.


Caça toda espécie de pequenos animais: insetos, moluscos, vermes, crustáceos, ratos, lagartos, serpentes, pequenos pássaros, rãs, sapos. Come de tudo, inclusive os ovos de algumas aves que fazem ninho em terra, como o faisão, a perdiz, a codorna. Por isso é ativamente perseguido pelos guarda-caças. Mas se não encontra essas comidas, contenta-se com as frutas que acha pelo chão.


O porco-espinho vive por toda parte, na Europa, Ásia e América do Norte, menos nas regiões muito frias. É encontrado em planícies, montanhas, prados e bosques, campos e jardins.


Distantes parentes


Se a aparência do porco-espinho comum é estranha, a de seu parente de cauda empenachada, encontrado na índia e em Malaca, é muito mais. Sua cauda termina com uma borla de espinhos, que não utiliza para atacar, mas sim para assustar seus inimigos. Os espinhos dos animais dessa espécie são chatos, como lâminas, e lhe recobrem todo o corpo. Na cauda, esses espinhos assumem o aspecto de escamas. No Canadá, há outra espécie de porco-espinho, que trepa pelas árvores, e se alimenta de seus ramos e de sua casca. Começa a comer pelo topo e vai até as raízes, acabando por matar a árvore.


No Brasil, é erroneamente chamado de porco-espinho um roedor da família dos Coendideos, também denominado ouriço-cacheiro. Mas em comum com o porco-espinho ele só tem a couraça de espinhos.


No tempo do frio


No calor, o porco-espinho devora grandes quantidades de alimentos e acumula reservas de gordura sob a Pele. No frio, fica sonolento e passa a maior parte do tempo enrolado e com os espinhos eriçados, numa defesa passiva. Quando a temperatura desce a 10°C, entra em letargia e o corpo se mantêm um grau acima da temperatura ambiente. A pulsação e a respiração diminuem e, quando o frio atinge 50 C, ou menos, seu corpo conserva a temperatura de 6° C, até chegar a primavera.


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